Capítulo 9

4.6K 337 31
                                    

Primeiro: quero agradecer a Orfao_ e a PatriciaSantos032 pelos comentários. Estava com muito medo de a história não estar ficando boa, mas ver o comentário de vocês me incentiva 💓

Segundo: os textos não estão revisados, entoa me perdões pelos erros.

Seguem três capítulos fresquinhos para vocês, boa leitura 💓

___________

O caminho foi silencioso.

Chegamos rapidamente ao centro da cidade.

Marcos estava concentrado durante todo o trajeto. Os olhos fixos na estrada, mas ao mesmo tempo entregando que ele estava em outro mundo imerso em seus próprios pensamentos.

-Um restaurante? - perguntei assim que ele estacionou na frente de um popular estabelecimento.

Conhecido pelos críticos de plantão, o restaurante "Amélia's" era frequentado por um publico jovem e detinha as melhores posições nos rankings online. A comida e o ambiente agradável proporcionavam uma experiência única aos seus visitantes. 

Ele assentiu e saiu do carro, contornando-o rapidamente para abrir a porta do passageiro.

-Sua reunião de negócios será nesse restaurante? - o questionei, confusa.

Não conseguia imaginar dois burocratas do meio corporativo, trajados socialmente, entrando em local como aquele. Não que o estabelecimento fosse ruim, mas não era algo requintado o bastante. A decoração era despojada e cheia de grafites em tons neutros, meses de madeira eram dispostas na parte externa com um guarda-sol branco sobre elas.

O rapaz ao meu lado se desfez de seu terno e gravata, abrindo o primeiro botão de sua camiseta, ajeitando seu cabelo no retrovisor e por fim subindo a manga de sua camisa até a altura do cotovelo. As peças de roupa que sobraram, ele arremessou no banco de trás do carro e se olhou mais uma vez no reflexo.

-Bem melhor - o ouvi suspirar.

Para mim não havia diferença, ele fica lindo com ou sem aquelas peças, era como se qualquer roupa se ajustasse perfeitamente ao seu corpo. Ou como se sua beleza fosse desenhada para todos os estilos. 

Marcos esticou o braço para que eu o segurasse, mas recuei.

-Apenas para o caso de cair de cara no chão - ele reafirmou o gesto.

Aceitei o convite, entrelaçando minha mão entorno de seu braço e acomodando minha mão sobre a dele de forma delicada. Confesso que as faíscas começaram a brotar pelo local onde nosso corpo se encontrava e irradiava para todos os meus demais membros.

Caminhamos lado a lado até uma mesa próxima a janela. Ele me conduziu até a cadeira.

A iluminação dentro do local era mediana, o que proporcionava um ambiente romântico e aconchegante. Era possível ver vários casais dispostos em diversas mesas.

-Que tipo de reunião você marcou para um lugar desses? - perguntei antes de finalmente me acomodar.

Ele deu uma risada.

-Não é uma reunião - ele disse com a voz distante. - Encare como uma pesquisa de mercado.

O sorriso que abriu a seguir entregou todo o seu plano e eu parei a caminhada, imediatamente desvencilhando meu braço do dele.

Uma mesa com duas cadeiras em um local perfeito para encontros românticos. Marcos pensava que eu era inocente ou burra?

-Não - chacoalhei as mãos. - Você me trouxe para o seu matadouro.

Ele riu, com sarcasmo.

-Não, aqui não passa nem perto de ser o meu matadouro - falou com rispidez. - Estou apenas querendo que coma algo, já que ficou esperando por duas horas fora da sala de jantar, igual uma idiota.

Marcos parecia irritado, mas não comigo. Algo o perturbava.

-Por favor, apenas vamos jantar, isso posso lhe garantir - as palavras foram firmes e confiantes. - Não tenho intenção alguma de levá-la para a cama.

Nossa, aquela frase havia doído mais do que eu imaginava que fosse possível.

Eu não era atraente o suficiente? Não fazia o seu tipo?

-O senhores já escolheram a mesa? - perguntou um garçom, o rapaz olhava minha segurando a cadeira e em seguido o homem ao meu lado.

-Estou apenas aguardando para verificar se minha amiga ainda deseja comer algo - Marcos o respondeu.

Meu estômago no mesmo instante produziu um ruído indesejado, chamando a atenção de ambos os homens.

-Acho que já temos nossa resposta - Marcos tentou conter uma risada. - Se puder trazer alguns petiscos, ficarei agradecido.

O homem saiu apressadamente enquanto Marcos olhava pela janela. O homem contornou a mesa, sem esperar que eu tivesse algum tipo de reação e se sentou. 

Eu era sua amiga. Me perdi nesse pensamento. 

-Não irá se sentar? - perguntou. 

Olhei para a cadeira. Que mal teria em comer algo? Afinal, minha barriga estava queimando. Poderia apenas sentar naquela cadeira e sorri como se tudo fosse algo programado. 

Meu erro estava em pensar que Marcos tinha alguma intenção a mais comigo. Era óbvio que ele apenas me via como a secretária de seu rival. Até mesmo Iago havia me alertado sobre sua proximidade. 

-O que deseja comer? - me questionou, com os olhos atentos no cardápio. 

Peguei o cardápio nas mãos e analisei as opções. 

-Um x-burguer duplo cheddar - falei. 

Ele sorriu de canto de boca e soltou uma risada. 

-Que foi? - perguntei. 

-Você tem cara de quem pede uma salada no primeiro encontro - respondeu. 

Olhei envolta e acenei assim que um dos garçons olhou em minha direção. 

-Ainda bem que isso não é encontro, então - retruquei. 

O rapaz deu de ombros e fechou o cardápio, colocando-o sobre a mesa. 

-Como posso lhes ajudar? - perguntou o rapaz. 

-Um x-tudo sem tomate, um x-burguer cheddar duplo e uma coca de um litro - falou.

O garçom anotou o pedido com agilidade e retirou os cardápios da mesa, se retirando log em seguida. 

-Sem tomate? - tentei focar em um assunto para que não ficasse um silêncio constrangedor. 

Ele sorriu. 

-Um lanche com frutas? Passo - ele parece incrédulo, mas notei o tom exagerado como uma brincadeira. 

Optei por entrar em suas provocações. 

-Mas e a banana? - coloquei os braços sobre a mesa e aproximei. 

-Ela não conta - falou, também se apoiando em seus cotovelos e aproximando ainda mais. 

Olhei envolta, fingindo procurar alguém que estivesse prestando atenção em nossa conversa. 

-E por que ela não conta? - sussurrei como se fossemos cumplices. 

-Porque ela é da terra - falou como se fosse óbvio. 

Eu queria muito rir, mas tive que fazer um enorme esforço para conter a gargalhada. 

-Você sabe que o seu argumento é bem bosta, né? - disse, finalmente explodindo em uma estrondosa risada.

O rapaz me encarava com admiração e encanto, era como se tudo aquilo fosse novo aos seus olhos. 

BordôOnde histórias criam vida. Descubra agora