Capítulo 63

361 52 21
                                    

ANGEL

Mandei uma mensagem para ele que disse que estava em casa. Eu havia pegado um táxi e estava em frente ao portão. Não posso negar que senti um frio na barriga ao me ver parada na frente do seu portão esperando que ele autorizasse minha entrada, autorização que me foi negada de todas as formas possíveis.

Evito pensar nisso, não quero lembrar do passado agora. Vejo o enorme portão de ferro se abrir e o carro começa a andar. Pago ao taxista quando chegamos na frente da mansão e desço do veículo indo até a entrada da porta. Assim que paro eu vejo a porta abrir e logo a figura de Jô aparece com um enorme sorriso no rosto.

— Angel! Que saudade!

Sou pega de surpresa quando ela atira os braços em mim e me abraça com força.

— Eu também, Jô.

— Alex me contou tudo, que bom que se acertaram. — diz animada. — Quero conhecer o Thomas.

— E vai. — digo sorrindo. — Prometo trazê-lo aqui assim que der.

— Irei cobrar. Alex está no quarto, pode ir até lá.

Agradeço em seguida subi as escadas, ainda sinto um friozinho no estômago e a sensação de que meu coração irá sair pela boca a qualquer momento.

Bato na porta e logo escuto sua voz me mandando entrar.

Entro no cômodo e vejo que está absolutamente tudo igual do jeito que eu me lembrava. Alex está enxugando os cabelos perto da cama, ele está vestindo apenas uma calça moletom que está pendurada em seus quadris.

— Tudo bem? O que você tinha que falar de tão urgente que tinha que correr até aqui. — fala sorrindo. — Eu poderia ter te encontrado na sua casa.

— Eu fui no orfanato.

Ele parece surpreso.

— Já?

Balanço a cabeça.

— Sim, falei com a dona Sofia.

Joga a toalha na poltrona e se aproxima.

— Que bom. Conseguiu ver as crianças? — pergunta e eu nego. — Por que?

Engulo em seco antes de responder:

— Ela me disse tudo o que você fez pelo orfanato. Eu não sabia que você ainda tinha contato com eles, não depois de tudo o que aconteceu.

Alex pega a minha mão e me guia até a cama, me sento e ele senta de frente para mim.

— Eles me ajudaram bastante quando eu precisei, queria retribuir de alguma forma.

— Ela também me contou que você planejava adotar o Thiago.

Ele se levanta da cama.

— Angel, isso foi antes de conhecer o Tom.

Também me levanto pronta para falar.

— Alex...

— Mas isso não muda nada. — diz. — Mesmo que eu ainda tenha medo da paternidade e do choque inicial que tive quando conheci o Tom, mesmo assim ainda quero adotar o Thiago. Eu sempre gostei daquele garoto e pra mim o fato dele estar naquele orfanato até agora só o torna ainda mais especial. — me explica. — Eu vi os anos passarem e ele continuar lá. Cada vez que alguém novo entra e vai embora primeiro o destrói um pouquinho e eu não quero que ele passe mais por isso.

Uma Mulher em Minha Vida - Livro 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora