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Não estou entendendo nada da música, mas estou adorando

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Não estou entendendo nada da música, mas estou adorando. Cada um dançando sozinho e ao mesmo tempo com todo mundo.

A balada está muito escura, com várias luzes coloridas piscando. As vezes soltam uma fumaça e, caralho que fumaça horrível.

As pessoas estão animadas demais e talvez até bêbadas demais. Sinto o álcool fazendo efeito sobre mim, me sinto leve e muito animada. Tenho vontade de sair dançando e puxando todo mundo comigo, estou tão feliz.

Talvez seja o álcool, mas não quer dizer que eu não esteja adorando. Pelo menos estava até a hora que lembro de Lucas e Bianca sozinhos no bar. As vezes olho pra onde eles estão, na verdade acho que já olhei demais porém não consigo evitar.

Vejo ela chegando perto dele e falando algo em seu ouvido, o mesmo responde a seja lá o que ela disse e os dois sorriem.

Merda, o que será que eles estão falando?

Ele pede uma bebida e entrega a ela que agradeci e coloca a mão na mão dele. Que gentil da parte dele, acho que gentil até demais. Ela se aproxima ainda mais dele, mas não consigo ver o que fazem. Droga, toda hora uma pessoa diferente passa na minha frente.

Será que eles se beijaram?

Para, Beatriz. Deixa de ser assim, eles são amigos e em nenhum momento deu pra parecer que ele estava interessado nela.

Ela nele, sim. Mas ele nela, não.

Tiago se aproxima mais de mim e nos dançamos um perto do outro. Sorrio pra ele que retribui e chega ainda mais perto. Ficamos um pouco perto demais. - Eu já te disse o quanto você está linda? - diz no meu ouvido.

— Disse sim, obrigada por dizer de novo.

Ele coloca a mão na minha cintura enquanto a outra afasta meu cabelo do pescoço. — Eu poderia dizer muito mais vezes. Acho que nunca me cansaria de dizer. – ele fala no meu ouvido.

Caralho, ele tá dado encima de mim? Espera, ele disse que nunca cansaria? Acho que esqueci de informar que vou embora amanhã e nunca mais vamos nos ver.

Me afasto dele sorrindo e volto a dançar. Danço pelo o que parece horas, o que provavelmente só durou alguns minutos na verdade. Tiago deve ter percebido que eu não estava interessada nele e acabou voltando pra perto de Lucas e da irmã enquanto eu continuei dançando.

Cheguei até a conhecer a dj. Conversamos pouco já que meu inglês não é muito bom, mas eu adorei ela. Parece que ela vai embora logo, veio aqui junto de uma amiga e o seu chefe. Deveria ser uma viagem pra se divertir, entretanto quis tocar quando conheceu esse lugar.

Não cheguei a perguntar de que lugar ela era, mas dei algumas dicas do que conhecer aqui no Brasil e também falei de algumas comidas, claro. Principalmente o brigadeiro. Deixei claro que ela não pode ir embora sem provar.

— Cansou? – pergunta Tiago quando eu finalmente encerro meu papo com Angel, a dj, e volto pra perto deles.

— Sim, cadê Lucas e Bianca?

Sinto meu coração acelerar quando vejo que eles não estão aqui.

— Bianca foi ao banheiro e Lucas está ali, no telefone. – ele diz apontando pro lado. Lucas em pé num canto a nossa frente com o telefone na mão.

Peço mais uma bebida e percebo Tiago me olhando. — O que foi?

Ele sorri. — Vocês estão juntos?

Começo a rir de forma mais desesperada do que eu esperava. — Nós? Não, não estamos. Somos... – suspiro sem conseguir terminar a frase.

O que somos?

Ele sorri de novo e bebe um pouco da sua bebida. — Vocês já ficaram.

Não foi uma pergunta.

— Sim, nós ficamos. Algumas coisas deram erradas depois, então somos amigos. Ou quase isso, eu acho. Não sei.

— Mas você gosta dele.

Dou de ombros. — Eu gosto dele?

— Parece e deveria dizer a ele porque o sentimento é recíproco.

Olho pra ele confusa. Bebo um gole da minha bebida e penso no porque eu simplesmente não falei que gosto dele.

Será que sou tão complicada que não consigo apenas dizer que gosto dele?

Bianca volta pra perto de nós e fala alguma que não entendo, pois estou prestando atenção em Lucas que vem na nossa direção.

— Algum problema? – pergunta Bianca pra ele.

— Não, nenhum. – ele sorri e que sorriso maravilhoso.

Será que é tão difícil assim de gostar dele?

Amar ele, talvez?

Eu o amo?

Não, com certeza não.

Puta que pariu, a quem eu estou tentando enganar?

É claro que eu amo. Eu amo esse babaca, idiota que me tira do sério.

— O que foi? – pergunta ao perceber meu olhar.

— Vamos embora.

— Você quer ir embora? Não está gostando?

Chego perto dele e falo no seu ouvido. — Estou gostando sim, mas acho que vou gostar ainda mais de ir pra aquela cobertura onde estaremos apenas você e eu, e também acho que você também vai gostar muito então vou dizer de novo, vamos embora.

Quando volto a olhar para o seu rosto, um sorriso malicioso já tomou de conta dos seus lábios. — Agora mesmo.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora