QUARTOZE - ANALIZ

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Jhoane ficou eufórica quando me viu chegar em casa tão cedo.

Expliquei para ela que não estava tão bem para trabalhar, mas estava bem para passar o dia agarradinha com ela.

Passei a tarde toda vendo filmes e series com a minha irmã, fizemos brigadeiro, pipoca, e suco para completar nossa festança.

Eu sentia saudade disso, saudade de passar esses tempos com ela.

Lá pras cinco da tarde, resolvemos parar e pedi Jhoane para banhar, aproveitei e a ajudei a lavar aquela cabeleira imensa dela, -já precisava de um corte-, e depois a deixei sozinha para terminar seu banho.

Enquanto eu escolhia uma roupa para Jhoane, vi a tela do seu aparelho telefônico acender. Estranhei, até porque eu era à única que tinha o número da Jhoane -além agora de Karla-.

Me aproximei do aparelho e vi o número desconhecido brilhar na tela.

Contra gosto resolvi atender, deslizei o dedo pelo aparelho e levei o telefone no ouvido.

- Jhoane? Filha? É a mamãe.

Minha respiração falhou.

- Filha presta atenção, onde está sua irmã? Onde você está pelo amor de Deus? Filha você precisa falar, não pode ficar com a sua irmã, ela é perigosa! Manda uma mensagem para a mamãe. Bate em alguma coisa para que eu saiba que você está ouvindo.

Sua voz estava embargada.

- Tá falando com quem?

Meu coração errou uma batida.

- É aquela garota né?

Ouvi mamãe gritando um não abafado.

- Alô Jhoane? Provavelmente tem alguém aí com você não é, que dite a mensagem para você, até porque você não atenderia se não pode ouvir. Pois bem, seja lá quem estiver ai, me faz um favor? Avisa aquela cachorra da sua irmã, aquela vagabunda da Analiz, que eu vou encontra lá e...

Desliguei.

Num ato de pânico joguei o aparelho no chão, corri na cozinha buscando o martelo e voltei ao quebrando a marteladas.

Enquanto eu quebrava, eu gritava, gritava de ódio, de pânico, de medo.

- VOCÊ NUNCA VAI ME ACHAR SEU DESGRAÇADO. - Gritei martelando, ja não tinha quase mais nada para martela, mas eu continuava martelando.

Depois peguei oque sobrou do chip e o quebrei na mão e a marteladas também.

Estava ofegante, estava assustada, desesperada. Depois de Aroldo quase ter me matado eu temia, temia por mim, eu temia mais ainda por Jhoane.

Os batos na porta me assustaram.

- Analiz? - A voz do Sr. Hernandez me tirou do foco do momento.

A água do chuveiro ainda caia, Jhoane ainda estava no banho.

Eu sai do quarto indo em direção a porta e a abrindo.

- Eu ouvi gritos e uma batucagem oque aconteceu? - Ele perguntou visivelmente preocupado.

Eu apenas o abracei, o abracei e chorei, eu chorei muito. O Sr. Hernandez retribuiu meu abraço.

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