ONZE - GUSTAVO

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Não dormi bem a noite, na verdade eu dormi muito mal.

Primeiro porque fiquei completamente preocupado com a Analiz, eu estava apenas correndo de volta para casa, gosto de correr naquela redondeza, pois o barulho do mar me acalma, e as vezes faço até uma paradinha.

Pois foi oque aconteceu, eu resolvi dar uma parada para apreciar o mar e descançar um pouco bebendo uma água, um dos outros motivos de correr ali era o mercadinho vinte e quatro horas que ficava por ali, exatamente porque sempre que sentia sede, comprava uma água e sempre aproveitava para levar algo que faltava em casa.

Na minha condição atual, com os problemas cardíacos eu precisava me manter em forma, e cuidar da minha saúde para pelo menos dizer que fiz oque pude para prolongar minha vida na terra.

Quando sai do mercado, me aproximei da extensa calçada da praia para apreciar as ondas se batendo enquanto bebia minha água.

Foi quando ouvi os gritos, olhei mais a frente e vi um homem arrastando uma moça, eu corri, e graças a isso evitei uma desgraça.

Ele estava pronto para a abusar e a matar, enquanto ela tinha sua cabeça dentro da água, ele desabotuava sua calça, sem pensar muito o puxei de cima da moça e lhe dei um soco o deixando meio zonzo.

Quando observei que a moça havia levantado a cabeça, meu coração acelerou, oque não era nada bom na minha situação, mas acredite, a raiva era um fator inevitável naquele momento.

Era a Analiz.

É óbvio que bati diversas vezes naquela maldito, até o ver desfalecer no chão, e claro, eu verifiquei, ele só havia desacordado, mas merecia muito ter morrido.

Quando peguei a Analiz no meu colo, lutei contra a dor que se instalava no meu peito, quando se tem problemas cardíacos, não da pra viver fortes emoções.

Então a peguei no colo, a levei até sua casa.

Eu confesso, vê-la daquela forma, daquele jeito, desacordado, e machucada mexeu comigo, eu me senti mal em vê-la assim, pensei em minhas filhas, pensei na minha Aurora, independente da onde ela estivesse, pensar que poderia estar sendo ela ali, me deixava devastado.

E como se aquilo não tivesse sido o suficiente, Daniella estava a minha espera.

Não consegui falar com ela, porque mais uma vez, seu ciúmes ou sabe Deus lá oque, falou mais alto.

E esse foi o segundo motivo de não ter dormido bem aquela noite. Eu iria me explicar, eu queria me explicar, mais para que? Diante das situaçãos, a Daniella só acreditaria no que lhe convém.

O dia amanheceu e lá se tinha ido uma chance de dormir, o dia era corrido na clínica, eu precisava trabalhar.

Após um bom banho, botei uma capsula na cafeteira e esperei paciente o liquido cair dentro do copo.

Depois fui fazer uma leve vistoria na Analiz, ela estava bem, apesar do seu rosto arrasado. Conferi sua pressão, seus hematomas e lhe presentiei com algo.

Eu sei que a situação da Analiz não era das melhores, e eu só queria apenas a ajudar.

Ofereci uma carona a elas naquela manhã, Karla protestou mas eu sabia que a Analiz não queria sair sem uma proteção, e oque eu pudesse fazer para a ajudar, faria.

Fazer tudo isso por ela, me lembrava constantemente da minha filha, da minha Aurora.

A manhã no hospital se iniciou diante de uma reunião, e eu me senti completamente desconfortável.

Não pela reunião que era apresentar os novos médicos de determinada áreas, mas pela forma que alguns funcionários de alto cargo me olhavam.

Oque estava acontecendo?

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