Pov: Sai (presente)
Depois que saimos da Torre eu e Ino fomos pra casa.
Não existem palavras que descrevam esse sentimento, mesmo eu, sei disso.
Tudo que eu sei sobre amor foi a Ino quem me ensinou, Naruto e Sakura só podiam ajudar até certo ponto, depois tudo foi ela.
E então nosso filho, eu nunca pensei que eu pudesse amar uma pessoa mais do que eu amo Ino, mas aconteceu.
E agora eu sinto tamanha dor que eu não imaginei que pudesse existir, dói tanto que não parece real.
Mas Ino está sofrendo, e ela não deveria sofrer, ainda mais agora, preciso dar apoio a ela.
Quando chegamos em casa, eu preparo um banho quente, e a deixo na banheira abraçando os próprios joelhos.
Desço as escadas e vou pra cozinha fazer um chá, dizem que bebidas quentes trazem conforto, por mais que eu não ache que vá existir conforto até nosso filho estar em casa.
Subo as escadas e deixo o chá em cima do móvel que fica ao lado da cama, pego uma toalha e a roupa que pareça o mais confortável possível, e levo até ela.
A assisto se secar e vestir a roupa, pronto a qualquer sinal de que não consegue fazer sozinha, depois a acompanho até o quarto.
- Fiz chá - digo apontando para onde está. O som da minha própria voz me é estranho no meio de todo esse silêncio.
Ela não diz nada, imagino que não seja capaz de dizer.
Enquanto ela bebe o chá tomo uma ducha quente e visto uma roupa confortável, quando saio ela já terminou, e está olhando em um ponto fixo vazio na parede.
Deito ao seu lado, toco em seu rosto e a faço me encarar, tudo que enxergo é dor.
Seus olhos se enchem de lágrimas e ela me abraça se permitindo sentir, ela esconde o rosto em meu peito e chora, apenas chora, acaricio seu cabelo e suas costas na esperança de aliviar um pouco a dor, mas no fundo eu sei que é inútil.
Continuo o carinho até ela dormir, e mais algum tempo depois disso, sei que ela está dormindo porque não sinto mais seus soluços, e sua respiração está tranquila, seu corpo transmite a calma que só o sono traria nesse momento.
Fico por mais tempo do que eu consigo contar olhando para o teto, e fazendo carinho em Ino, perdido em pensamentos tão rápidos que eu nem ao menos consigo acompanhar.
Olho para a janela e vejo que a noite já caiu, então descido descer e fazer o jantar.
Por mais que eu duvide que Ino sinta fome, ela não pode ficar sem comer no estado em que está.
Pego a xícara vazia que Ino devolveu ao móvel em que eu deixei, e desço as escadas, logo indo em direção a cozinha.
Lavo a xícara, a seco, e guardo no armário, abro a geladeira e pego alguns legumes.
Sopa parece a coisa mais fácil de engolir.
Começo a picar os legumes o menor possível de maneira eficiente, não quero deixar Ino acordar sozinha.
Quero esperar tudo ficar pronto, mas cada segundo parece um século, então subo as escadas pra ver como ela está.
Obviamente ainda dorme, mas eu não quero que nada aconteça, nem com ela, nem com o bebê, não consigo não ficar preocupado, não posso deixar que mais nada de ruim aconteça com a nossa família.
É minha tarefa manter a Vila segura, e eu falhei, falhei com meu filho, falhei com a minha esposa, e falhei com o bebê que ainda não nasceu.
E agora a única coisa que eu posso fazer é uma sopa estúpida.
Volto para o primeiro andar e termino a sopa, sirvo em um prato fundo, decido preparar um suco de laranja, depois coloco tudo que ela vai precisar pra comer em uma bandeja e volto ao quarto.
Deixo a bandeja em cima da cômoda e deito ao lado dela na cama, quero acorda-la da forma menos brusca o possível.
- Tsuma, preparei uma sopa pra você. - falo baixo quando ela começa a dar sinais de que está despertando.
- Não quero Sai, não sinto fome - ela responde abrindo os olhos e me encarando.
Ponho minha mão em sua barriga suavemente antes de continuar.
- Por favor, não quero que fique doente, acha que consegue só um pouquinho? Pelo bebê - tento, me sinto mal por ter que usar a desculpa do bebê, faz parecer que só ele é importante, mas eu sei que ela não vai comer por si mesma.
Ino faz que sim com a cabeça, e eu levo a comida até ela.
Ela come menos da metade do prato, mas pelo menos toma todo o suco.
Dou um beijo em sua testa e desço para a cozinha pra levar de volta a louça, aproveito e lavo, seco e guardo tudo.
Quando termino sento em uma das cadeiras da bancada e solto um longo suspiro.
Imagino que ela deve estar dormindo agora, eu espero que sim pelo menos, um de nós tem que conseguir dormir.
Era pra estarmos vivendo um momento incrível em família agora.
Tenho certeza que Inojin vai ficar muito empolgado com a notícia de que vai ser irmão mais velho.
Ele vem falando sobre isso desde que Boruto ganhou uma irmãzinha.
Íamos contar hoje, depois de fazer o jantar favorito dele, era pra ser uma daquelas noites que você sorri sempre que se lembra.
Mas hoje nunca vai ser um dia que desperta sorrisos.
Segurei as lagrimas desde o momento em que soube que meu filho tinha desaparecido, mas parece que cheguei no meu limite.
Não sei extamente quando comecei a chorar, só sinto meu rosto molhado, e uso tada a minha força de vontade pra não fazer barulho.
Ino não pode saber que eu desmoronei também, ela precisa de mim agora, mais do que nunca.
Então sinto braços me envolverem, e só consigo chorar mais.
Parece que falhei em mais uma coisa.
Ela acaricia meu cabelo e minhas costas, na mesma tentativa de diminuir a dor que eu tive mais cedo, não diminui, como eu sabia que não diminuiria, e como eu sei que ela sabe que não diminui, mas é bom saber que não estou sozinho.
- Me desculpa - pede Ino, ela também está chorando a essa altura.
- Não é sua culpa - respondo secado algumas das lagrimas dela.
- Então é de quem? - pergunta.
- Eu não sei - respondo - não sei quem está fazendo isso com a gente, mas sei que não é sua culpa.
Levanto de onde estou sentado e a braço forte, e ela me aperta com a mesma força, como se nós dois precisássemos ter certeza de que ainda estamos aqui.
Nos afastamos lentamente, ficamos em silêncio nos encarando, trocando olhares cheios de significado, que antes eram cheios de amor, mas agora só transmitem angústia, até ela quebrar nosso silêncio dizendo:
- Não precisa fingir comigo Sai, eu também estou aqui pra você.
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Como fazer meus pais entenderem que se amam?
FanfictionDurante um piquenique no parque, 4 crianças de em média 4 anos, filhos de grandes heróis de konoha, são atraídos até uma emboscada e acabam sendo vítimas de um jutso de viagem no tempo. Depois de serem transportados para o passado, em um tempo em qu...