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Três semanas

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Três semanas...

Faz três semanas que a festa aconteceu e ainda assim todo mundo só fala nela, no quanto foi maravilhosa e no quanto adoraram a surra que eu dei em Vitória.

Ninguém gosta dela.

Mas além disso, também faz três semanas que eu não falo com Lucas. Estou evitando ele o máximo que posso e estou começando a achar que é recíproco.

Só vou na casa de Alice quando ele não está e faz um tempo que não durmo lá. O mais difícil está sendo a escola. Se bem que ajuda o fato de não estudarmos na mesma sala. Com isso, faz um tempo que não como no refeitório e sempre fico de olho pra ver se vejo ele.

Pareço uma idiota. O que é que eu estou fazendo? Não tem motivos pra não ver ele ou pra ficar me escondendo. Exceto o fato dele ter jogado na minha cara que queria ter ficado comigo, mas eu não fui atrás dele.

E por que ele não veio atrás de mim e disse que queria ficar comigo? Por que eu tinha que dizer?

— Vai ficar aqui hoje? – pergunta Alice. Todo os dias desde a festa, nós ficamos aqui na sala e ela sempre me faz a mesma pergunta. E a resposta também é sempre a mesma, mas não hoje.

— Não, vamos pro refeitório.

— Sério? – pergunta em um misto de surpresa e animação. Ela que poderia ter escondido isso, hein.

— Sim. Vamos.

Saímos da sala de aula e vamos direto para o refeitório onde algumas pessoas já estão. Nossa mesa de sempre ainda não tem ninguém.

Pego meu lanche e sento na mesa com Alice enquanto começo a comer. Não demora muito até que nossos amigos cheguem e sentem junto de nós duas.

Nenhum deles parece surpreso em me ver.

— Oi, Alice. Oi, Bia. – diz Gustavo que se senta ao lado de Manoela.

É impressão minha ou eles estão juntos?

Letícia e Anderson veem logo atrás, mas por algum motivo Anderson volta e Letícia se senta na nossa mesa.

— Isso é meu. – ela diz quando pego um salgadinho dela.

— Eu sei.

Só minutos depois que começamos uma discussão por causa do salgadinho é que Anderson chega perto de nós junto com Bruno e Lucas.

Contudo, mal os noto. Estou mais concentrada no quanto Letícia está sendo mesquinha já que não quer dividir a porra do salgadinho comigo. Caramba, ela tem muitos e mesmo assim não quer dividir.

Filha da puta.

— Deixa – me adivinhar. Bia está comendo o lanche de Letícia de novo? – pergunta Bruno.

— Pra elas estarem brigando. Tem que ser. – Anderson comenta.

Lucas não diz nada, mas percebo que me olha as vezes.

— Vocês sabem como elas são. – Alice diz.

— E vocês são amigos terríveis. Principalmente essa garota que não quer me dar a porra de um salgadinho. – digo na esperança dela me dar mais um, porém é em vão.

— Então, deixando a briga delas duas de lado, vocês viram que Ingrid nos deixou? – pergunta Manoela. E Letícia continua: — A falsa? Claro. Agora ela está de amizade com Vitória e eu soube que viraram amigas desde antes da festa de Bia.

Anderson toma um gole do seu refrigerante. — É faz tempo. E eu fiquei sabendo que ela disse a Vitória que Lucas tinha ficado com você, Bia.

O quê?

Merda, então eu não estava maluca quando pensei que ela realmente estava me provocando com ele. Ou nesse caso, por causa dele.

Bem, isso não me surpreende e relamente não estou nem aí pra ela. Pelo menos não depois que eu deixei claro que se pudesse eu nem veria mais sua cara.

Sem perceber sorrio comigo mesma pensando no quanto Anderson adora uma fofoca.

Ele esta sentado perto de Lucas que mal se mexe, pelo menos não que eu tenha reparado já que não estou nem aí pra sua presença. — Dizem que ela surtou quando soube e que iria tirar satisfação com você. – ele diz apontando pra mim.

— Comigo?

— Eu soube disso também. – Gustavo interrompe. — Ela ia te perguntar sobre isso no dia da festa... Mas afinal, por que vocês brigaram?

— Gustavo... – Bruno o repreende.

Dou de ombros. — Ela me chamou de puta.

Todos olham pra mim, inclusive Lucas.

— Sério? – Gustavo arregala os olhos e come um salgadinho roubado de Letícia. — Que coragem. Todo mundo sabe o que aconteceu com aquele cara que te chamou de puta e ainda assim ela o fez?

Ele era um idiota e mereceu eu ter jogado a garrafa na cabeça dele. Pena que depois que ele saiu do hospital nem parecia que tinha estado lá, acho que meus tapas e chutes não pioraram tudo. Inclusive ele até pegou poucos pontos, logo não foi tão ruim quanto eu pretendia que tivesse sido.

— Pelo visto, sim. – Lucas fala pela primeira vez desde a hora que sentou aqui.

Todo mundo olha pra ele, mas ele age como se não estivesse nem aí. Como sempre.

— E você, porque brigou com Marcos? – é, parece que Anderson ainda não sabe de tudo e eu também não. Presto atenção nele que me olha, mas na hora que ele vai responder o sinal toca.

Merda.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora