PS: Não me ame!

Taehyung

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— Amy, você vai contar o que aconteceu entre você e o Jimin? – Apesar de Jimin ter contado muita coisa, Taehyung deseja saber o que Amy tem a dizer sobre tudo isso.

— E por acaso, Jimin não te contou o que aconteceu? – Amy leva a garrafa até a boca e bebe a vodka quase toda.

— Contou. – Taehyung diz a verdade porque não parece certo mentir enquanto exige sinceridade. – Mas eu quero escutar o que você tem a dizer.

Amy revira os olhos com impaciência e tenta levar a garrafa até a boca novamente, mas Taehyung segura sua mão para impedir que ela beba mais, ele não quer que ela esteja bêbada quando estiverem conversando.

— Amy, o que aconteceu depois que você saiu da faculdade? – A expressão assustada de Amy mostra que ela sabe exatamente sobre o que ele está falando.

— Aconteceu isso que você está vendo. – Amy abre os braços mostrando a si mesma. – Eu decidi viver minha vida e foi quando eu conheci Eduard e comecei a trabalhar na lanchonete.

— Não, Amy! Aconteceu alguma coisa antes de você conhecer o Eduard, por que você não consegue me contar? — Taehyung pergunta.

— Que porra o Jimin foi falar pra você? – Amy pega a garrafa da mão Taehyung e volta a beber.

— Ele me contou sobre você ter ficado grávida. – Taehyung grita.

Toda essa situação está deixando-o irritado.

— Eu já disse pra ele que isso não é verdade. – Amy responde e Taehyung gostaria de acreditar, mas a nuvem que surge sobre os olhos de Amy quando ela diz essas palavras, deixam claro que é mentira.

— Eu sei que seu pai mandou motorista ir te buscar na faculdade e sei também que alguns dias depois você ficou internada de forma sigilosa no hospital. – Taehyung começa a falar todas as informações que conseguiu reunir sobre o passado de Amy, algumas coisas não faziam muito sentido, mas agora parece que tudo se encaixa. – Amy, não há nenhum registro da sua internação por que Allan Dickinson cobrou um favor ao diretor do hospital. Você não ficou internada porque ficou doente, você ficou internada porque fez um procedimento ilegal.

— Você contou isso ao Jimin? – A voz de Amy sai fraca.

— Não. Eu não disse nada. – Taehyung se aproxima de Amy devagar. – Amy, por que você ficou internada?

— As coisas não aconteceram como você está imaginando. – Amy está imóvel, como se estivesse paralisada.

— Então explica pra mim. – Taehyung pede.

— Por que? – Os olhos de Amy estão marejados. – Que diferença isso faz pra você?

— Eu só estou tentando te entender. – Taehyung segura os braços de Amy para que ela olhe para ele. – Eu quero entender você.

— Mentira! – Amy grita. – Isso não faz diferença alguma pra você, o que você quer é confirmar suas suspeitas de que eu sou a filha mimada e rebelde do prefeito. Você acha que eu bebo pra aborrecer o meu pai? Acha que eu vou a boates dormir com desconhecidos porque assim eu vou envergonhar a minha família? E agora você acha que eu fiz um aborto. – Amy para de gritar e olha fixamente nos olhos de Taehyung. – Você não sabe de porra nenhuma, você é um escroto como todos os outros que só sabem ficar sentados em seu pedestal julgando todo mundo.

— Amy, eu tenho que admitir que a impressão que você passa é de uma menina mimada que supervaloriza seu sofrimento. Mas algo dentro de mim acredita que existe outra história por trás disso tudo e eu não posso ignorar isso. – Taehyung desabafa. — Me conta o que aconteceu para te deixar desse jeito. O que te machucou tanto?

— Você quer saber mesmo o que aconteceu? Eu vou te contar Kim Taehyung. – Amy se senta na cama. – Depois de algumas semanas que Kevin me deixou eu descobri que estava grávida..., eu fiquei desesperada, minha avó já estava internada e não poderia me ajudar. Então eu fui procurar minha mãe, porque a final de contas eles são meus pais e me ajudariam. Pelo menos foi o que eu pensei quando o motorista foi me buscar no alojamento da faculdade. – O olhar de Amy fica sombrio e triste. – Quando eu cheguei em casa, minha mãe estava me esperando, ela pediu que levassem um chá para o meu quarto, me lembro que aquela foi a primeira vez que eu me senti segura naquela casa. Enquanto bebíamos o chá, eu contei a ela tudo o tinha acontecido e tudo o que eu estava sentindo. — Amy dá uma risada sombria. — Eu deveria ter suspeitado, ela estava muito calada, parecendo triste. Mas eu só entendi o que estava acontecendo quando eu comecei a me sentir tonta e muito cansada. Quando me dei conta do que estava acontecendo eu tendei fugir, mas eu apaguei antes de chegar na porta do quarto. – Amy começa a chorar. – Quando acordei, eu estava no quarto do hospital e o meu pai estava em pé, ao lado da cama e a única coisa que ele disse foi: "O que nós fizemos foi para o seu bem.". E então eu soube o que tinham feito.

— Amy... – Taehyung não faz ideia do que pensar ou dizer para conforta-la. – Como Allan foi capaz de fazer isso?

— Você não faz ideia de quem é Allan Dickinson e nem do que ele é capaz para conseguir o que quer. – O rosto de Amy está vermelho e cheio de dor. – Eu queria ir para outro país e criar o meu filho sozinha longe de tudo isso, mas isso não seria bom para os negócios, afinal de contas, alguém poderia facilmente descobrir o mal passo da filha de Allan Dickinson e usar isso contra ele.

— Amy..., eu sinto muito. – Taehyung se senta ao lado dela na cama.

— Não sinta. Eu sobrevivo com isso a muito tempo, não vou morrer agora. – Amy limpa o rosto com a manga da camisa e se levanta. – Agora você sabe de tudo, espero que esteja satisfeito.

Taehyung a observa pegar uma garrafa de uísque no bar e caminhar em direção a porta, ele queria se levantar e abraça-la. Ele queria dizer que nunca mais vai deixar que alguém a machuque desse jeito ou apenas beija-la e faze-la se sentir amada.

Mas ele não tem esse direito, não depois de força-la a contar tudo isso a ele, por isso Taehyung permanece imóvel enquanto ela vai embora.

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Continua....

Música: Film Out