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Como eu imaginei, a chácara é linda com a grama bem verdinha e uma casa enorme, toda branca

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Como eu imaginei, a chácara é linda com a grama bem verdinha e uma casa enorme, toda branca. Na frente tem uma área com algumas cadeiras e um sofá onde com certeza vamos ficar à noite para conversar.

Bruno estaciona e quando descemos eu chego perto da piscina que fica um pouco mais à frente da casa. Ao lado também tem um espaço com uma cozinha e churrasqueira.

— Bia, anda, vem ajudar com as coisas. Está pensando que só porquê é seu aniversário, não vai ajudar?

— Que merda, Lucas. Vai se ferrar.

Desde cedo ele está parecendo um maluco. Ou talvez bipolar seja a palavra certa? É, é a palavra mais adequada. Uma hora é legal e então volta a ser um idiota, o que parece é que o que aconteceu ontem mexeu com ele mais do que gostaria de admitir. Pelo menos tanto ao ponto de ele não saber se é legal comigo ou não, se bem que faz uns dias que ele está assim comigo.

Vou até o carro e começo a tirar todas as coisas de dentro junto com Bruno. Alice abre a porta da casa e Lucas começa a levar as cosias para dentro. Entro em seguida com minhas coisas subindo até o andar de cima a procura de um quarto. Assim como os outros.

A casa possui cinco quartos. Me chamem de egoísta, não ligo, mas não vou dividir o meu com mais ninguém. Alice e Bruno provavelmente ficaram em um quarto apenas para eles também e assim sobrará três. Três quartos que terão que dar para o pessoal que está prestes a chegar. Dezessete pessoas, e vai ter que dar.

Se bem que é claro que é esperado pessoas dormindo nos sofás ou em algum outro cômodo, pessoas não dormindo e mais algumas que vão está na mesma cama. A probabilidade dessa festa dar merda é muito grande, mas como já estamos acostumados não vai ser surpresa.

No andar de cima entro num corredor e abro a porta de um quarto que parece perfeito. Grande, bem iluminado e com o seu próprio banheiro.

Este vai ser o meu quarto.

Ele tem uma cama enorme, que deve ser king size, um guarda roupa ao lado esquerdo da cama e em frente uma televisão. Entro no banheiro e ele é muito lindo, com azulejos claros, duas pias lado a lado e um chuveiro que graças aos céus é quente.

Volto para o quarto pronta para arrumar minhas coisas quando vejo Lucas de costas para onde estou. — O que está fazendo aqui? – pergunto ao me aproximar.

— O que você está fazendo aqui?

— Bem, estou no meu quarto. – acho que contei uma piada, pois ele começa a rir e só para quando diz: — Nada disso, aqui é o meu quarto. Eu vou ficar aqui.

— Nem fudendo, o quarto é meu. A festa é minha, eu estou pagando a chácara, você só está porque é irmão de Alice, o quarto é meu.

— O dono é amigo da sua família o máximo que vai pagar é um almoço na sua casa feito pela sua mãe.

— Não estou nem aí.

Antes que eu perceba já estamos gritando, ele diz que eu sou egoísta e eu digo que ele é um otário, então me chama de idiota e eu o chamo de filho da puta. Estamos bem próximos um do outro, eu aponto o dedo na sua cara e ele segura minha mão a abaixando, o chamo de filho da puta novamente. Não sei por quanto tempo gritamos, mas o bastante para Alice e Bruno correrem para ver o que estava acontecendo.

— Gente, por que esse barulho? – pergunta Alice.

— O idiota do seu irmão que está sendo babaca de novo. Eu cheguei aqui primeiro e ele está dizendo que isso não é motivo para o quarto ser meu.

— E não é mesmo, eu vou ficar no quarto.

— Gente, vocês viram o tamanho do quarto? Por que não dividem? Vai até ser melhor, assim os outros três ficam para o pessoal que vai chegar. – Bruno intervém, mas ele não entende que somos como água e óleo, não nos misturamos. E ficar no mesmo quarto não vai dar certo.

— Eu não me importo de dividir. – responde Lucas com a cara mais sínica do mundo enquanto pula na cama.

— Mas eu me importo. – bufo com raiva.

— Amiga, relaxa. Qual o problema de vocês ficarem no mesmo quarto? Vai ser melhor e o que de pior pode acontecer, vocês ficarem?

Ela se escutou?

Começo a rir alto apenas em pensar em nós dois ficando. Zero possibilidades de isso acontecer, principalmente depois de hoje. Não vai rolar de jeito nenhum, se ele não tivesse sido um babaca depois de ontem eu até poderia pensar a respeito, mas ele não consegue não ser babaca.

Não existem chances disso acontecer, sem chances de seu corpo tocar o meu, sua boca encostar na minha, ele me olhar novamente igual me olhou no momento em que eu atingi o ápice do prazer que ele me proporcionou, de... Enfim, nunca mais ficaremos novamente, mas ok, vou dividir o quarto com ele e mostrar que falei sério quando disse para esquecer o que aconteceu.

— Está bem, vou dividir o quarto com ele.

— Não vai ser tão ruim assim, amiga. Tenho certeza, agora cuidem para irmos fazer compras.

Aquele idiota.

Filho da puta, desgraçado.

Odeio ele.

E o que aconteceu ontem nunca mais vai se repetir.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora