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Nunca em toda a minha vida eu imaginei que passaria por isso

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Nunca em toda a minha vida eu imaginei que passaria por isso. Detesto todo esse drama e sempre tentei fugir disso. Acho que por isso eu nunca quis algo sério, já pra evitar esse tipo de coisa.

— Vocês dois, podem me soltar. – digo e só então eles me soltam.

Do jeito que a situação estava, não podia piorar. Pelo menos foi o que eu pensei. Então do nada, Vitória chega perto de nós.

— Luquinha. O que está acontecendo aqui?

— Era só o que faltava. – falo mais alto do que pretendia.

— Eu não falei com você. – ela pega a mão de Lucas e o puxa. — Vem Luquinha, deixa esses dois aí.

— É Luquinha, vai com ela. – digo.

— Não, eu vou ficar.

— Sério, Luquinha? Vamos embora, essa puta não vale nem um minuto do nosso tempo.

O quê?

Ela acabou de me chamar de puta? Logo ela?

Não, não, não. Só pode ser brincadeira. Tudo que eu queria nessa porra de festa, era me divertir. E o que aconteceu? Eu fui chamada de puta?

— Vai embora cara. Ninguém te quer aqui. – ouço Marcos dizer.

Você deveria ir. O assunto é entre eu e ela, caralho. – Lucas rebate.

— Bia, diz a ele pra ir embora.

Essa filha da puta me chamou de puta?

Puta? Eu?

Tento respirar fundo e me acalmar, mas está difícil. Principalmente enquanto a olho e ela tem um sorriso estupidamente vitorioso no rosto. Um sorriso que eu estou prestes a arrancar da sua carinha e talvez alguns dentes no processo. — Você me chamou de quê? – pergunto tentando me controlar.

— De puta. Além de puta é surda?

Ouço os meninos falando cada vez mais alto ao meu lado, entretanto toda a minha atenção está na filha da puta a minha frente.

— Diz de novo. Me chama de puta mais uma vez, dessa vez olhando na minha cara. – fico de frente pra ela, mal percebi que Alice chegou perto de nós, mas escuto ela me chamar: — Bia. – inútil no momento, pois minha atenção está toda em Vitória. Não enxergo nada a nosso redor, pra mim estamos na nossa própria bolha.

Ela vacila um pouco, mas me olha e diz: — Puta.

É o bastante. Ela mal tem tempo de piscar e eu meto a minha mão na cara dela.

Isso foi bom, nossa como foi bom.

Ela me olha incrédula enquanto passa a mão no rosto, acho que não esperava por essa. Posso estar um pouco bêbada, mas não estou fraca e de jeito nenhum vou ser chamada de puta. Muito menos por ela.

Num movimento rápido segura sua mão que estava pronta vindo na minha direção e então quando me dou conta estamos uma grudada na outra. Em um momento ela tenta me bater, no outro nós duas caímos no chão e puxamos o cabelo uma outra. As pessoas tentam nos separar, mas não conseguem.

Fico em cima dela e distribuo tapas e mais tapas na sua cara. Não dou tempo dela me tocar, continuo batendo e batendo. Enquanto eu tento me defender e bater ao mesmo tempo, eu vejo sangue no rosto. Provavelmente eu a arranhei com a minha unha.

Alguém tenta me puxar pela cintura e até consegue, mas logo eu volto pra cima dela.

A arranho, chuto, puxo seus cabelos, bato com toda vontade. Eu deveria imaginar que uma hora ou outra isso ia acontecer.
Novamente alguém me puxa e dessa vez eu deixo. Não vou mais bater nela, até porque agora ela sabe que não deve me chamar de puta novamente.

Sem querer, enquanto me puxavam eu segurei sua roupa e acabei rasgando sua blusa. Deveria ter rasgado a cara inteira.

— Me solta, porra! – mando e assim me soltam, mas ficam entre mim e Vitória. Ingrid a ajuda a levantar e eu chego perto dela novamente.

Calma e plena dessa vez.

A centímetro dela eu falo: — Eu não sou puta. E acho que ficou claro o quanto eu odeio ser chamada de uma coisa que não sou, não é? – ela me olha enquanto segura a blusa rasgada. — A partir de hoje eu não quero sonhar que você pensou em mim. Se antes eu não gostava de você, agora é pior. De hoje em diante é cada uma no seu lugar, e de preferência bem longe. Pois eu não quero mais ter que olhar pra sua cara. – ela tenta manter a classe de vaca e vai embora com Ingrid enquanto me fuzila com o olhar.

Desde quando elas são amigas?

Tento acalmar minha respiração enquanto olho ao redor. As pessoas veem que a briga acabou e vão se afastando.

É, acho que estou sóbria de novo.

Meus amigos estão todos próximos, mas só agora eu os vi. Alice pergunta se estou bem e eu respondo que sim. Ela começa a arrumar meu cabelo e então percebemos o porquê de as pessoas saírem de perto de nós.

Anderson está segurando Lucas de um lado enquanto do outro está Marcos com o nariz sangrando.

Merda.

Alguém chega perto de mim, mas não entendo nada o que ela fala. Apenas olho pra Lucas que só agora me viu. Eu vejo ódio nos seus olhos, nunca o vi assim antes.

Enquanto me encara ele para de se contorcer e Anderson o solta. Percebo que ele vem na minha direção, mas eu não posso lidar com isso agora.

Não agora.

— Amiga, vamos embora. Agora. – digo e Alice percebe o porquê de eu querer ir rápido.

— Claro, vamos.

Ela pega minha mão e sai me puxando entre as pessoas. Logo chegamos ao carro de Bruno. Ela abre a porta e nós entramos. Vejo Lucas na calçada e sei que ele também me viu.

Nossos olhares se cruzam e então Alice liga o carro e saímos de lá. Começo a pensar no que aconteceu e merda.

Deu tudo errado, eu achei que...

Espera aí... Alice não foi reprovada duas vezes quando foi tirar a carteira de habilitação?

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora