[2091: FINAL]

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[PARK JIMIN]

Eu não sei se estou indo pela direção certa. Eu sei que estou tentando voltar exatamente pelo mesmo caminho que fizemos para chegar até a casa das celas.

Mas dessa vez parece que os meus pés pesam, parece que a minha respiração está ainda mais arrastada. O Jungkook está na Mansão, esperando que eu vá até lá. Eu não ignoro a possibilidade de ser uma armadilha, realmente pode ser... Mas eu sei que independente de ser uma armadilha ou não, o Jungkook só será solto se eu chegar até lá. Se quem tiver que me ver, realmente me ver.

E o que me me move, o que me força a puxar minhas pernas com mais força na minha corrida entre as árvores devido a sensação de estarem mais pesadas, é justamente a sensação de que não é totalmente uma armadilha.

Eu sempre tive a minha intuição ao meu favor. Eu sei busquei sentir e prestar atenção às minhas sensações internas para saber exatamente o momento de ter que roubar alguém quando eu morava no padrão C, por exemplo. Naquela época, eu fui obrigado a aflorar esse meu lado intuitivo, porque se alguma coisa desse errado, poderia não ter comida em cima da mesa da casa com o meu pai. Em momentos de sobrevivência, a gente acaba desenvolvendo alguns super poderes como, neste caso, a minha intuição.

E eu sinto que me afastei desse meu sentimento interno a partir do momento que eu me afastei dessa minha necessidade de sobreviver; do momento em que tive que me afastar do padrão C. Diante do momento que vim trabalhar na Mansão, que o Jungkook pagou a dívida do meu pai e eu acabei trabalhando apenas por mim e para mim, além de me envolver com o próximo líder da Regência, eu percebo que não tive mais que lutar pela minha sobrevivência - pelo menos, não literalmente. Eu tive que sobreviver às implicâncias, às soberbas, às ignorâncias... Mas, de fato, sobreviver, não morrer de fome, não era mais a minha luta. E eu perdi a minha sensibilidade à minha intuição. É como se eu não precisasse mais dela.

Por isso, o fato dessa sensação apoderar o meu corpo, os meus movimentos e os meus pensamentos diante a minha imersão cada vez mais entre as árvores, me indica que realmente eu preciso do Jungkook para sobreviver. Eu preciso ajudá-lo, eu preciso estar ao lado dele para sobreviver. Tudo se tornou uma questão de sobrevivência. Ter o Jungkook novamente ao meu lado é uma questão de sobrevivência. E é curioso porque eu sou capaz de morrer por isso... Buscando por isso. Lutando até o fim pela minha sobrevivência.

De qualquer forma, eu tento seguir os ruídos, gritos e barulhos que advém do embate do Movimento com a Regência, como também busco por qualquer indício luminoso além da minha lanterna que pouco ilumina de fato o meu caminho, tendo em vista os movimentos contínuos do meu corpo pela minha corrida. Eu tropeço, me embolo em galhos mais baixos, mas não paro de ir em direção à Mansão. Tanto a minha respiração como os impactos dos meus pés sobre a grama e as folhas molhadas, se tornam cada vez menos audíveis e notáveis diante a minha aproximação da Mansão.

— Finalmente... — digo em um suspiro pesado e falho diante a minha falta de ar pela minha pressa e ânsia em chegar logo.

Eu diminuo os meus passos conforme percebo a minha eminência de sair dessa floresta, que querendo ou não, essa doma de troncos e copas altas e médias me deixam, de certa forma, protegido. Eu abaixo um pouco o meu corpo, andando um pouco curvado para observar melhor o que está acontecendo mais a frente.

Dá para notar que os embates diretos uns com os outros estão em maior quantidade, o que pode indicar uma falta de reposição do armamento; arcos podem estar sem flechas, armas podem estar sem bala. E eu me esforço e muito para não olhar na direção do chão, tentando ignorar a existência de vários corpos pelo espaço.

[2091] || pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora