Capítulo 51

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No dia seguinte todos, inclusive eu, pediram demissão.

Esse foi o acordo que três bêbedos fizeram após muitas latinhas de cerveja e alguns copos de whisky com gelo. Obviamente, incluindo um sonolenta mulher embriagada de guaraná em seus planos doidos.

E também, diante da promessa feita pelo álcool, logo cedo me entregaram um comprovante de pagamento referente ao tratamento da minha mãe. Eles deixaram o primeiro ano de tratamento completamente quitado e, disseram que ser for necessário iriam continuar pagando.

Além disso, Marcos conseguiu anular o contrato com seu pai, mediante ameaça. Meu ex quase marido falso disse que se ele não anulasse o documento, ele contaria aos acionistas e investidores tudo o que ele tramou.

Jacobs, em seu orgulho maior, não pediu desculpa aos rapazes, mas pelos rumores ele ficou abalado com a saída de seus filhos da empresa. O que gerou também muitas fofocas em sites e jornais, fazendo com que muitos projetos fossem cancelados.

Com relação a nova empresa, nos dividimos em duplas. Eu e Kev estávamos responsáveis por encontrar um local e os móveis mais acessíveis. Enquanto Marcos e Iago seriam responsáveis por cuidar da papelada e correr atrás de novos clientes.

Levamos uma semana, mas na segunda seguinte estávamos em nossa nova empresa.

Consegui um pequeno salão em um prédio no centro. Fiz algumas divisórias de MDF para improvisar uma recepção e separar o local em cinco salas. Além de um pequena copa improvisada e um banheiro.

-Emma você é incrível - Iago disse parado na porta com o pequeno leiteiro com nossa logo.

-Kev me ajudou - eu disse.

-Nem vem, você fez tudo praticamente sozinha - ele disse rindo.

O olhei brava.

-Seu apoio moral foi fundamental - brinquei.

Todos rimos.

Os irmãos de juntaram de frente pra mim, o sorrisos travessos em seus rostos indicavam que estavam tramando.

-O que estão aprontando? - perguntei, cruzando os braços sobre o peito e fazendo uma expressão séria.

Eles soltaram uma doce gargalhada.

Marcos cutucou Iago e o empurrou um passo a frente.

-Ai - ele disse rindo. - Tudo bem, eu falo - eles respondeu quando os irmãos o encararam com expectativa.

-Estou ficando com medo - falei.

Iago voltou sua atenção para mim e estendeu um papel em minha direção.

Era o contrato social da empresa.

-Ah, que maravilha, vocês conseguiram registrar o nome - falei orgulho, mas já sabia disso a muito tempo, pois Marcos havia comentado comigo a dois dias.

-Leia o documento, Emma - Kev disse gesticulando na direção do papel.

Revirei os olhos.

-Eu sei o que tem em um contrato social - disse.

Os homens pareceram impacientes.

-Leia todo o documento, por favor - Marcos implorou, fazendo uma voz manhosa.

-Isso foi muito estranho, não repita na minha presença - Iago disse ao se virar para ele e lhe acertar um peteleco na cabeça.

Em seguida retomou sua atenção para mim e me ajudou a abrir a pasta.

Inicie a leitura...

No documento havia a separação da porcentagem da empresa... 25% para Kev, 25% para Marcos, 25% para Iago e 25%.... Pra mim?

-Isso aqui é brincadeira? - perguntei assustada. - Não, não posso aceitar, eu não entrei com nenhum investimento. Não, obrigada.

Devolvi o documento na direção deles e os três discordaram com a cabeça.

-Ja está feito, Emma - Kev disse isso jogando o braço sobre os ombros de Iago.

Olhei para eles sem reação.

-Meninos.. eu não sei o que dizer - falei.

-Você faz parte disso, Emma - falou Marcos. - Não queremos que trabalhe para a gente, mas com a gente.

Iago e Kev concordaram com um sorriso no rosto.

-Eu nem sou uma Moonlight - ri envergonhada.

Kev me lançou uma piscadela.

-Você tem três Moonlight aos seus pés, docinho - ele disse. - Te faço uma Moonlight agora mesmo se quiser.

-Segura, Kev - Iago entrou na brincadeira. - Você já teve sua vez, agora deixa pra mim.

Marcos soltou uma gargalhada.

-Teremos que abrir uma competição - ele disse. - Vocês perderam, pronto.

Eu ri de suas expressões exageradas.

-Vocês não teriam chance - brinquei.

Todos fingiram estar bravos, mas logo as gargalhadas tomara contam do corredor.

-Seremos nós quatro, o quarteto fantástico - Kev gritou.

-Quem é o senhor fantástico? - provoque.

Eles fingiram pensar a respeito.

-Não sei sobre isso, mas o coisa certeza que é o Kev - Marcos brincou.

Kev começou a correr atrás do rapaz, até finalmente lhe alcançar e acertar um cascudo em sua cabeça.

-Se aquietem crianças - Iago ria. - Vamos entrar e conhecer nossa empresa.

Todos se posicionaram, aguardando que Iago rodasse a chave na porta.

Entrelaçamos a mão e sorrimos, em empolgação. Estavamos felizes por aquele momento.

-Bem vindos a nossa empresa - Iago disse ao abrir a porta.

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