Capítulo 48

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ANGEL

Três dias se passaram desde que Alex esteve aqui.

Três longos dias em que meu filho chora de aflição por não ter o pai presente.

Três dias em que ele me pergunta, incansavelmente, se a culpa de tudo isso é dele.

— Você não tem culpa de nada, Tom.

Eu estava sentada na  minha cama recostada a cabeceira com ele ao meu lado.

—Mas eu não entendo, mamãe. Por que meu papai saiu daquele jeito?

— Ele deve ter tido alguma emergência.

— Até agora?

Ele não era bobo. Sabia que os dias tinham passado e Alex não dera nenhum sinal de estar interessado em ver o filho.

— Quando ele voltar, você vai estar pronto e aí vocês vão poder conversar durante horas e horas, eu prometo.

Ele se afasta e me olha.

— Mamãe, eu posso fazer uma pergunta? — assinto. — Você não vai ficar brava?

— Claro que não, como eu poderia ficar brava com você?

Ele me deu um meio sorriso.

— Por que eu não posso ter uma família como as outras? Todo mundo que eu conheço tem um papai e uma mamãe que moram juntos e são felizes. — faz uma carinha triste. — Por que eu não?

Suspiro e tento entendê-lo. Sei que também não é fácil pra ele, mesmo que todo esse tempo eu tenha tentado suprir a falta do pai, um pai é um pai.

— Nem todos os casais permanecem juntos, meu amor, mesmo aqueles que tem filhos. As vezes, precisam seguir caminhos diferentes e se separar.

— Foi o que aconteceu com você.

— Foi. — respondo, mesmo que não tenha sido uma pergunta. — Já está muito tarde, Tom. Todos já foram dormir e você precisa ir também.

— Tudo bem mamãe.

Se ajeita na cama e deita colocando a cabeça no travesseiro. Desde que ele viu o pai, ele não dorme mais sozinho, acorda no meio da noite gritando e chorando, isso está acabando comigo.

Dou um beijo em sua testa e me deito ao seu lado, observo ele dormir por um tempo e depois de me certificar que ele esteja confortável, pego no sono sem dificuldade.

(...)

— Oi Sophie. — atendo o telefone.

— Senhorita Grace aquele senhor que esteve aqui outro dia está insistindo em falar com a senhorita.

Me levanto sentindo a raiva me dominar.

Como ele ousa?

Mande-o embora. Se ele persistir, chame a segurança. Só tire ele daqui.

— Sim, senhorita.

Uma Mulher em Minha Vida - Livro 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora