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— Vai, Bia

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— Vai, Bia. Faz um pedido e sopra a vela.

Um pedido. Fazer um pedido.

Parece tão fácil. Eu poderia pedir inúmeras coisas, mas o que eu realmente quero? Algo que é improvável de ter ou acontecer, já que isso é uma farsa inventada para crianças, uma coisa que eu quero no muito por agora... Já sei...

Mentalizo o que quero e sopro a vela em formato do número dezoito. As chamas se apagam e meus amigos gritam e batem palmas. Todos animados demais para apenas um parabéns, estão aprontando.

— Eu vou tirar o primeiro pedaço. – digo indo tirar o bolo das mãos de Alice, mas ela não deixa.

O que eles estão aprontando?

— Não, eu parto. Só dizer pra quem é o primeiro pedaço que eu parto. – ela se afasta.

Já fico desconfiada. — O primeiro pedaço é para mim, claro.

Bruno ri. — É claro que seria. – sorrio de volta pra ele. Pra quem ele achou que eu daria? Alice não gosta tanto de doce, então... — Eu vou ajudar Alice a partir o bolo lá na cozinha e depois a gente trás o seu pedaço.

— E por que não partir aqui? – pergunto ainda mais desconfiada.

— Relaxa, amiga. Já venho. – ela sai com Bruno e eu volto a sentar no sofá. Alguma coisa estão fazendo. Todo mundo está estranho e perto demais de mim. Não gosto muito desse grude todo.

Levanto indo em direção a piscina quando vejo Alice, Bruno, Lucas e os nossos amigos com alguns pós coloridos, tintas e outras coisas nas mãos. Merda, é claro que eles não me deixariam sair limpa daqui. Ninguém sai limpo depois de um parabéns.

Pelo menos não no nosso grupo de amigos.

— Não, vocês não ousariam... – eu os desafio, eles sorriem como psicopatas. Tento correr, mas sou segurada por mãos fortes na minha cintura e questão de segundos só vejo vermelho, azul, verde. Dourado e rosa. Pós brilhantes, provavelmente glitter de Alice. — SEUS FILHOS DA PUTA. – grito e consigo pegar um tubo, de sei lá o que, de algum deles.

Aperto o tubo e jogo na direção de qualquer um que eu consiga enxergar por baixo de toda essa sujeira. É questão de tempo até que todo mundo esteja sujo como eu. O chão está imundo e colorido. Consigo sair de fininho de perto deles e assim tenho uma noção de como estou.

Meu corpo está colorido, meu cabelo está duro e também colorido. Ando até uma área perto da churrasqueira que tem um chuveiro e começo a me lavar pra tirar metade de toda aquela sujeira. Como previsto, meu cabelo continua colorido e talvez só saia com shampoo.

Eles vai me pagar. Alice principalmente junto do merdinha do namorado dela e o imbecil do irmão.

Mesmo todos se divertindo com a pequena bagunça, logo param com a festinha e voltam a beber e se divertir. Tiro a blusa de Lucas e fico apenas de biquíni. De longe vejo Alice, Bruno e Lucas na beira da piscina, todos piores do que eu estava. — Oi, Alice. – digo me aproximando deles.

— Oi, Bi... – não a deixo terminar de fala pois a empurro na piscina fazendo ela cair em câmera lenta levando Bruno junto de si. Eles afundam e quando retornam à superfície ela me xinga. Bruno só ri e puxa a namorada para o seu abraço.

— Caramba, Alice. Você devia ver sua... – empurro Lucas também. Ele estava se divertindo demais as custas dos outros. A única coisa que eu não contava era que ele iria me puxar e nos dois cairíamos juntos.

No fundo da piscina abro os olhos e enxergo apenas uns borrões que julgo ser as pernas dos meus amigos. É, com certeza eu não contava com Lucas me puxando.

Ainda submersa sinto duas mãos na minha cintura me puxando de volta a superfície. Quando saio da água estou a centímetros de um lindo para de olhos azuis. — Estragou meu plano. – digo.

— Jogar a gente na piscina? – ele pergunta sorrindo e eu afirmo. — Mas você conseguiu.

— Consegui, mas acabei vindo junto.

— Ah, isso não fazia parte do seu plano diabólico. – suas mãos continuam em mim, nos deixando ainda mais próximos. Ele olha para minha boca por um momento.

Sorrio. — Não, não fazia.

— Então, o que você pediu? – pergunta mudando totalmente de assunto.

— Se eu contar não se realiza.

— Verdade. Não vamos falar sobre pedidos que ainda vão se realizar.

Inclino levemente minha cabeça pro lado, sinto um sorriso aparecendo no meu rosto, minha pele está arrepiada e não é por causa da água fria. — E sobre o que vamos falar?

— Vamos falar sobre os seus desejos que eu posso realizar hoje. – sussurra no meu ouvido.

Ah, está aí uma coisa que eu quero muito falar.

— Bom, então... – antes de terminar de falar sinto um jato de água molhando a Lucas e a mim. — Se não vão jogar então saiam da frente. – Anderson grita.

Porra, Anderson.

Procuro Lucas, mas ele já está se juntando aos outros pra jogar queimada. Ele não pode falar uma coisa daquela e sair de perto em seguida. Esse garoto é totalmente bipolar.

— Vem, Bia. Você vai ser do nosso time. – Alice me puxa.

Beleza, se eu for ficar pensando em todas as vezes que Lucas é bipolar vou acabar ficando doida.

Anderson está animado demais pra jogar. Estamos divididos em duas equipes. Alice, Bruno, Lucas e eu em uma e Anderson, Letícia, Gustavo e Manoela em outra. Mesmo perdendo sempre, ele ainda insiste em ser contra o meu time.

A equipe que perder vai ter que arrumar a parte externa da casa. Bem onde armaram pra mim e me tacaram tintas. Meu cabelo ainda está meio roxo e rosa. Não sei o que vou fazer, mas ele não pode ficar assim. Talvez eu os faça pagarem uma cabeleireira pra mim.

Ficamos lá jogando pelo o que parecem horas e como previsto minha equipe ganha. — Você nunca deveria competir contra mim. – digo pra Anderson.

— Um dia, ganharei. E então quero só ver se você vai ser tão ruim perdedora como é vencedora.

— Ruim vencedora, mas ainda uma vencedora. – pisco pra ele.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora