Capítulo 55 - Bônus

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MARCOS MOONLIGHT

Tem algumas coisas que acontecem em nossas vidas que não conseguimos explicar.

Eu classifico os últimos meses da minha vida nessa categoria.

A primeira vez que vi Emma, meu olhos ficaram presos em sua beleza. Ela encarava um vídeo espelhado e parecia triste ao comparar suas roupas com as de uma mulher que passou ao seu lado.

Ela era única.

Não havia ninguém ao redor como ela. Todos pareciam robôs treinados e ela está a ali entre eles como um ponto de luz em destaque.

A vi entrar em nossa empresa, torcendo para que ela fosse direcionada a minha equipe. Mas quando finalmente alcancei a recepção, ela já havia sumido.

Minha surpresa maior veio ao encontrá-la na sala do meu irmão.

Um ódio subiu.

Meu irmão a devoraria. Era isso que ele fazia com todas as suas secretarias.

Foi então que Kev fez a aposta comigo. Eu estava completamente irracional. Aceitei sem nem considerar os termos, apenas para ter uma desculpa de me aproximar mais dela.

Não resisti muito ao seu charme e quando a vi praticamente desmaiar de fome, meus sentidos ficaram em alerta.

Cada segundo que eu passava ao seu lado, algo crescia em mim.

Logo os meus sentimentos se tornaram o mais puro amor que qualquer um possa imaginar.

Agora, parado na janela da área de nossa casa (sim, tínhamos uma casa) eu a via brincar com nosso pequeno bebê no quintal.

Ela tinha aquele mesmo sorriso da primeira vez que eu a havia visto.

Seus olhos finalmente notaram minha presença e ela sorriu ainda mais, fazendo meu coração palpitar no peito. Em seguida acenou para que eu me juntasse a eles.

Assim o fiz.

-Olha, o papai - ela falava as palavras abrindo a boca com lentidão para que o bebê acompanhasse.

-Papa - o bebê chamou.

Era a palavra que eu mais amava ouvir. Uma coisinha tão minúscula, mas que ocupava um espaço tão grande no meu coração... Era inexplicável a sensação de ser pai.

Quando Emma me contou eu fiquei em êxtase. Agora eu podia desfrutar abertamente dessa ótima sensação.

-Sim, papai - ela concordou com uma voz doce.

Sentei atrás dela na grama e a abracei.

-O que foi, amor? - perguntou preocupada. - Aconteceu algo?

Balancei a cabeça em negativa, aproveitando para sentir seu suave aroma.

Não importa quanto tempo passasse, meu amor por Emma nunca diminuía, ele aumentava exponencialmente e eu ainda não entendia as proporções que chegaria.

Mas naquele momento eu agradeci baixinho por ser seu marido.

-Eu te amo - falei de repente.

Ela virou o corpo me encarando com os olhos semicerrados.

-Eu também te amo - disse por fim alisando meu cabelo com as mãos.

Nosso bebê se jogou sobre ela, na intenção de chamar sua atenção e rimos juntos.

-Também te amamos - Emma o ergueu no ar, provocando uma doce gargalhada na criança.

Eu a envolvi ainda mais em meus braços.

Aquela era a minha família e ninguém tiraria de mim algo tão precioso. Eu os amava e faria de tudo para mostrar isso todos os dias da minha existência.

BordôOnde histórias criam vida. Descubra agora