DOZE - ANALIZ

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- Eu tou bem. Ninguém veio aqui - Suspirei na mensagem de Jhoane.

Dês da hora que o Sr. Hernandez me deixou na porta da faculdade, eu não conseguia desgrudar do telefone, eu ficava o tempo todo mandando mensagem pra Jhoane, ela dizia que estava tudo bem,  eu acreditava porque eu sabia que ela não iria mentir.

Mas estava pensando muito na ideia de por uma câmera lá em casa após eu recebesse meu pagamento do mês, era um prioridade.

Pela Jhoane eu faria qualquer coisa.

Deixei meu telefone de lado voltando minha atenção para Helena, a horas havia correndo pela cozinha, estava quase igual uma louca.

- Cadê a Suzy? - Perguntei sentindo falta dela.

Na verdade seria difícil não sentir, Suzy era fofoqueira, se ela tivesse aqui já estava falando de tudo e de todos.

- Ah minha filha a Suzy está intoxicada, segundo ela, ela está frouxa. - Cerrei os olhos fazendo careta.

Depois eu rir porque havia entendi.

- E eu estou sozinha para cuidar da cozinha e da casa, limpei a parte de baixo que era minha função mas falta o corredor do escritório do Sr. Brown. Mas preciso fazer a comida porque já já é hora do almoço. - Assenti.

Puxei meu telefone e olhei a hora, hoje acabamos ficando sem uma aula devido a falta de um dos professores, então saímos mais cedo e ainda faltava um pouco até Violet chegar.

- Eu limpo pra você. - Disse.

- Não querida, sua função é outra.

- Não é nada Helena, aliás me ajuda a distrair. - Dei de ombros.

A mesma parou de pegar panelas do armário e me olhou.

- Ainda tá assustada pelo assalto né? - Perguntou.

Eu assenti.

A primeira coisa que Helena percebeu quando eu cheguei aqui foi na minha feiçao, e em segundo foi no hematoma no meu pescoço. Logico que inventei que fui assaltada e apanhei, não podia e nem tinha coragem de dizer a verdade.

- Bom, se isso vai te ajudar eu não vejo problema, e querendo ou não, você vai quebrar muito o meu galho aqui. - Sorriu. - Eu te mostro onde fica as coisas.

Helena me levou até a dispensa enorme que tinha na casa, me deu as instruções para que eu fizesse de modo certo e lá fui eu.

O piso da casa era um tanto peculiar, na verdade era um porcelanato branco, que era horrível e péssimo de limpar, então tinha uma maneira correta de o limpar para não o deixar borrado e o deixar brilhando.

E essa forma era agachada. E lá estava eu, agachava, e limpando aquele chão eu poderia pensar em diversas coisas.

Mas resolvi apenas cantarolar uma música, um louvor, minha mãe costumava cantar ele quando era mais nova.

A ideia era não pensar, mas no meio do louvor me lembrei dela, fiquei pensando em como minha mãe poderia estar.

Será que ela estava bem? Será que ela estava vivendo bem? Ou será que ia tudo de mal a pior?

Eu estava tão presa nisso que demorei pra me dar conta de que estava esfregando o pano num sapato social preto. Cerrei meus olhos tirando minha mão dali pra ver se era realmente isso que estava fazendo.

A sola do sapato se chocou com o chão que me assustou de forma que me fez recuar para trás.

Levantei meu rosto e encarei o semblante indecifrável de um homem me encarando.

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