Marcos me acomodou no assento do passageiro e colocou o cinto de segurança entorno do meu corpo. Cada movimento realizado com gentileza e cautela.
Queria parecer independente e dizer que poderia ir sozinha ao hospital. Queria não precisar dele naquele momento. Queria não estar abalada emocionalmente. Mas não adiantava eu apenas querer. A verdade é que eu não conseguiria ir sozinha ao hospital, eu precisava de alguém naquele momento e eu estava abalada emocionalmente.
Em minha mente várias teorias do que poderia ter acontecido a minha mãe me assombravam. Meu peito estava pesado e com ritmo acelerado.
Nossas condições ficariam melhores após minha entrada na empresa Moon, mas só receberia no fim do mês. Como poderia lhe dar um tratamento melhor?
-Emma - ouvi a voz de Marcos ao meu lado.
Era quase como um sopro distante que permeava pelos meus pensamentos. Ele provavelmente tenha me chamado algumas vezes, mas mal o ouvia diante dos pensamentos que me perturbavam.
O carro já estava em movimento e ele se dividia entre olhar para a estrada e me encarar. A expressão em seu rosto deixando claro sua preocupação.
-Eu estou aqui com você - ele falou segurando uma das minhas mãos.
O gesto carinhoso aqueceu meu coração. Ele estava ali comigo, eu tinha certeza disso.
-Obrigada - minha voz saiu chorosa.
Levei a mão livre aos meus olhos, identificando o acumulo de líquido naquela região. Finalmente notei a presença das lágrimas em minha bochecha.
-Se acalme, Emma - Marcos tentava me tranquilizar.
Apertei mais os meus dedos entorno da mão dele e sorri, agradecida.
Tentei limpar as lágrimas com a parte de trás da minha mão, enquanto o rapaz conduzia o carro pela avenida.
Não demorou muito para que chegássemos ao hospital.
Marcos estacionou o carro e logo em seguida me ajudou a sair.
Assim que sai do veículo ele voltou a segurar a minha mão e caminhamos juntos para a recepção do local.
-Olá - Marcos chamou uma das recepcionistas.
A mulher o olhou surpresa e estudou seu corpo como alguém que acaba de tirar a sorte grande. Não a julgo, Marcos era realmente um monumento ambulante.
Ele era aquele homem que chamava atenção por onde passasse.
-Como posso lhe ajudar? - ela perguntou com uma voz sugestiva.
O rapaz pareceu irritado.
-Estou procurando por Carmen Miranda Fell - falei, ansiosa.
A atendente finalmente notou minha presença e seus olhos foram imediatamente levados para nossos dedos entrelaçados. Em seguida, seu olhar me estudou e ela fez uma cara de reprovação.
-Um momento - disse enquanto olhava algo em seu sistema.
Marcos me lançou um sorriso gentil e eu me puxou para dentro dos seus braços.
-A senhora Fell está bem - a mulher disse. - Apenas um quadro de desmaio, mas já está tudo normalizado.
-Apenas um quadro de desmaio? - sussurrei incapaz de acreditar que ela tratava a situação com tanta leviandade.
Marcos também pareceu impaciente com o comportamento da assistente.
-Gostaríamos de ver como a senhora Fell está - ele falou antes que eu pudesse me pronunciar.
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Bordô
RomanceTudo parecia bem para Emma. Aceita como secretária do presidente de uma grande empresa, agora seu único desafio era agradar o enigmático Marcos Moonlight, que infelizmente surge como um grande obstáculo para que permaneça em seu emprego. Conhecido p...