Taehyung

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— Boa tarde a todos. — A voz delicada de Amy ecoa por todo o ambiente.

— Reunimos todos vocês aqui para esclarecer sobre a notícia que começou a circular nesta manhã nos jornais da cidade.
Sim..., é verdade que estive trabalhando como garçonete em uma pequena lanchonete. É claro que todos vocês devem estar se perguntando: Por que a filha do prefeito está trabalhando em uma lanchonete na periferia?

Taehyung observa enquanto Amy faz o discurso que ele mesmo escreveu.

— Bom..., a resposta para essa pergunta pode parecer estranha para algumas pessoas, mas foi uma necessidade pessoal me sentir independente dos meus pais e um pouco mais parecida como as garotas da minha idade e eu preciso confessar que não foi fácil conseguir a aprovação do meu pai. – Amy diz a última frase sorrindo, fazendo soar como uma piada. – E o motivo para manter isso em segredo? Eu acho que todo esse alvoroço consegue explicar.

Amy é boa em esconder seus sentimentos, ela fala com naturalidade e com certeza herdou de seu pai o talento de entreter os jornalistas. Ela gesticula, sorri e faz piadas no momento certo, mas Taehyung já a conhece muito bem, os olhos de Amy não conseguem mentir, a forma como ela pisca com força e com mais frequência do que de costume pode parecer natural, mas ele sabe que essa é uma forma sútil do seu corpo expressar a verdade.

Não deve ser fácil para Amy sorrir para todas essas pessoas e dizer essas palavras. Taehyung sabe que ela está triste e irritada por dentro e tudo o que ele quer é poder consola-la.

Mas ele não pode fazer isso. Não depois da sua última conversa com Allan Dickinson.

Na noite em que Amy lhe contou toda a sua história. Depois que Amy saiu do seu quarto ele foi direto para a casa do prefeito na intenção de confronta-lo, foi difícil acreditar que o homem que ele sempre admirou e respeitou seria capaz de tamanha atrocidade. Ele precisava ouvir de sua própria boca.

E de fato ele ouviu, Allan não negou e muito menos demonstrou arrependimento ou culpa, ele apenas sorriu e disse:

— Você é muito mais ingênuo do que imaginei filho.

— O que? — Taehyung pergunta confuso.

— Você acha que no mundo da política eu posso me dar ao luxo de ser sentimental? Não meu rapaz. Para sobreviver nesse mundo você precisa ter o controle de tudo e de todos.

— Mesmo se isso significar machucar sua filha? — Taehyung esbraveja sem conseguir conter sua raiva. — Você tem ideia de como tudo isso afetou ela? Da forma como ela tem vivido? De como ela tem se machucado por causa do que você fez?

— Amy tende a exagerar, ela sempre foi assim, acho que por influência da avó materna. — Allan se senta calmamente em sua cadeira no escritório e abre uma das gavetas. Ele puxa um envelope e joga sobre a mesa. — Nada passa despercebido por mim rapaz.

Taehyung pega o envelope e ao abri-lo, se depara com diversas fotos de Amy em boates dançando, com homens diferentes, bêbada ou caída pelas calçadas.

— Todas essas fotos são de jornalistas. — Allan diz ainda sentado em sua cadeira. — Me custou muito trabalho e dinheiro para abafar tudo isso.

— Você sabe que ela faz isso por causa do que você a fez passar, não sabe? — Taehyung pergunta.

— Isso não passa de uma desculpa esfarrapada para ela agir de forma desvairada. — Allan esbraveja. — Eu fiz um favor a ela não deixando ela ter aquela criança. Amy não faz ideia do que é criar um filho sozinha. E se ela foi descuidada o suficiente para engravidar de um fulano qualquer, ela deve assumir as consequências disso e continuar a viver sua vida. Mas ela prefere viver como uma louca me culpando pelos seus erros. E honestamente, eu já a deixei fazer o que queria por tempo demais..., eu já estava pensando em resolver essa situação de uma maneira um pouco mais radical.

PS: Não me ame!Onde histórias criam vida. Descubra agora