Talvez tivesse sido precipitado sabe?
Eu confiar nele sabe?
Ele estava certo quando disse que não o conhecia, eu realmente não o conhecia.
Mas o fato dele ser um dos maiores juizes do país já bastava para mim. Eu tinha segurança se estava com ele certo?
Mas é claro que olhei por todo o canto, por todo o lugar só para me certificar, de qualquer forma qualquer coisa eu iria gritar.
E dessa vez era muito mas muito mesmo.
Entrei em um corredor procurando umas bolachas recheada, Jhoane e Karla amava essas bolachas e sempre acabava bem rápido.
Falando nela, me lembrei que não podia demorar, meu celular havia descarregado e eu não pude avisar a ela que iria chegar tarde, só esperava que ela não tivesse colocado todo o prédio atrás de mim.
Pensando nisso resolvi esticar os passos e pegar tudo oque precisava.
Após me certificar que havia pegado tudo oque a casa precisava fui para o caixa, estava vazio para variar, já era bem mas bem tarde.
Quase não notei que havia alguém atrás de mim, só percebi porque sentia seus olhos queimar sobre mim, de soslaio pude o ver com uma garrafa de bebida na mão, provavelmente alcoólica.
Já estava ficando incomodada de tanto que aquele homem me olhava, ele parecia ter por volta dos cinqueta a sessenta anos.
- Eu conheço você? - Ele por fim perguntou
Demorei um pouco para me virar, mas quando me virei quase devolvi a perguntar, simplesmente porque ele era familiar.
Na verdade ele era muito familiar, tinha a impressão de já tê-lo visto diversas vezes.
Mas eu apenas neguei.
- Acredito que não. - Sorri levemente me virando de volta para o caixa.
É óbvio que apesar da minha resposta ele não parou de me olhar, e mais uma vez estava ficando incomodado.
Coloquei meu cartão tão rápido na maquina quanto tirei, queria bem logo sair dali, aquilo não estava me cheirando bem, literalmente.
O caixa já colocava minhas coisas na sacola quando ele resolveu a voltar a falar.
- Nós conhecemos sim, eu ia sempre no bar do seu padrasto, você que costumava me atender.
Eu parei, eu parei ali mesmo enquanto ele falava.
Então devagar me virei e aí tudo clareou, eu também lembrava dele, ele realmente ia lá, e eu odiava o atender porque ele vivia jogando cantadas idiotas e ridículas tanto quanto ele para mim.
- Não faço ideia do que está falando. - Foi tudo oque disse.
Peguei minhas sacolas com muito custo e comecei a caminhar em direção a porta.
- Ei, espera. - Ele gritou me chamando.
Eu não me virei e nem se isso fosse necessário faria.
- Me deixa em paz. - Pedi aumentando os passos.
- Espera garota, onde você se enfiou? O bairro inteiro sabe do que você fez, não tem vergonha?
Agora me virei, me virei ainda andando mas tudo oque fiz foi correr. Do que ele estava falando?
Eu já estava fora do supermercado quando eu senti seu aperto no meu braço.
- Me solta. - Pedi puxando meu braço.
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A Babá 3 - Novos Caminhos
RomanceVinte e um anos se passaram desde o desaparecimento de Aurora, a filha de Daniella e Gustavo. Desde então, a vida do casal nunca mais foi a mesma. As marcas da perda ainda pesam sobre eles, e o amor que um dia os uniu enfrenta seus maiores desafios...