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— Caralho, Beatriz

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— Caralho, Beatriz. Tá maluca?

Mas que droga.

— Eu que pergunto se você tá maluco, Lucas. O que é que você tá fazendo aqui a essa hora?

Ele continua me segurando e tenho que admitir que não quero que ele me solte, mas ele solta. — É... Eu estava na porta de casa e quando ia entrar olhei pra aqui e pensei em vim. Então lembrei da chave no vaso de flor e por falar nisso, valeu por ter colocado lá de volta.

Eu coloquei?

— Ok. Então você só pensou em vim até a minha casa de madrugada e veio?

Ele suspira. — Porra, Beatriz. Isso não é motivo suficiente?

Mas que merda ele tem na cabeça?

— Não, não é. Anda, fala o que foi.

Ele suspira. — Foi isso que aconteceu. Eu pensei em vim aqui e aí quando entrei estava tudo escuro e silencioso. Aí eu vi o seu bolo e comecei a comer, mas não comi tudo, não, pode relaxar.

Oi? Como assim?

Que garoto aleatório.

— Por quê?

— Caralho, Beatriz. Você é chata hein... Não sei, eu só o vi e quis comer. Mas eu já ia subir pra te ver. – diz exasperado.

Alguma coisa ele não quer dizer e por que está me chamando de Beatriz assim?

— Lucas?

— O quê?

— O que você está realmente fazendo aqui?

Ele suspira e fala baixinho, mas ainda irritado. — Tá bom. É que eu também fiquei preso pra fora de casa e não quero acordar o pessoal e ter que escutar eles falando o quanto eu fui irresponsável de só voltar a essa hora e não sei o que.

Só pode ser brincadeira.

– Poderia ter mandado mensagem pra Alice. E por que está falando desse jeito?

— É sério que você não sabe? – pergunta e eu digo que não. — PORQUE EU ESTOU COM UMA RAIVA DO CARALHO DE VOCÊ POR HOJE MAIS CEDO. PORRA VOCÊ DISSE QUE QUERIA COMER ALGUMA COISA E DORMIR SOZINHA. EU RESPEITEI, MAS ACHEI QUE A GENTE PODIA PEDIR COMIDA E VER UM FILME SEI LÁ. DEPOIS EU IA EMBORA E VOCÊ IA DORMIR, MAS QUANDO EU CHEGUEI AQUI AQUELE FILHO DA PUTA DO CARALHO ESTAVA AQUI.

Droga. Sabia que ele tinha ficado chateado, mas não tanto assim.

Sento na cadeira ao seu lado, pego um garfo e começo a comer o restante do bolo. — Ele apareceu na minha porta e eu disse que queria ficar sozinha. A gente brigou e ele foi embora minutos depois de você.

Ele parece um pouco surpreso. — Por que vocês brigaram?

— Nada importante. – ele chega mais perto de mim e só agora sinto o cheiro da bebida. — Você está bêbado?

— Não. – me olha e solta um pequeno sorriso. — Talvez? – continuo olhando pra ele até que finalmente admite. — Certo. Estou bêbado. Me prenda.

Sorrio com o seu comentário. — Vem, vamos dormir.

— Espera. Eu tenho que te contar uma coisa.

— Ok, me diz enquanto a gente sobe até o meu quarto.

Começamos a sair da cozinha então apago a luz e droga...

— Está tudo bem? – pergunto preocupada.

— Sim. Desculpa, talvez tenha quebrado. – ele bateu em alguma coisa e pelo barulho, acho que quebrou mesmo.

Depois desse trágico acidente vou guiando-o pelo caminho enquanto ele fala sem parar. — Então, já pensou em viajar o Brasil inteiro?

— Não, nunca pensei. Vem, deita aqui. – digo enquanto o ajudo a deitar na minha cama.

— Eu sim. E eu vou. – o ajudo a tirar o sapato e o seu moletom, deixando-o de calça e camisa que logo são tiradas também. Por ele, não por mim. Se bem que eu queria tirar cada pedaço de tecido do seu corpo, mas acho que o que ele precisa agora é um belo sono e não sexo.

Deito ao seu lado e ele continua a falar. Essa madrugada, vai ser longa. — Depois que eu terminar os estudos, vou tirar um ano pra mim.

— Como assim? – pergunto confusa.

— Eu tenho um amigo, que tem uns amigos. Eles possuem uma empresa de turismo e estão querendo fazer tipo um site mostrando que o Brasil é muito mais que apenas o Cristo Redentor, não que não seja legal, mas tem muito mais lugares pra visitar. Eles querem mostrar todos os lugares desde o mais famoso até os desconhecidos e o meu amigo me apresentou a eles.

— Hum, legal.

— Não é? Eles querem que eu passe um ano viajando pelo Brasil inteiro. E você poderia ir comigo. A gente podia começar pelos fervedouros no Jalapão, eu sempre quis ir lá. Ia ser incrível. E só teríamos que registrar toda a viagem.

Ele está bêbado demais ou só é maluco? Passar um ano andando de um lado pro outro?

Se bem que parece legal, conhecer vários lugares e culturas diferentes. Mas, não sei se é uma boa ideia.

— Você precisa dormir. Vamos dormir. – digo e o silêncio invade o quarto.

Minutos depois quando estou quase dormindo ouço ele falar novamente: — O que é que estamos fazendo?

Sei do que ele está falando e não tenho uma resposta.

— Não sei, acho que é precisamos tempo pra descobrirmos.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora