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— Filha, você

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— Filha, você... – meu pai começa a dizer e para quando nos vê. Lucas rapidamente me coloca no chão e fica atrás de mim tentando esconder, em vão, que está apenas de cueca.

Caralho...

— Oi, pai! – digo e sinceramente parece que as palavras sumiram da minha boca e da de Lucas também que só diz: — Oi, tio Alberto.

Droga Lucas, isso foi tudo que saiu da sua boca?

— Oi Lucas. Ainda não me acostumei com você frequentando tanto a minha casa... E dormindo nela... E ficando só de cueca... É, desculpem eu não queria atrapalhar só vim dizer que o café da manhã está pronto.

— Certo, já vamos descer. – meu pai apenas assenti e sai puxando a porta com ele ao sair do meu quarto.

Sabe aqueles momentos em que você está doida pra rir, mas sabe que a ocasião não é nada engraçada? Então, esse é um desses momentos e eu até que me seguro, mas quando olho pra Lucas é que eu lembro que nessas horas não se deve olhar pra pessoa ao lado por motivos óbvios: você vai rir.

E assim acontece, não me aguento e começo a gargalhar sem parar e toda vez que eu tento parar a cara do meu pai vem na minha cabeça e não dá, sinceramente não dá.

Ele nunca me pegou em uma situação como essa antes, mas até que lidou bem.

Lucas por outro lado parece paralisado com os olhos arregalados e a boca aberta pronta pra deixar palavras e mais palavras saírem por ela, mas acho que ele realmente empacou e não consegue dizer nada.

Tento me controlar por um tempo até que finalmente consigo. — Está tudo bem com você? Quer um pouco de água?

Ele finalmente sai do transe. — Droga, Bia. Seu pai acabou de me ver quase pelado com você no colo.

— Provavelmente ele já te viu pelado antes, nos conhecemos desde criança esqueceu? – me sento na cama e ele vem atrás de mim parando na minha frente.

— Nunca com você no colo... Merda.

Ele realmente está levando isso a sério, foi só um flagra. Isso acontece com todo mundo. Pelo menos uma vez na vida alguém vai te flagrar de algum jeito, o nosso azar é que ele estava só de cueca e foi meu pai quem nos pegou.

— Tá tudo bem, relaxa. No máximo ele vai contar pra minha mãe e pra tia Lúcia. Agora vem aqui e vamos continuar de onde paramos. – digo chegando perto dele.

— Ele tá esperando a gente pra tomar café da manhã, nosso banho vai ter que ficar pra outra hora. Eu vou tomar banho sozinho. - ele diz indo em direção ao banheiro.

— É sério?

— Muito sério, tão sério que meu banho vai ser frio. Não, gelado. Vai ser um banho gelado.

Ele falou sério. Ele realmente falou sério. Eu não estou acreditando, que esse filho da puta...

 Eu não estou acreditando, que esse filho da puta

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— Bom dia. Como vocês estão? – pergunta minha mãe assim que Lucas e eu aparecemos na cozinha. Meu pai está sentado na ponta da mesa olhando pra nós dois com um sorrisinho no rosto, igual o sorriso da minha mãe.

— Bom dia, mãe. Eu estou bem, poderia estar melhor? Poderia, se... – começo a dizer, mas sou interrompida por uma fraca tapinha no quadril dada por Lucas.

Idiota, o que ele pensou que eu fosse dizer?

— Bom dia, tia Roberta. Eu estou bem e a senhora?

— Estou ótima, estão com fome? Com certeza estão, aqui come esse pãozinho e esse pedaço de bolo junto com uma xícara de café. Quando terminar come uma frutinha também. Tem, mamão, maçã, uva... Filha pega alguma coisa e come também.

Ah, que legal. Eu acabei de ser desprezada pela minha mãe é isso mesmo?

— Obrigada por lembrar de mim também, mãe. Se eu quero bolo? Claro que quero. Não, não quero todas essas frutas, obrigada. – ironizo e sento na cadeira enquanto Lucas sendo do meu lado.

— Não seja boba, só estou sendo legal com Lucas. – ela pega uma xícara de café e se senta de frente comigo.

— Não é a primeira vez que ele vem aqui em casa, lembra?

— Mas é a primeira vez que ele vem como seu namorado e dorme no quarto praticamente ao lado do nosso. Seja legal, ele deve estar com muita fome. – ela diz olhando diretamente para nós enquanto leva a xícara aos lábios e Lucas engasga com o café.

Ela está insinuando alguma coisa?

Não, ela não está. Pelo menos eu espero que não esteja.

— Tudo bem? – pergunto a Lucas que assenti tomando mais um pouco do liquido escuro.

Minutos depois e como o previsto, ele é o primeiro a terminar de comer. Acho que os olhares dos meus pais estão o deixando nervoso. — Bom, obrigada pelo café da manhã incrível tia, mas eu preciso ir. – diz ao levantar da mesa. — Te encontro mais tarde para o "dia de Alice".

— Mas o "dia de Alice" começa agora. – lembro.

— Eu sei, mas eu preciso ir até o shopping rápido se quiser encontrar um vestido pra você. Embora eu tenha amado esse pequeno imprevisto que me fará atrasar. Até mais tarde. – ele beija minha testa e vai embora.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora