KAYO - TRINTA E OITO

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Passei a toalha secando meu cabelo e respirei.

Tinha vindo em casa banhar e retirar o sangue das mãos e trocar de roupa. Gustavo havia pedido que eu o acompanhasse até a casa de Daniella pela manhã, já que logo amanheceria, pois já era mais de cinco da manhã, o mesmo não quis tirar Guilherme e nem as gêmeas do hospital.

Por hora, Analiz estava estável, mas ao sairmos de lá, Karla ligou dizendo que ela tinha tido outro choque hipovolêmico.

Analiz não estava nada bem, eu não me permitia pensar em momento algum que ela poderia entrar em óbito, eu não aceitaria se isso acontecesse, por isso não pensava, eu só pensava num plano b, um segundo plano caso Daniella não aceitasse doar.

- Pai? - Me virei olhando para Violet que tinha metade da cabeça para dentro do quarto.

Depois do ocorrido ainda não tinha a visto.

- Oi. - Falei calmo.

- Como está a Ana? - Perguntou colocando todo seu corpo para dentro.

Suspirei.

- Estável. - Respondi simplesmente.

- Ela vai ficar bem, não vai? - Quis saber.

- Ela vai sim. - Disse mais para mim do que para ela. - Hoje mais tarde eu vou te levar a delegacia para você contar oque aconteceu tá?

- É para achar os bandidos?

Assenti.

- Agora vai descansar tá bom? - Pedi.

- Não dá pai, eu não consigo, sempre que fecho os olhos, escuto o barulho da arma. - Tapou os ouvidos.

Violet geralmente era muito durona, algo que ela havia herdado de mim, mas ela ainda era criança, era óbvio que a situação foi traumática para ela, por mais dura que ela fosse, não conseguiria ver oque viu e não ficar assustada.

- Eu preciso sair filha, mas vou ficar aqui com você até você dormir, pode ser?

Meia surpresa e de olhos arregalados Violet assentiu.

A mesma se aproximou com cuidado da minha cama e se deitou abraçando uma almofada, eu me aproximei e fiquei ali um tempo afagando os cabelos da minha filha até que ela pegasse no sono.

Levou até um tempo para que ela dormisse, eu também estava quase sendo vencido pelo sono, até que Jarvas apareceu na porta do quarto.

- Senhor, podemos? - Pediu permissão para poder falar.

- No escritório. - Disse baixo.

Ele assentiu e saiu.

Eu como ainda estava de robe me troquei e após cobri minha filha e deixar um beijo na sua testa, sai descendo as escadas.

- Eu espero que você tenha algo Jarvas. - Já entrei falando sobre o incidente - Eu quero saber como uma equipe de mais de vinte seguranças conseguiram deixar dois bandidos entrarem nessa casa, é uma fortuna oque pago para vocês, então eu espero que você tenha algo Jarvas.

Falei rude.

Meu guarda costas suspirou.

- Dois os nossos sumiram.

- Foram abatidos? -

- Pior, ao que tudo indica foram corrompidos.

Engoli o seco e esmurrei a mesa.

- Quem?

- Os dois guarda costas da Violet, Erick e Eduardo. Além disso, algumas coisas de valor da casa foram roubadas, e foram coisas bem valiosas, coisas que só alguém da casa saberia onde estaria.

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