Peguei a taça de vinho que o garçom havia me oferecido e o beberiquei.
Analiz...
Seu nome rondava minha cabeça, eu estava me comportando como um adolescente no primeiro amor, oque essa mulher estava fazendo comigo?
Eu me questionava sempre como ela tinha tanto poder, ela me deixava imerso a ela, me deixava completamente tolo.
Mas eu também não queria esconder, não mais.
Já havia evitado Analiz o máximo que pude, não dava mais para fazer isso, não dava mais para fingir que eu estava completamente e perdidamente apaixonado por aquela mulher.
Me causava conforto pensar nisso, me causava coisas boas saber que eu estava completamente rendido a ela, eu a queria, estava disposto a conquistar, e custava oque custar.
- Henrique. - Respirei fundo.
Só de ouvir a voz, já fiquei entediado.
Só existia uma pessoa na face da terra que me chamava assim.
Me virei o encarando.
- Tive que me atrasar, como vai a festa? - Quis saber.
- Do jeito que você tá vendo. - Beberiquei meu champagne.
- Doce como coice de cavalo. - Respondeu sem humor. - Cadê a Violet? - Olhou ao redor.
- Lá encima. - Respondi.
- Vou vê-lá. - Falou dando meia volta.
- Não vai não. - Coloquei a mão vaga no bolso.
Dante se virou me encarando sem humor nenhum.
Ele me encarou alguns minutos antes de começar a falar.
- Fizemos uma trégua Henrique.
- Só por hoje.
Trato idiota.
Decidimos não querer nos matar, pelo menos não hoje, Violet era mais importante.
- Independente, fizemos.
- Eu sei. - Revirei os olhos. - Mas ela está se trocando para a valsa, por isso disso que não iria. - Suspirei.- Aproveite a festa.
Falei me afastando e caminhando pelo local movimentado.
- Brown. - Ouvi a voz de Gustavo e me virei vendo o mesmo vir até mim. - Podemos bater um papo?
- Claro! - Falei dando passagem para ele e o segui.
Gustavo parou num lugar com pouco barulho e esperou até que eu me aproximasse.
- Eu vou ser bem direto Brown.
- Você sabe que prefiro. - O lembrei.
- Ótimo, me responda! Qual é a sua verdadeira intenção com a Analiz? - Perguntou sério.
Quase deixei a taça cair de tão surpreso que fiquei.
Eu era um homem de quase trinta e cinco anos, era bem óbvio que eu não tinha idade nenhum de se questionado por meus sentimentos por um pai de uma mulher.
Chegava a ser até cômico uma situação assim, mas me colocando no lugar de pai e me conhecendo como sou, eu claramente faria a mesma coisa com o pretendente namorado da minha filha.
Digo pretendente porque não posso afirmar que ele aguentaria ter alguém como eu como sogro, exceto se ele não fosse frouxo, nesse caso o ponto séria outro.
Eu acho.
Mas no final concluir que ele tinha razão em querer saber, afinal, tínhamos diferenças de idade, era mais velho que Analiz e já tinha filha, e ela era jovem, com uma vida inteira pela frente.
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A Babá 3 - Novos Caminhos
RomanceVinte e um anos se passaram desde o desaparecimento de Aurora, a filha de Daniella e Gustavo. Desde então, a vida do casal nunca mais foi a mesma. As marcas da perda ainda pesam sobre eles, e o amor que um dia os uniu enfrenta seus maiores desafios...