002

351 29 0
                                    

Todos nós nos conhecemos muito novos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Todos nós nos conhecemos muito novos. Eu conheci Alice primeiro. Mas um dia apareceu um primo dela que veio para passar as férias aqui com a tia, que também é madrinha, e o garoto se apaixonou pelo lugar e não voltou mais pra casa.

O tempo passou e ele ainda está aqui. Começamos implicar um com o outro desde o primeiro momento em que nos vimos e ainda hoje nada mudou.

Pra Alice ele é um irmão e pra mim sempre foi um idiota esquisito.

E agora esse idiota esquisito está na minha frente me fuzilando com um olhar intenso e apenas de calça jeans mostrando que não é mais o esquisito que eu achei que ele ainda fosse. Seus olhos brilhantes e de um tom de azul muito claro, boca rosada, cabelos bagunçados e barriga definida me mostra que realmente ele não é mais um esquisito.

Agora a pergunta que não quer calar é: quando ele mudou e porque eu não tinha percebido antes?

Será que me enganei e ele não é tão ruim quanto eu achava?

Gato ele é, isso não tem como negar e ainda não sei como não tinha percebido isso antes.

— O que caralho vocês duas querem? – pergunta furioso.

É, talvez ele ainda seja um idiota. Só que agora é um idiota gostoso.

— Queremos que você nos leve ao shopping. – diz Alice me tirando seja lá em que planeta eu estava.

— E quem disse que eu vou levar vocês?

— Eu estou dizendo. Isso se você não quiser que a mamãe saiba que tem uma garota no seu quarto. Coisa que tenho certeza que ela não está sabendo.

Ele bufa de raiva e encontra os meus olhos. Parece que está querendo estrangular nós duas. Eu principalmente. Seu olhar é tão intenso que não consigo dizer nada.

— Tá, me dá quinze minutos e eu levo vocês.

Alice sorri para mim e em seguida volta a olhar pra ele. — Você tem dez. Te encontro lá na sala.

Ele bufa novamente e fecha a porta na nossa cara enquanto Alice comemora nossa vitória e eu continuo sem saber quando Lucas ficou tão gato. E que isso foi muito fácil, sinceramente eu achei que seria mais difícil.

Bem, ou ele já tinha acaba o que estava fazendo ou realmente não estava gostando tanto assim.

E bem como Alice disse, dez minutos depois ele chega na sala junto com a garota. Garota essa que tem nome e um passado com ele.

Mas espera aí, eles não tinham terminado? O que ela tá fazendo aqui?

Olho pra Alice, mas ela está com a mesma cara de confusa que eu.

— Então, vamos ou vocês vão ficar aí? Eu não tenho todo o tempo do mundo. Diferente de vocês tenho o que fazer. – Lucas diz um pouco alto demais e vai embora em direção da garagem.

Filho da puta.

Minutos depois estamos todos no carro dele. Uma linda BMW preta brilhando e que a cada ronco que solta é um pedido para ir mais rápido.

Nossa, como eu queria dirigir esse carro um dia. Ou melhor dizendo, eu vou dirigir esse carro um dia. Agora só falta convencer o dono dela. Como, não sei. Chantagem será? Não, nem por chantagem ele deixaria. Mas isso não importa no momento, o importante é que vou dirigir esse carro um dia.

Lucas vai na frente com Vitória que está falando alguma besteira da qual ninguém está prestando atenção.

Não sei porque ele estava com ela. Eles passaram um tempo juntos e não deu em nada, mas parece que agora as coisas são diferentes. Quando ela não está com a mão no braço dele é porque está na perna.

Patético esses dois.

Paro de prestar atenção na vida alheia para focar na rua e percebo que não estamos indo na direção certa.

— Pra onde estamos indo? – pergunto, entretanto não é ele quem responde.

— Pra minha casa, fofa. Luquinha vai me deixar lá. – Vitória fala com sua voz enjoada.

Fofa? Luquinha? Sério isso?

Olho pra Alice que tenta segurar a risada. Essa garota é insuportável, todo mundo a detesta e ainda assim ela não se toca.

Não sei o que Lucas vê nela.

Minutos depois paramos em frente à casa de Vitória. Ela tira o cinto de segurança, vai até Lucas e o beija. E só depois de um longo beijo cheio de gloss labial ela finalmente sai do carro. — Mais tarde eu te ligo, pode ser?

— Não, deixa que eu te ligo.

— Está certo, até mais bebê. Xau, fofas. – diz indo embora

Não consigo segurar a risada, muito menos Alice e assim explodimos em um ataque de riso.

— Até mais bebê. – digo a imitando assim como Alice. — Xau, fofas!

— Será que vocês podem parar? – Lucas diz bravo, mas tem algo nos seus olhos e não é raiva.

— Que foi Luquinha, tá chateado?

Alice solta mais uma gargalhada ficando até sem ar, porém não deixa de debochar dele também. — Não se esquece de ligar mais tarde, Luquinha. Ou ela vai ficar triste. Certo fofa?

— É claro, fofa.

— Ok, ok. Eu já entendi, vocês não gostam dela.

Solto outra risada. — É sério? Nós, não gostamos dela? – respiro antes de voltar a falar. — Meu querido, ninguém gosta dela.

— Ninguém além dele já que a namora. – Alice fala entre uma risada e outra.

— Não estamos namorando. Passamos dez minutos juntos e se vocês não tivessem nos atrapalhado ela iria embora em mais uns cinco.

— E ela saiu de casa pra passar apenas quinze minutos na sua cama? Sério? Coitada.

Ele me fuzila com o olhar. Por um momento penso que ele vai parar o carro e me colocar para ir andando.

Mas não acontece e se acontecesse eu não desceria. Não desceria mesmo.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora