Ela não quer um relacionamento e ele muito menos. Foram criados juntos desde sempre, mas isso não quer dizer que se gostam. Provocações aqui, brigas ali, o tempo passou e nada mudou. Pelo menos não até o seu aniversário que até então não era grande...
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Tomada banho e relaxada novamente, me enrolo numa toalha e saio do banheiro.
O que eu vou fazer enquanto Lucas não chega? Eu poderia ir comer, mas não tem comida aqui.
Também posso ver um filme, ou sei lá. Não, na verdade não estou no clima pra filme.
Merda. Não tenho nada pra fazer a não ser esperar. Acho que vou deitar... Ou, eu poderia ver mais um pouco da cobertura.
Saio do quarto e começo a entrar em todas as portas que encontro. Quarto, banheiro, escritório, cômodo vazio, quarto.
Pq ele teria um cômodo vazio?
Olhei tudo, só falta uma última porta.
Seja uma coisa legal, seja uma coisa legal, por favor...
Abro a porta e, caralho. Com certeza é legal.
É tipo uma área externa, de lazer, sei lá como chama. Tem uma mini cozinha com balcão e churrasqueira, também tem uma mesa de madeira e algumas cadeiras.
Em frente tem uns degraus e uma área descoberta com uma piscina grande e uma hidromassagem. Puta que pariu, mais legal que isso só a vista incrível da praia.
A pessoa que morava aqui devia amar ficar nessa parte da casa. Me perco olhando para a praia onde tem pessoa torrando na areia e outras engolindo água salgada do mar, realmente uma linda visão.
E ali o tempo passa tão rápido que não percebo Lucas me chamar, não antes dele gritar umas duas vezes.
Finalmente...
Saio dali e vou até o quarto onde eu estava e o encontro. — Oi! Finalmente, estava um tédio aqui.
— Onde você estava? – ele pergunta me olhando dos pés à cabeça.
— Em um lugar que mais tarde eu te mostro. Onde estão as coisas que você ia comprar?
— Aqui, eu não sabia o que comprar, nem se íamos sair ainda hoje e muito menos pra onde. – ele pega várias sacolas e começa a tirar algumas roupas de lá. — Mas.... Eu comprei um biquíni pro caso de a gente ir na praia. Eu não sei se vai servir, mas como eu já vi o seu corpo, achei que esse daria.
Não sei porque, mas sorrio com esse comentário.
O biquíni é lindo, com tons pastéis de rosa, roxo, azul e verde todas misturadas. Além do biquíni veio um tecido que provavelmente deve ser amarrado na cintura.
— Eu imaginei que podíamos sair à noite, pra jantar ou balada, não sei, o que você decidir. Então trouxe um vestido que pode ser usado para as duas coisas. – ele continua a falar e mostra o vestido.
Ele é curto, justo e seu tecido é de paitê, eu acho. É lindo. Todo preto e brilhante.
Sem perceber estou sorrindo e olhando pro vestido até que Lucas o retira das minhas mãos. — Eu também trouxe mais duas roupas pra gente sair agora. É só escolher uma. Podemos passear um pouco e tomar café, ou almoçar dependendo do horário.
Por que ele está agindo assim? Achei que depois da nossa briga as nossas conversas iriam ser iguais a da festa de ontem, vagas e rápidas.
Ele realmente quer me enlouquecer.
Acho que prefiro o Lucas babaca, pelo menos eu sabia que era o jeito dele, mas esse que eu venho conhecendo a um tempo é tão diferente que chega a ser estranho.
Como eu não percebi isso antes?
Ele pega as últimas duas roupas e me entrega.
A primeira roupa é uma camisa branca e uma saia jeans. A segunda é um cropped de renda e uma saia colada, os dois pretos.
Ele me conhece bem ou só pegou a primeira roupa que viu?
Nunca fui de ser vaidosa, sou preguiçosa demais pra isso, mas sempre tive o guarda roupa com as roupas certas pra cada ocasião.
Desde um vestido de festa chique para uma festa de negócios dos meus pais, até um cropped e short para uma festa na casa de um amigo. Bom, pelo menos de acordo comigo elas são as roupas certas.
Embora eu tenha o guarda roupa cheio não quer dizer que eu viva fazendo compras, não, é tudo por causa de Alice que me obriga a comprar alguma coisa que de acordo com ela é essencial.
— Então, você gostou? – pergunta Lucas parecendo sem jeito.
Desde quando ele fica assim?
— É claro que eu gostei, são todas perfeitas. Amei, cada uma. Mas eu tenho uma pergunta. – digo e ele assenti. — É... Nada de calcinhas?
Vejo um sorriso começando a crescer nos lábios, um sorriso malicioso. — Você vai precisar?
Puta que pariu. Esse garoto quer acabar comigo, só pode. Quando vou responder, ele me beija. Um beijo lento e suave.
Que porra deu nele?
— Relaxa, eu trouxe também. Aqui. – ele me entrega outra sacola. — Enquanto você se arruma, eu vou tomar banho.
Agora estou começando a achar que realmente não vou precisar. Ou não quero precisar.
