Taehyung

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Taehyung está sentado ao lado de Amy dentro do carro, os dois sem dizer nada. Amy está calada com os olhos baixos desde que saíram do asilo e ele não sabe o que pode dizer para conforta-la depois do que aconteceu lá dentro.

Amy com certeza ama muito a avó e a está vendo ir embora aos poucos.

— Eu sinto muito. – Finalmente ele quebra o silencio.

— Você não precisa sentir nada, eu vou ficar bem. – Amy responde sem desviar o olhar do portão do asilo.

— O problema é que eu sinto! Eu sinto muito, de verdade Amy. E eu não faço ideia de como deve ser difícil pra você vê-la assim. – Ele põe a mão sobre a dela.

— Ela sempre esteve ao meu lado, é a única que sempre esteve. – Amy fala com a voz embargada. — Eu cresci em um colégio interno em Oxford, porque os meus pais queriam ter a filha perfeita, com uma educação perfeita, uma verdadeira dama. Lá era muito solitário às vezes, porque por mais que as professoras fossem atenciosas, tudo o que uma criança quer quando acorda de um pesadelo é correr para a cama dos pais. E um dia a vó Elsa foi me visitar no colégio e me viu triste, ela me consolou e eu contei a ela o quanto eu me sentia sozinha..., na semana seguinte ela se mudou para Oxford e foi me visitar todos os dias por seis anos. – Amy conta com o olhar perdido. — Você não faz ideia da sensação de segurança que aquilo me trouxe e agora ela está morrendo aos poucos..., da pior maneia que uma pessoa pode morrer, por que ela está morrendo em vida e eu não consigo fazer nada para ajuda-la. Eu só posso assistir enquanto ela desaparece aos poucos. – As lagrimas escorrem dos olhos de Amy e tudo o que Taehyung quer é poder abraça-la, mas ele se contém porque sabe que ela não se sente a vontade com esse tipo de intimidade.

— Ela é uma mulher incrível. – Ele fala.

Amy olha para Taehyung pela primeira vez desde que saíram do asilo, mas ela não diz nada. Apenas faz que sim com a cabeça.

— O que os médicos dizem? Não existe nenhum tratamento que ela possa fazer? – Taehyung pergunta.

— Ela tem Alzheimer em fase terminal..., ela fez todos os tratamentos possíveis, com os melhores médicos. Meu pai não mediu esforços para que ela tivesse o melhor tratamento..., claro que ele faria qualquer coisa contanto que ela permanecesse longe e não envergonhasse a família com a sua doença. – Taehyung escuta ela falar e começa a compreender o comportamento revoltado de Amy com a família, como alguém interna um ente querido por vergonha?

— Seu pai é filho dela?

— Não, ela é minha avó por parte da minha mãe.

— E o que sua mãe acha disso?

— Minha mãe tem tanto medo do meu pai que jamais contestaria qualquer decisão dele. Pra ele a única coisa que importa é mostrar para a sociedade à família perfeita que tem. – Amy faz uma careta quando diz família perfeita.

— Eu sinto muito Amy.

— Não é nada de mais, eu já estou acostumada. – Ela da de ombros. – Por que a gente não vai embora daqui?

— Tá bom. – Taehyung liga o motor e dirige de volta para o centro da cidade.

Como já passa do meio dia ele acha que será uma boa ideia ir a um restaurante para almoçar. Ele estaciona em um dos restaurantes que ele costuma frequentar para almoçar com clientes.

— O que nós viemos fazer aqui? – Amy pergunta olhando para o prédio chique.

— Achei que poderíamos almoçar. Você não está com fome?

PS: Não me ame!Onde histórias criam vida. Descubra agora