Confissões

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ATENÇÃO LEITORES: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE ABUSO SEXUAL E PSICOLÓGICO.

Isadora

Depois do jantar romântico maravilhoso que nós tivemos, eu arrumei a mesa e ajudei o Miguel a lavar a louça. Deixamos a cozinha arrumada. Eu estou muito cansada, pois não tenho dormido muito bem desde que sai do hospital. E sei que o Miguel também está cansado. Dirigir por horas foi bem cansativo para ele. Sem contar todos esses dias corridos de estresse e tensão ao meu lado, desde que eu tive alta médica. Depois de escovar os dentes eu vou para cama. Miguel deita ao meu lado na cama depois de mais de um mês separados.

"Não leva na maldade o pedido que eu vou te fazer, mas você pode tirar a camiseta ?"

Miguel assentiu e tirou a camiseta. Ele também está mais magro, mas os seus músculos estão intactos. Ele me puxa para junto dele e eu deito a cabeça em seu peito. Inspirei o seu cheiro e senti o calor da sua pele. Como essas pequenas coisas me fizeram falta. Miguel me abraçou e beijou a minha testa, suspirando de alívio. Nenhuma palavra precisou ser dita, ambos estavam em busca de proximidade. Acariciei o seu peito e o seu pescoço e me aninhei ainda mais em seu abraço. Ele acariciou as minhas costas e o meu cabelo carinhosamente. Meu corpo não reagiu em busca de sexo. Mas o corpo do Miguel sim. Sua respiração estava intensa e ele estava duro feito pedra. Eu podia ver a sua ereção mesmo ele estando de cueca e calça de moletom. Estou sem saber o que fazer com essa situação. A insegurança e a timidez tomaram conta de mim.

-Senti falta dessa intimidade... Pensei que nunca mais teria você nos meus braços novamente.

"Eu também senti falta da nossa intimidade... Mas a intimidade que eu senti falta não tem nada a ver com sexo. Eu só queria sentir você perto de mim outra vez."

-Eu sei que você não quer transar nesse momento. Não se sinta pressionada a fazer nada. Ignora a minha ereção. Eu fico desse jeito porque eu não consigo me controlar quando estamos assim tão próximos um do outro ou quando sinto o seu cheiro. Meu corpo reage sozinho, é inevitável.

"Não entendo porque eu me sinto assim. Eu amo você e te desejo, mas o meu corpo não reage. Eu não sinto nada e estou constrangida por estar aqui na cama com você e não conseguir sentir tesão. Estou preocupada com tudo isso, não é normal eu me sentir assim..."

-Não precisa ficar constrangida e não está acontecendo nada de anormal com você. Os remédios que você está tomando diminuem a sua libido. Depois que você deixar de tomar eles as coisas vão voltar ao normal, eu te garanto. Eu vou esperar o tempo que for necessário, não se preocupa comigo. Sou um homem paciente.

"E se eu ficar dependentes desses remédios pelo resto da vida ?! Acredito que a sua compreensão não vai durar eternamente."

-As coisas ainda estão muito recentes, vamos esperar um pouco mais. Primeiro você precisa descansar e ter uma boa noite de sono. Não pensa nessas coisas agora. O importante é que nós estamos juntos e nos amamos. Vem, deita aqui no meu peito e vamos dormir.

Miguel me beijou com carinho e disse que me amava. Deitei em seus braços novamente e fechei os meus olhos. Agradeci mentalmente aos céus por me dar a oportunidade de estar nos braços do homem que eu amo outra vez.

*

"Estou no meu quarto, na minha casa em Volta Redonda... Fernando está aqui comigo. Seus olhos estão totalmente negros e demoníacos. O cheiro do álcool exala do seu hálito. Ele está gritando comigo, me ameaçando. Eu digo a ele que não tenho mais medo das suas ameaças, mas ele não se intimida: "Você deveria ter muito medo de mim... Você não imagina as coisas que eu pretendo fazer contigo..."Fernando avança sobre mim e me dá um soco no rosto. Eu tento revidar a agressão, mas ele é mais forte e mais rápido do que eu. Ele me enforca, me deixando sem ar. Eu me debato, tento me desvencilhar, mas não consigo. Em seguida ele segura o meu cabelo e bate com a minha cabeça várias vezes na porta espelhada do closet. O espelho estilhaça, me cortando. Eu sinto muita dor, estou desorientada e o sangue quente escorre pelo meu pescoço. Começo a chorar quando o Fernando se esfrega em mim e eu sinto a sua ereção. Ele está sorrindo de um jeito diabólico quando coloca a mão dentro da minha calcinha e toca o meu sexo. Estou tremendo de pavor e sinto repulsa com aquele toque:" Vou te arregaçar ... Vou te deixar bem larga e bem fodida para o seu namoradinho..." Não! Não! Não ! Me solta !Não faz isso! Socorro!..."

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