Amy

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Ainda estava escuro quando Amy saiu da republica, ela caminha pelas ruas na esperança de encontrar um táxi que a leve para casa, mas não é fácil conseguir um táxi às cinco da manhã em uma cidade pequena.

Amy abre a pequena bolsa que está pendurada no ombro, pega um cigarro e acende. O primeiro trago é reconfortante.

— Você é um filho da puta Kim Taehyung! – Amy pragueja alto.

Enquanto caminha, ela pensa em Taehyung com os seus olhos brilhantes e seu beijo perfeito. 

Qual é o seu problema Amy? Ela pensa irritada. Raiva é a única coisa que ela consegue sentir quando pensa em tudo o que está acontecendo.

Amy sente raiva dela mesma por ter sido ingênua a ponto de quase ter baixado a guarda. Por um instante ela imaginou que talvez pudesse confiar em Taehyung.

Teria sido um erro terrível. Ele não é só um mauricinho rico, é também um político e ela sabe muito bem o que os políticos são. A única coisa que importa para eles é conseguir votos e numa cidade conservadora como Tulsa a única maneira de conseguir isso é sendo perfeitamente impecável, com a família perfeita e eles não medem esforços para conseguir as duas coisas.

Depois de andar por quase vinte minutos Amy finalmente consegue entrar em um táxi, ela pede ao motorista que a leve para a lanchonete. Por sorte tem um uniforme guardado no armário e Eduard sempre chega bem cedo para organizar as coisas, então provavelmente ela não precisará esperar muito até que ele chegue.

Quando o motorista para em frente à lanchonete, Amy paga a corrida e sai do carro. Ela tenta abrir a porta, mas está trancada.

Ela bate no vidro na esperança que Eduard já esteja lá dentro, tudo o que ela quer é deitar um pouco no estoque, mas ninguém atende.

Amy ainda se sente um pouco tonta por causa da quantidade de bebida que enjeriu há poucas horas atrás. Ela se escora na parede e enfia a mão na bolsa para pegar o celular que manteve desligado durante toda a noite. Ela pressiona o pequeno botão que fica na lateral do aparelho para liga-lo.

Assim que a tela se acende começam a chegar às notificações, algumas ligações de seu pai, duas chamadas de Taehyung e cinco mensagens de sua mãe que ela descarta sem ler.

Amy não faz parte de nenhuma rede social há anos, exceto por uma conta fake que ela mantem no Twitter que usa de vez em quando para ficar atualizada das noticias da cidade e sobre alguns artistas que ela curte.

Ela abre o aplicativo e digita Kim Taehyung na barra de busca e não demora a acha-lo. "Kim Taehyung, Renomado advogado, Defensor dos direitos humanos, Assessor do prefeito de Tulsa, Filantropo e Marido exemplar." É o que está escrito logo abaixo da foto dele.

Amy se surpreende com a popularidade que ele tem em Oklahoma, são mais de duzentos mil seguidores.

Como ela nunca havia ouvido falar nele?

Taehyung faz parte de diversos projetos sociais pelo estado e parece que ele tem uma queda por casos que a maioria dos advogados fugiria, como trabalho escravo na Tailândia, epidemia de cólera em prisões com superlotação na África e extradições de imigrantes. Ele parece ter sucesso em todos.

— Veja o que temos aqui! – Amy se assusta com a voz de Eduard.

— E aí Ed. – Ela fecha o aplicativo e guarda o celular na bolsa novamente.

— Bom dia Amy, o que faz aqui tão cedo? Brigou com o namorado mauricinho? – Ed fala destrancando a porta.

— Ele não é meu namorado e eu não estava com ele. – Amy passa as mãos nos cabelos com impaciência. – E quer saber Ed, se eu não tivesse seguido a droga do seu conselho eu não teria confiado nele e me aproximado. Mas eu tinha que te escutar, mesmo indo contra todos os meus instintos, eu tive que te escutar. E agora eu estou fudida Ed. Eu estou FU-DI-DA! – Ela esbraveja.

PS: Não me ame!Onde histórias criam vida. Descubra agora