019

257 24 0
                                    

— O que você está fazendo? – pergunta Lucas no meu ouvido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— O que você está fazendo? – pergunta Lucas no meu ouvido.

Somos quase da mesma altura, a diferença é pouca então encaro seus olhos com facilidade. — Não estou fazendo nada. E você, o que está fazendo?

— Bia, Bia. Também não estou fazendo nada, mas bem que eu queria.

— Então faz.

— Você está bêbada.

— Isso é uma desculpa?

Quando ele vai falar novamente, sinto alguém me puxar.

— Bia, vamos. Falta apenas um shot.

Quase que eu me esquecia. — Claro, já estava esquecendo.

Chegando na mesa, percebo que não estava tão bêbada assim. Pois tinha apenas um shot como eu havia contado antes.

— Vou beber também. – diz Alice do meu lado colocando uma dose pra ela então bruno se aproxima e faz o mesmo com Lucas do seu lado. Brindamos os quatros e bebemos em um gole só, batendo os copos na mesa em seguida. E rindo como idiotas.

Depois que o álcool deixa de queimar em minha garganta eu olho pra Anderson que está me encarando com uma cara divertida.

— Então, quero meu dinheiro o mais rápido possível. Beleza?

Ele vem ao meu encontro e sorri. — Você é mais dura na queda do que eu imaginava.

Sorrio. — Tantos anos de amizade, você já deveria me conhecer e nunca me subestimar. Vem, vamos dançar.

A essa altura eu já devo estar deplorável, com a maquiagem toda borrada e o cabelo despenteado. Mas essa é a melhor festa de aniversário que eu já tive.

Estou muito feliz.

Feliz até demais. Provavelmente por causa da enorme quantidade de álcool no meu corpo, mas por algum motivo não estou nem aí. Não estou pensando em nada. Não penso nem em Lucas e eu na bancada de tia Lúcia aquela noite.

Não faço ideia de que música está tocando agora. Só que é muito legal. Continuo dançando com Anderson até que percebo que ele vem me beijar e eu viro o rosto.

— Qual é, Bia?

— Tá maluco? A gente não pode ficar.

— Por que não? Pode culpar o álcool pelo o que eu vou dizer agora, mas eu estou louco pra te beijar desde a hora em que te vi tomar o primeiro shot. Fiquei surpreso, achei que você não passaria do terceiro. Mas você é foda demais.

— Anderson, somos amigos.

— Eu sei disso e não quero que isso mude. Um beijinho vai, só um.

Penso por um momento e tenho certeza que é uma má ideia, mas por que não. — Promete que é só um e nunca mais isso acontece?

— Prometo.

Merda, espero que não der merda depois. Porém o que é que eu estou dizendo? No momento eu não estou ligando para nada além da sensação de felicidade que estou sentindo.

Paro de dançar e coloco as duas mãos no rosto dele, seus olhos estão focados nos meus. Anderson é bem gato. Nunca tinha visto ele dessa forma.

Sem pensar muito eu o beijo.

E por incrível que pareça o beijo não é ruim. Na verdade, é bom. Ele até que beija bem. Não sei o motivo da minha surpresa, mas fiquei. Ele tem gosto de cereja. Não sei o que tomou ou comeu, mas tem gosto de cereja.

O beijo é bom. Não tão lento, mas também não é apressado e desajeitado. É suave e delicado, bom. Muito bom.

Sem que eu perceba ele já está com os braços ao redor do meu corpo enquanto eu estou com os meus ao redor do seu pescoço. Ele passa a mão levemente pelas minhas costas e aperta de leve. Sinto até um arrepio.

Ok, acho que estou gostando demais desse beijo. Sinal que tenho que interrompe- lo. E assim o faço. Me afasto dele e percebo que todos estão nos olhando.

— Finalmente Anderson pegou alguém. – diz alguém que não identifico.

— Se até ele conseguiu terminar a festa com alguém, todo mundo consegue.

E assim a festa recomeçar com todo mundo rindo dele, de nós, nem sei mais.

Tinha até esquecido que nas festas ele não pega ninguém. Mas eu o conheço bem demais e sei que ele não gosta de toda essa exposição. Prefere que ninguém saiba que ficou com alguém, assim como eu. E esse é o primeiro sinal de que a festa está começando a desandar.

— Amiga, o que foi aquilo? – pergunta uma Alice que parece mais bêbada que eu.

Dou de ombros. — Ele pediu um beijo e eu dei.

Rimos juntos e percebo que estou muito cansada. Um banho cairia muito bem agora, é o que penso antes ter a brilhante ideia de pular na piscina com roupa e tudo.

Admito que te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora