Pov: Sakura (passado)
- Mama, onde estamos indo? - pergunta Sarada quando vê que estamos em um caminho diferente do que ela conhece.
Nós estamos indo pra minha casa, já fazem duas noites que eu durmo na do Sasuke, e ontem foi do mesmo jeito que da primeira, Sarada insistiu que ele dormisse conosco, e ele dormiu.
- Vamos pra minha casa hoje - digo pra ela.
Acho que estamos invadindo o espaço dele, Sasuke sempre gostou de ficar sozinho, e sempre afasta as pessoas, acho que ele só está se sentindo obrigado a tudo isso, pela relação que vai ter com Sarada. E ele tem obrigações com ela, mas comigo...
- Papai vai ir pra lá também? - questiona Sarada.
- Não, hoje somos só nós duas, - respondo fingindo estar animada - noite das meninas, não parece divertido?
- Mas por que só nós duas? Não pode ser a noite das meninas com o papai? - pergunta triste.
- Hoje ele deve estar consado pra brincar com você, ficou em missão o dia todo - tento explicar.
- Mas o papai já me disse que ele nunca está cansado pra mim! - protesta Sarada.
Eu gosto do Sasuke que a Sarada descreve, ele parece ótimo pai, que faz tudo por e para ela, queria saber mais de como ele será comigo, de como somos como um casal, mas suponho que Sarada não saiba muito sobre isso.
- Vamos ficar na minha casa hoje Sarada, e não tem discução - respondo firme.
Ela cruza os bracinhos e para onde está, parada no meio da calçada e com carinha de brava.
A coisa mais fofa que eu vi hoje.
Sarada bate o pé no chão, e faz cara de choro.
E agora? O que eu faço?
Já estamos quase no meu apartamento, então eu decidi pegar ela no colo e leva-la assim, o que dá parcialmente certo.
Sarada não para um segundo se quer de se debater no meu colo, ela joga todo o corpo pra trás me empurrando e tentando se afastar de mim, fico por um tris de deixa-la cair algumas vezes, mas finalmente chegamos.
- Pronto, agora se acalme - digo colocando Sarada no chão.
- Não quero ficar aqui - responde me olhando desafiadoramente.
Decido que não vou discutir com ela, e vou preparar alguma coisa pra comermos na cozinha, todo esse mal humor deve ser fome.
Ao contrário do que penso, Sarada não me segue até a cozinha, ela fica na sala, então quando termino de fazer um sanduíche para ela, levo até a sala.
Encontro Sarada deitada no chão, e quando me vê ela começa a sacudir os braços e as pernas.
- Eu quero ir pra casa com o papai! - grita.
Como se lida com birra?
Deixo o prato com o sanduíche em cima de uma mesa que fica na sala, depois puxo Sarada pelo braço delicadamente, apenas pra que ela se levante.
Sarada grita, grita como se eu estivesse matando ela, então a solto de novo.
Ela continua no chão batendo os braços e pernas, só que agora chorando.
- Eu quero o meu pai! - grita de novo.
Então como se tudo isso não fosse o suficiente, ouço alguém bater na porta, deve ser algum dos vizinhos reclamando do barulho.
Abro a porta e... é o Sasuke?
- Sasuke? - digo confusa.
- Papai? - fala Sarada se levantando.
Ela vem correndo até ele, estendendo o braços pedindo colo, e ele logo atende o pedido.
- Vocês não estavam no meu apartamento - diz Sasuke.
Eu saio da porta, dando espaço para ele entrar.
- A mamãe disse que você ia estar cansado demais pra mim hoje - acusa Sarada.
Que pequena dedo-duro!
Dá pra ver a dúvida estampada no rosto de Sasuke quando ele me olha.
Nós dois sabemos que foi uma desculpa.
Mas ele decide não me confrontar agora, não na frente de Sarada.
- Sakura achou que eu ia ir pra uma missão bem dificil hoje, mas acabamos só em trabalho de pesquisas - ele explica para Sarada.
- Então nós podemos ir pra sua casa papa? - Sarada pergunta manhosa.
- Sakura prefere ficar aqui - ele responde.
O que é mentira, eu adorei ficar junto com ele nos ultimos dois dias, mesmo apesar de tudo, eu amo Sasuke, e ficar perto dele é quase sempre bom.
Menos quando ele é obrigado a me ter por perto, como parece ser o caso.
Mas mesmo assim me sinto na obrigação de deixar claro que eu gosto de estar lá, só não acho que ele goste.
- Eu não quero que se sinta obrigado a abrir sua casa para nós, podemos ficar aqui - respondo desviando o olhar.
- Então o papai pode ficar aqui com a gente - responde Sarada, ela fala como se tivesse achado a grande solução de um grande problema.
Nós nos entreolhamos e decidimos que é a melhor solução para esse problema por agora, mesmo que nos deixe na mesma situação que estaríamos na casa dele.
Me sinto mais confortável com ele estando aqui, porque se ele se sentir desconfortável, ou sufocado, ele pode ir embora, porque essa é a minha casa, ele que está no meu espaço, onde ele é muito bem vindo.
E depois de todo o show de mais cedo, Sarada parece feliz, é claro, conseguiu o que queria.
Depois disso levo os dois até a cozinha e comemos sanduíches, então eu e Sasuke sentamos no tapete da sala com Sarada e brincamos por cerca de uma hora com ela.
Deixo os dois brincando e decido preparar o jantar, alguns minutos depois Sasuke aparece na cozinha sozinho, - Sarada deve ainda estar brincando na sala - e começa a picar alguns legumes.
- Por que voltou pra sua casa? - ele pergunta quebrando o silêncio.
- Senti que estava invadindo seu espaço, - explico - não quero que se sinta obrigado a me ter por perto.
Minha voz saí firme, mas estou a beira das lágrimas, quer dizer, sempre fui emotiva, e as coisas ficam ainda pior quando se trata de Sasuke.
- Te convidei pra ficar - ele responde.
- Mas a idéia foi minha, eu disse que seria melhor para Sarada, - insisto - só... não quero parecer uma obrigação - falo a ultima parte bem baixo, mas sei que ele escuta.
- Você não é uma obrigação Sakura - ele responde.
- Você... você sempre preferiu ficar sozinho - declaro.
- Eu fiquei sozinho por muito tempo - responde.
Meu coração acelera.
- E a dois dias não tem nenhum segundo de silêncio, como se sente? - tomo coragem pra perguntar.
- Não lembrava como era - responde.
Que reposta vaga!
- Não lembrava como era o quê? - insisto.
- Estar em família - murmura.
Sasuke saí da cozinha e volta pra sala assim que termina de falar, sem me dar a oportunidade de responder.
Ele me deixa sozinha e com o coração acelerado e um monte de pemsamentos.
Sasuke me chamou de família, e isso é tão...
Bom.
Ele quase nunca demonstra os sentimentos, nunca sei o que ele está pensando, a não ser que ele queira, então isso, dizer que sou sua família, é tão intenso, tão pessoal, tão... amável.
Nunca senti que o que sinto por ele fosse recíproco, não tanto quando agora.
E mesmo sabendo que estamos conectados, que Sarada existe, é bom ouvir que ele também tem sentimentos fortes por mim.
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Como fazer meus pais entenderem que se amam?
Hayran KurguDurante um piquenique no parque, 4 crianças de em média 4 anos, filhos de grandes heróis de konoha, são atraídos até uma emboscada e acabam sendo vítimas de um jutso de viagem no tempo. Depois de serem transportados para o passado, em um tempo em qu...