A Babá 3 - Novos Caminhos

ANALIZ - QUARENTA E TRÊS

Duas semanas depois.

Nós seis nos olhamos.

Era impossível que os moradores não estivessem ouvindo aquela barulhada toda.

Tinha quase certeza de que Mirela estava ficando doida.

- Ah chega! - Karla se levantou jogando o controle da TV no chão.

Já tinha umas meia hora que estávamos tentando ver um filme, mas ultimamente estava ficando impossível até de dormir.

Mirela e Felipe estavam fazendo festas constantes. Sempre vinha um pessoal que nenhum de nós conhecíamos, sabíamos que não era da faculdade porque conhecíamos bem o rosto da galera de lá.

Não sabíamos da onde saiam aquelas pessoas, e sendo bem sincera nem queríamos saber.

Mirela era esperta, ela nunca fazia festa quando o pai dela estava em casa, ela sempre fazia quando ele estava de plantão. Seu Gustavo levava o plantão muito a sério, ele quase nunca voltava pra casa por qualquer motivo que fosse.

- Karla deixa. - Isaac puxou ela delicadamente pelo braço.

- Deixa uma ova. - Puxou seu braço da mão dele. - Se toda vez deixarmos ela nunca vai parar.

- Karla...- Isaac a olhou.

O fato era que nunca nos entrometiamos porque querendo ou não era o pai da Megan, então havíamos combinado de ficar quietos.

- Você sabe que ela está no direito dela né? - Kayo falou chamando a nossa atenção.

Encarei Kayo desejando que ele não continuasse, mas ao contrário de mim, ele me olhava como se eu não soubesse.

- Tá no Art. 42 do Decreto de lei n° 3.688/41. Perturbar o sossego alheio (mediante gritaria, algazarra, abuso de instrumentos musicais, sinais acústicos, dentre outras situações) é crime.

Coloquei as mãos na cintura e umedeci os lábios o encarando.

A parte mais difícil de ser namorada do Kayo, era aturar seu modo correto o tempo todo, claro que em alguns casos ele estava mais que certo, mas as vezes era meio insuportável de aturar. Para tudo tinha uma lei, eu descobri leis que nem sabia que existiam.

- Passível de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.

Nunca quis tanto esganar o Kayo.

- Não importa, a gente não vai se meter. - Heitor disse.

- Ah gente chega. - Megan tomou a frente. - Eu sei que vocês não fazem nada porque ele é meu pai, e acham que fazendo isso vão me magoar mas não vão. - Respirou - Meu pai é um homem adulto, e essa situação já está insuportável, então por favor Karla, faça oque tem que ser feito. - Suspiro.

Um silêncio se fez presença no local por longos minutos.

- É melhor você ligar para a polícia. - Kayo deu a idéia.

- É isso aí, o Kayo tá certo.

E antes que qualquer um de nós pudesse dizer mais alguma coisa, Karla já estava falando "alô?"

(...)

A polícia não levou muito tempo para chegar, foi bem rápido até.

Foi uma baita gritaria, muitas mulheres gritando, uma bagunça, no final uma boa parte foi para a delegacia.

Finalmente a barulhada havia acabado, o filme havia babado, pelo menos, o filme que nós havia escolhido foi pro ralo.

Jhoane e Violet nos obrigou a assistir Barbie  em a Princesa da Ilha. No meio do filme elas dormiram, mas alguns acharam o filme tão interessante que resolveram ver até o final.