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O caminho de volta pra casa está sendo tranquilo, pelo menos ficou tranquilo quando eu consegui convencer Lucas de me deixar dirigir mais um pouco, entretanto as coisas não saíram como o esperado já que o mesmo fica me olhando com esses olhos chei...

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O caminho de volta pra casa está sendo tranquilo, pelo menos ficou tranquilo quando eu consegui convencer Lucas de me deixar dirigir mais um pouco, entretanto as coisas não saíram como o esperado já que o mesmo fica me olhando com esses olhos cheios de malícia enquanto esfrega o polegar devagar na minha coxa.

Não preciso nem olhar para ele para saber que seus olhos estão percorrendo o meu corpo.

— Olha só, por mais que eu adore as suas mãos perfeitas em mim, será que você pode, por favor, tirar elas de cima de mim? – pergunto enquanto me remexo no banco.

— Estou te distraindo? – sua voz rouca faz com que eu me remexa ainda mais.

— Sim.

— Certo, tirei então. – ele tira a mão, mas continua com o mesmo olhar.

— E também para de me olhar assim.

— O que tem o meu olhar?

Tirando o fato de esse olhar te deixar ainda mais gostoso, nada, não tem nada. — Vamos conversar, apenas isso.

— Claro, vamos conversar. Podemos conversar sobre o meu olhar que te incomoda. Ou será que não incomoda, mas te dar tesão?

Puta. Que. Pariu.

A gente precisa mudar o foco da conversa.

— Me fala sobre o seu ano de viagens pelo o Brasil. – digo e ele cai direitinho.

— Vai ser incrível, vou conhecer muitos lugares e culturas diferentes. Ainda tem algumas coisas para serem acertadas, é claro. Eles querem mais uma pessoa pra ir comigo... – tento focar apenas na estrada a nossa frente, mas é quase impossível com toda a empolgação dele. — Não sei por onde vou começar, infelizmente não sou eu quem vai criar o roteiro da viagem. Tem vários lugares que eu estou ansioso para conhecer. Criaram um site onde eu vou postar tudo, na verdade não sou eu que vou postar, eles é que vão. Eu só tenho que filmar tudo e tirar umas fotos, eu não vejo a hora... – ele está mais animado do que eu esperava e também está feliz. Acho que nunca o vi sorrindo tanto assim.

Ou melhor, vi.

Sempre que estávamos juntos ele sorria assim. Em todas as festas e onde estivéssemos ele sempre estava sorrindo desse jeito. Como eu não havia prestado atenção nisso antes?

Ele está tão feliz com esse projeto e eu estou realmente feliz por ele. Mas agora parando pra pensar, nos formamos em poucos dias e depois ele vai embora e eu vou embora. O que vai acontecer com o nós? Acho que percebemos o quanto nós amamos tarde demais.

Eu percebi tarde, fui avisada sobre isso e mesmo assim não liguei.

— O que foi? – Lucas pergunta.

— Nada, pode continuar a falar sobre o site.

— Bia, eu te conheço a tempo suficiente pra saber quando tem alguma coisa te incomodando.

Suspiro. — É que, acabamos de nos acertar e daqui uns dias eu vou embora e você vai embora. Cada um em uma direção diferente.

Seu olhar entristece um pouco e eu me odeio agora por ter estragado o momento dele. — Nós vamos dar um jeito.

— Sério?

— Sério.

Estar de volta em casa deveria ser uma das melhores sensações, não é? Acho que deveria, mas então porque eu não estou sentido isso?

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Estar de volta em casa deveria ser uma das melhores sensações, não é? Acho que deveria, mas então porque eu não estou sentido isso?

Pelo menos eu pude finalmente dirigir o carro de Lucas por um tempo já que o mesmo me fez parar e veio dirigindo só porque eu passei um pouquinho rápido demais por uma lombada, entretanto, como eu já previa, o carro dele é incrível. Superou minhas expectativas.

Mas enfim, durante o caminho nós podemos conversar bastante e descobrir coisas que não sabíamos um do outro como por exemplo, ele ser ótimo em matemática, ou ter tido um coelho quando morava com a mãe e eu ter sido a garota que ele gostava no primeiro ano, no segundo e desde então.

Conversamos em horas, coisas que não falamos em anos. Agora é estranho pensar que passamos tanto tempo juntos e não sabíamos nada um do outro.

Por que demoramos tanto tempo pra ficar juntos?

— Quer que eu vá com você? – ele pergunta saindo do carro.

— Não, obrigada. Acho que sua presença lá não vai ser muito legal quando eu começar a falar sobre tudo.

— Você vai falar de mim? – ele desvia o olhar.

— É claro que sim. – ele tinha alguma dúvida? — Eles têm que saber que não nos odiamos mais e que agora você foi promovido a genro dele.

— Então boa sorte, eles com certeza levariam numa boa se você só tivesse isso pra falar. Se bem que eles me amam então talvez não seja tão difícil assim.

Bem modesto, o garoto.

— Não sei, não. Talvez eles deixem de te amar quando virem o quanto você me influencia.

— Ah, para Bia. Você quem sempre me influencia, principalmente a fazer o que eu não quero.

— Verdade, mas você sempre quis fazer tudo. – sorrio pra ele e vou em direção à minha casa.

Quando entro pela porta meus pais já estão me esperando. Minha mãe é a primeira a vim me abraçar. — Oi filha, eu sinto muito por tudo isso. Você está bem?

Não tenho chance de responder sua pergunta, pois meu pai me abraça assim que ela me solta. — É claro que ela está bem querida, não viu o sorriso no seu rosto ao se despedir de Lucas.

É acho que posso eliminar um dos assuntos.

— Nos desculpe filha, não queríamos... – ela começa a falar, mas eu a interrompo: — Não, desculpem a mim por ter agido daquela forma, eu fui infantil e realmente sinto muito. Não deveria ter fugido, mas agora que voltei nós precisamos conversar.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora