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[PARK JIMIN]Minhas pálpebras estão pesadas demais para conseguir abri-las neste momento, quando me dou conta do meu corpo sobre a cama.
Mesmo sem olhar diretamente, eu sei que o Jungkook não está mais deitado, tendo em vista que não tem nenhuma parte do seu corpo me tocando de alguma forma - ele tem essa mania de dormir me tocando, nem que seja a pontinha do seu dedo. E, também sei que ele não está, pelo fato do frio que sinto entrar por baixo da coberta, por algum canto da mesma que esteja dobrada ou mal posicionada; tal qual deixamos quando saímos da cama. Isso me faz contrair o corpo e puxar ainda mais a coberta para mim, chegando a cobrir até metade do meu rosto, lutando contra a minha preguiça matinal.
Já está mais do que na hora de me acostumar com o frio, no caso, a Inversão de Inverno, mas tem dias que parece que fica tudo ainda mais gelado. E aqui, na casa do Jungkook, onde todos os cômodos são amplos, arejados, cheios de janelas, eu tenho a sensação de sentir mais frio do que na minha casa no padrão C, mesmo que aqui tenha lareira em qualquer canto.
Eu diria até que não consigo mais perceber quando a lareira faz parte do cômodo, já que me acostumei com os estralar da madeira e com todos os cantos minimamente abafado. É como se essa sensação morna envolvendo o cômodo e esse barulho de estralo sempre estivessem presentes na casa, desde o primeiro momento em que cheguei aqui. Minha casa era pequena, em contrapartida, quase não tinha janela e muito menos era arejado como aqui. E esse é o ponto crucial... O tamanho daqui é tudo grande e amplo. E, de certa forma, isso transparece mais a sensação de frio.
E hoje, pelo jeito, o lado de lá da ponte ficará com frequência em meus pensamentos.
Hoje é, enfim, o dia do Evento.
E tudo que aconteceu do lado de cá foi desencadeado a partir do momento que eu conheci o Jungkook do lado de lá. Quanto mais eu vivo aqui, quanto mais eu me acostumo com o aqui, quanto mais eu interajo com as pessoas daqui; mais eu lembro de lá. Mais eu quero esse mesmo conforto que eu sei que existe aqui, para as pessoas de lá também. Então o Evento é para dar um susto nos padrões, mas, principalmente, também para dar um pouco de esperança para os padrões do lado de lá.
E como se não bastasse essa dicotomia geográfica e social acontecendo nas nossas vidas, também faz uma semana em que o Jungkook me pediu em casamento.
Desde então, eu tento me esquivar da sua pergunta, querendo me focar apenas no Evento e no que estamos prestes a fazer.
Eu não contei para ninguém do seu pedido, até porque eu não tenho dúvidas sobre a resposta, eu só não acho que agora é o momento certo para gente pensar sobre isso. Eu tenho certeza que amanhã, depois que tudo que temos que fazer na noite de hoje se concretizar, eu vou conseguir dar a resposta para o Jungkook.
Respiro fundo.
Viro meu corpo e encaro o teto ao perceber que as minhas pálpebras não pesariam mais.
Evento e casamento.
Quando eu pisei na Mansão, não imaginei que algum dia eu teria esses tipos de pensamentos rondando a minha cabeça, até mesmo me atrapalhando para dormir. E é por isso que toda vez que eu penso nisso, eu solto pequenos risos pela especificidade e curiosidade que é a vida. Dificilmente as coisas serão da forma que a gente quer ou que a gente imagina; a gente acredita que tem tudo ao nosso controle, para as coisas serem feitas no nosso momento, mas nem tudo acontece dessa forma. A vida me surpreendeu tanto, mas tanto, que estamos prestes a dar um aviso para a Regência de uma Nação que as pessoas desprivilegiadas estão esgotadas de tanta negligência.
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[2091] || pjm + jjk
FanficO ano é 2091, e o mundo como conhecemos não é mais o mesmo. A população que resta se divide nas Nações Norte, Sul, Leste e Oeste; e nas cores das vestimentas em preto, verde, branco e marrom, sendo a Nação Norte a mais próspera. Não que a prosperida...