Capítulo 6

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Minha vontade era pular daquele carro.

Olhei o enorme portão enquanto Iago registrava várias senhas consecutivas em um painel. O lugar parecia uma fortaleza de tão protegido que era.

A enorme e exagerada estrutura de metal se ergueu silenciosamente, mas eu tinha a sensação de estar entrando na jaula de um leão. Cada ruído, por mais baixo que fosse, se tornar dez vezes mais alto e ensurdecedor.

Iago percorreu o caminho, até parar de frente ao casarão.

A frente da entrada, dois guardas aguardavam sérios e dispostos em proteção. Os olhares ferozes em direção ao carro que estacionava a sua frente.

-Respira - Iago falou.

E foi só então que percebi que estava segurando a respiração.

-Vai ficar tudo bem - ele disse. - Pelo menos para você.

Meu rosto virou rapidamente, provavelmente entregando meu pânico em cada centímetro da minha expressão.

-O que quer dizer com isso? - aos meus ouvidos, minha voz saiu trêmula.

Sua mão tocou delicadamente meu ombro e mesmo com o tecido separando nossas peles, senti um alívio percorrer meu corpo.

-Você está aqui como minha assessora, não há o que temer - respondeu vagamente.

Apenas lhe lancei um falso sorriso.

Eu precisava manter o foco e profissionalismo naquele momento. Qualquer que fossem os meus temores, eu precisava ter controle sobre o meu emocional.

-Estou pronta - falei com confiança.

Iago abriu um doce sorriso e colocou a mão sobre a minha cabeça. A ação era muito semelhante a de um pai com sua criança.

-Essa é a minha garota - disse com um sorriso.

Foco, Emma. Foco.

-Vamos? - perguntei desatando o cinto e saindo apressadamente do carro.

Assim que finalmente me ajeitei, um carro começou a se aproximar até estacionar ao lado de nós. Pela porta do motorista saiu um homem uniformizado, que contornou o carro e abriu a porta de trás.

-Irmãozinho - Kev gritou, me fazendo notar a alta figura masculina ao lado da porta do carro.

O rapaz andou em nossa direção e finalmente notou minha presença.

-Emma, como sempre deslumbrante - sem poupar formalidades, Kev me puxou para um caloroso abraço.

Iago limpou a garganta e isso fez com que Kev finalmente me soltasse.

Eu ainda não sabia o quanto da nossa intimidade o Kev havia contado para deu irmão. Mesmo que nosso relacionamento não tenha durado mais do que dois meses, ainda assim, tivemos alguns coisa e eu não mentiria para Iago sobre o assunto caso ele me perguntasse.

-Esse tipo de cantada ainda funciona? - brinquei, tentando aliviar a tensão.

O rapaz a minha frente fingiu estar ofendido.

-Você me magoa dessa forma, senhorita Fell - disse o sobrenome em tom de deboche.

Dei de ombros e abri um sorriso.

Kev não havia mudado uma vírgula em sua personalidade. Era uma grande criança em um corpo de um homem. Porém, agora, essa criança vestia terno sob medida.

Em minha mente fiz uma pequena anotação: Os irmãos Moonlight era lindos.

Iago se aproximou e acomodou a mão entorno da minha cintura.

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