Amy

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Amy está sentada na primeira fileira das inúmeras que existem naquela igreja, um padre  fala para a multidão de pessoas que estão ali presentes, ele está dizendo todas aquelas baboseira que normalmente dizem nos enterros como: a morte não é o fim e de como Elsa Richardson Clark foi uma mulher incrível, e ele diz isso mesmo sem tê-la conhecido.

Ao seu lado sua mãe está sentada, chorando com um lenço na mão, seu pai está consolando a esposa que acabou de perder a mãe. É uma linda cena para os repórteres registrarem, era óbvio que Allan Dickinson não perderia essa oportunidade de mostrar aos seus eleitores o quanto sua família é unida, mesmo nos momentos difíceis.

Tudo isso deixaria Amy com estômago embrulhado, mas hoje não, a sua atenção está voltada para um único ponto daquele altar, seus olhos estão focados no caixão que está à sua frente, sua verdadeira família está deitada dentro daquele caixão, imóvel e sem vida. Tudo aquilo é extremamente angustiante e talvez Amy não tivesse conseguido permanecer firme até o final da cerimonia se Eduard não estivesse ao seu lado, segurando a sua mão.

No cemitério as coisas conseguiram ser piores, enquanto a sua avó era sepultada, Amy observava todas aquelas pessoas aparentemente tristes, amigos de longa data eles diziam, mas nunca foram visitá-la na clínica onde esteve internada por anos.

Amy também ouviu o discurso comovente de sua mãe que dizia o quanto a mãe a inspirou e o quanto a amava, Amy achou interessante ouvir essas palavras da mulher que nunca, nem mesmo uma única vez nesses cinco anos em que sua avó esteve internada, foi visitá-la.

Não foi surpresa nenhuma quando seu pai fez um discurso motivador para os eleitores e apoiadores ali presentes, tudo aquilo era um enorme palco para ele se exibir e ganhar votos, como tudo na vida deles, mas Amy permanece imóvel, se recusando a participar de todo aquele teatro.

Tudo o que Amy fez foi permanecer imóvel o tempo todo, mesmo quando o caixão de sua avó descia para dentro da enorme sepultura e até mesmo quando as pessoas a cumprimentaram e começaram a ir embora.

— Foi uma grande perda. — Amy escuta a voz de Taehyung ao seu lado. É a primeira vez que eles se falam desde que ele a deixou em seu apartamento na noite em que sua avó morreu. – Eu sinto por não a ter conhecido antes.

— Ela também queria ter te conhecido antes, ela gostava de você. — Ela responde sem desviar o olhar do buraco a sua frente.

— Eu sei, estive na clínica algumas vezes depois que fomos apresentados. – Essa informação é completamente nova para Amy e pela primeira vez ela olha para Taehyung.

Mas antes que ela possa perguntar qualquer coisa sobre isso a voz de seu pai chama a sua atenção.

— Você vai conosco até em casa para a recepção?

— Eu não tenho motivo algum para ir até lá. — Amy diz friamente.

— Amy, é um momento difícil, precisamos estar juntos agora, como uma família. – Sua mãe fala logo atrás de seu pai.

— Precisamos estar juntos? Você deve estar brincando né? – Amy se aproxima da mãe. – Cinco anos, esse foi o tempo em que ela esteve internada e você nunca foi vê-la. Talvez você tenha enganado todas aquelas pessoas com a porra do seu discurso ridículo e com o seu choro de merda, mas a mim não. A mim você não pode enganar porque eu estive ao lado dela e eu vi o quanto você não se importava. Então, não me diga que eu preciso estar junto de vocês agora, porque não é verdade, a minha família acabou de ser enterrada. Vocês não são a minha família.

— Amy, não faça uma cena aqui. – Allan Dickinson fala num tom de voz baixo. – Temos um acordo, lembra?

— Foda-se o acordo. – Amy sente as lagrimas escorrerem pelo rosto.

— Com licença Sr. Dickinson. – Eduard se intromete na conversa antes que Allan consiga dizer alguma coisa e as coisas fugissem do controle. – Amy não está bem hoje, deixe que eu a leve para casa, não será difícil explicar que uma neta enlutada preferiu não se juntar aos convidados. — Allan Dickinson apenas olha com cara de nojo para Eduard e não responde nada.

Allan pega a mão de sua esposa e vira as costas, mas antes de sair diz para Amy:

— O jantar foi remarcado para o dia quinze, não falte.

— É melhor nós irmos andando Amy. – Eduard diz a ela quando Allan se afasta.

— Sim..., vamos embora. – Amy responde e depois se vira para Taehyung que esteve todo o tempo observando toda aquela cena. – Você vai até a recepção, certo?

— É o meu trabalho estar presente nesses..., momentos, mas eu posso ir até sua casa mais tarde. Se você quiser.

— Eu quero sim. – Amy diz antes de ir embora com Eduard.

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Continua....

Música:  Spryng Day

PS: Não me ame!Onde histórias criam vida. Descubra agora