Capítulo 46

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Primeiramente quero agradecer a Luzineia123 por todo apoio e mensagens de carinho. Obrigada meu anjo ❤️

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Optei por pegar um táxi e voltei para casa escondida dos rapazes.

Naquele momento eu não queria olhar para Marcos. Eu sabia que tinha um contrato para honrar, mas também entendia o quanto meu coração estava confuso. Já basta a cena do dia anterior, não queria mais agir por impulso, naquele momento eu precisa me livrar da desorientação dos meus pensamentos.

Mesmo vendo o print, mesmo que a informação fosse dada por Iago, eu ainda queria acreditar nas últimas palavras de Marcos. Poderia ser verdade que realmente tudo se aflorou após aquele bendito contrato, afinal, era assim que funcionava mas fics. Por que não poderia funcionar comigo?

-Bom dia, senhora - a recepcionista disse ao me ver se aproximar.

Dei um breve aceno de cabeça e subi para o meu andar. Não estava com um humor muito bom para interações, naquele dia eu entrei naquela empresa decida e a seguir o meu plano.

E para me ajudar nas etapas daquele arquitetado plano, não havia ninguém no local, mas considerando o fato de que eu tinha acabado de chegar e ainda era muito cedo, talvez fosse plausível o deserto do setor. Aproveitei o silêncio para organizar os pensamentos.

Em cima da mesa deixei as anotações sobre a propriedade que havíamos ido visitar e o contrato de fusão. Duas incógnitas em minha vida profissional.

O primeiro era um terreno que supostamente o próprio senhor Jacobs havia ido visitar e avaliado, não chegamos a visitar a pequena fábrica, mas os rapazes pareciam saber o que estavam fazendo. Enquanto do outro lado, um contrato de fusão redigido com a intenção de ferrar Iago.

Meu primeiro problema seria descobrir o que estava acontecendo nessa empresa.

-Emma - ouvi a voz de Crissa na entrada. Ela não parecia contente em me ver.

-Por favor, sente-se - falei e em seguida ela caminhou em minha direção.

A mulher andou lentamente e se acomodou na cadeira a minha frente. Nossos olhares fixos um no outro, uma pequena disputa territorial.

-Eu li esse contrato - apontei para o documento sobre a mesa. - Quero saber quem o redigiu.

Ela sorriu, mas estava claro sua preocupação.

-Marcos - disse sem pensar duas vezes. Uma resposta obviamente ensaiada.

Eu não era boa em avaliar as pessoas, mas sabia que aquilo não era verdade. Pela sua hesitação e expressão, era notório que aquilo era uma mentira.

Lembrei de Marcos no carro, olhando o documento como outro qualquer.

-Vou te dar um conselho, não minta - falei no tom mais sério que consegui. - Sabemos que não foi Marcos que redigiu esse documento e se você não falar a verdade, também entende que será responsabilizada, certo?

A mulher parecia assustada. Agora ela parecia encher a situação de verdade. É como se do momento que tentou me entregar o documento até agora ela não tivesse entendido o peso de seus atos. Aquele era o grande momento da revelação de seus reais problemas.

-Senhora não foi minha intenção - ela começou a falar, os olhos perdidos. - Não quero ser demitida.

Mantive minha postura.

-Me diga, quem te entregou esse documento - comecei a falar.

Ela olhou para a mesa e depois em minha direção.

-Senhora, não posso contar - falou.

O terror de contar estava acima de sua vontade de falar. Era claro que temia muito mais quem a mandou realizar aquilo do que eu. Isso indicava que era alguém de poder. Alguém com força suficiente para deixá-la apavorada.

-Espero que não dependa desse emprego para sobreviver - falei me levantando.

A menina chacoalhou as mãos no ar, um ato involuntário, mas muito característico do ser humano desesperado.

-Por favor, Emma - disse.

Estiquei um papel a sua frente, juntamente com uma caneta.

-Eu quero um nome - a informei.

A menina encarou o papel, enfrentando algum dilema interno.

-Não saberão que foi a senhora que me informou - a assegurei.

Seja lá qual argumento essa pessoa tivesse utilizado para convencer aquela mulher... Era algo que a apavorava mais do que a demissão.

Ela esticou para frente e escreveu algo no papel.

-Emma, ninguém pode saber que fui eu - ela choramingou. - Essa pessoa tem...

Suavizei minha expressão.

-O que ela tem contra você? - perguntei com preocupação.

A menina olhou ao redor como se procurasse alguma escuta ou alguém que pudesse ouvir nossa conversa. Mas não havia ninguém além de nós dua, porém ainda assim a moça parecia amedrontada.

-Fotos comprometedoras - ela disse em uma voz baixa e com o olhar direcionado a seu colo.

Meu Deus... Ela estava sendo chantageada.

-Tudo bem - disse. - Não revelarei nada, mas preciso saber para proteger o senhor Moonlight - a disse.

Ela dobrou o papel e o arrastou em minha direção. Em seguida se levantou e começou a caminhar para fora sala.

-Crissa - a chamei, assim que alcançou o corredor.

Seu corpo apenas parou, mas ela não olhou para trás.

-Se precisar conversar, pode me procurar - falei no tom mais amigável possível.

Ela assentiu a cabeça sem dizer uma palavra e continuou sua caminhada.

Peguei o papel sobre a mesa e o abri.

O nome ali escrito não me surpreendeu.

BordôOnde histórias criam vida. Descubra agora