[CINQUENTA E QUATRO: Filho.]

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[PARK JIMIN]

Mais calmo, eu não me mexo mais durante o percurso que fazemos até a sede do movimento.

Na verdade, conforme a minha adrenalina e minha raiva foram diminuindo, eu apenas me afundei ainda mais no banco, no meio entre o Taemin e o Yoongi, com o meu choro silencioso contínuo e melancólico exatamente como a escuridão que nos cerca pelo caminho no meio do nada que fazemos.

Já faz um tempo em que saímos de uma das estradas principais do padrão D, então me indica que estamos mais perto e devemos estar chegando.

Meu estômago embrulha e eu com certeza vomitaria se eu estivesse ao lado da janela, diante a toda a situação de chegar na sede sozinho sem o Jungkook. Eu me sinto completamente despedaçado internamente, e eu tento me forçar a não pensar nas inúmeras crueldades que ele pode estar sofrendo agora.

O carro internamente está completamente silencioso, cada um com seus pensamentos, sendo as respirações e as minhas fungadas o único barulho que interfere na atmosfera interna.

Eu sinto as minhas mãos aquecidas sobre o meu colo já que as mãos do Taemin e do Yoongi permanecem por cima das minhas. Mas a mão do Seokjin perdeu o contato com o meu joelho quando a posição torta em cima do banco da frente deve tê-lo incomodado.

Meus olhos se mantém presos na escuridão a minha frente que vejo pelo vidro da frente do carro, enquanto as lágrimas simplesmente escorregam pelas minhas bochechas sem qualquer tipo de permissão. Eu sei que eu estou esvaziando... Que assim a minha pressão interna está sendo esvaziada. Por isso que não paro de chorar; não tento segurar essas lágrimas doídas e culpadas.

O sentimento de culpa se apoderou do meu coração e dos meus pensamentos. E eu não quero tirar tal sentimento e tais pensamentos das suas posições. Eu quero sentir isso, quero pensar assim, quero realmente sofrer porque tudo foi culpa minha.

Nada vai mudar minha culpa.

Se não fosse por minha causa, pela minha burrice, Jungkook estaria aqui.

Meus olhos são atraídos para outros carros parados no meio do nada que só podem ser identificados devido ao farol do carro em que estamos, iluminá-los logo a frente. O carro que estamos diminui a sua velocidade, me indicando que chegamos na sede.

Eu queria ficar afundado nesse silêncio e nessa escuridão até que o Jungkook aparecesse para mim. Eu queria que fosse ele quem me ajudasse a sair do carro, e não o Taemin. Queria que fosse ele quem me ajudasse novamente a descer as escadas para o buraco da sede, e não o Yoongi. Queria que fosse a voz dele que eu escutasse pelo corredor principal onde caminhamos agora, e não do Seokjin.

Eu quero o Jungkook. Quero com todas as forças que ainda me restam.

— Eu quero ver a Jiwon... — digo para quem quer que seja quando chegamos no salão principal da sede.

Eu sinto olhares sobre mim novamente. Muitos olhares... E somente agora levanto o meu olhar para ter a dimensão de quantas pessoas têm no salão essa noite.

O salão permanece da mesma forma. Em uma unanimidade acizentada, tanto paredes como mesas retangulares metálicas, sendo que do outro lado de onde estamos, se posiciona um pequeno palco.

Mas diferente de quando vim para cá pela primeira vez, desta vez está realmente lotado. Me dá a impressão que todos os espaços e cadeiras e mesas estão ocupadas.

— Quanta gente... — Seokjin fala atrás de mim.

— É... — Yoongi diz simples. — Mais pessoas quiseram se juntar a nós nessas últimas semanas.

[2091] || pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora