O último primeiro beijo

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* Capítulo um pouco mais curtinho, mas esse é quase um extra, porque ele não estava no planejamento (sim eu quase deixei um casal sem desenvolvimento completo, mas em minha defesa, é muito mais difícil escrever saiino do que qualquer um dos outros)
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Pov: Ino (passado)

Sentimentos infantis são umas das coisas mais difíceis de entender.

Normalmente eles não sabem o que sentem, e tudo parece muito maior quando se é pequeno, então se não ganhar um sorvete no parque já é motivo suficiente para um pequeno chorar, imagina ficar tantos dias longe dos pais.

Imagino que todos nós estamos bem diferentes no futuro, no mínimo, nós já conhecemos nossos filhos, e já sabemos lidar com eles, então deve ser bem estressante pra eles perceber que agora seus pais não sabem mais do que você gosta, e do que não gosta, além de ter bem menos paciência porque não estão acostumados com crianças.

As crianças, assim como ontem, vão passar a tarde com os pais em casa, então agora eu estou sentada na minha sala com Sai, já que assim que terminamos de almoçar, Inojin resolveu tirar um cochilo.

A manhã foi bem difícil pra mim, então eu não quero conversar, e Sai parece entender isso, já que ele não está tentando forçar uma conversa.

Decido ir até a cozinha e preparar uma xícara de chá.

Bebidas quentes custumam acalmar.

Sai fica na sala, ele não faz perguntas, só  espera.

Volto com uma bandeja, carregando um bule de chá fumegante, e duas xícaras, sento ao lado de Sai no sofá, entrego uma das xícaras a ele, sirvo o chá, e ficamos esperando até que esfrie o suficiente para não queimar a língua.

Me perco em pensamentos enquanto espero.

Pensei mais cedo, assim que Inojin dormiu, que Sai não precisava ficar aqui, mas acho que precisa, Inojin ficaria chateado se quando acordasse ele não estivesse aqui, e com tudo que esta acontecendo, se algo o deixa triste, eu prefiro evitar ao máximo.

Além disso, acho que eu não quero ficar sozinha, e eu gosto da companhia de Sai.

Ele é bom em ficar em silêncio, não fez perguntas, não tentou forçar uma conversa sobre o tempo, só ficou aqui.

Eu eu estou tão cansada, a tristeza das crianças sugou toda a minha energia, e olha que eu tenho muita energia.

- Seu chá vai esfriar - a voz de Sai corta o silêncio.

Olho pra ele meio que sem entender, então vejo que a xícara dele está vazia, e da minha não sai mais fumaça.

Enquanto tomo o primeiro gole, decido que já estou cansada do silêncio.

- Alguma novidade? - pergunto.

- Bem, na verdade não tenho muitas notícias novas pra você, - ele começa - chegamos a conclusão que só podemos fazer é esperar pelas nossas versões futuras, e no máximo ajudar a longo praso, por isso estavamos olhando as pesquisas de vocês.

- Basicamente, não podemos fazer mais nada pra ajudar - comento.

- É, exatamente - ele concorda sorrindo.

Ficamos em silêncio de novo, mas dessa vez não é tão confortável como antes, acho que existem coisas que eu quero dizer.

Os dias tem sido estranhos, pra dizer o mínimo, Inojin exige de mim muito mais do que eu estou acostumada a dar, e ainda tem os momentos em que estou sozinha com Sai, e só aí que me lembro que um dia vamos nos casar.

Por mais que eu perceba o que vai me cativar nele, ainda parece uma coisa tão distante, não no sentido de que ainda vou demorar muitos anos para me apaixonar por ele, mas por que nós não nos conhecemos de verdade, nunca tinhamos nos falado antes de uma criança aparecer nas nossas vidas.

- Acha que vai sentir falta de Inojin quando ele voltar pra casa? - pergunta Sai de repente.

Parece que não sou só eu que fiquei perdida em pensamentos.

- Vou, com certeza, - falo sorrindo - ele já faz parte da minha rotina, tudo que eu faço, penso nele.

- Também vou sentir falta dele, - ele diz concordando - acha que vai demorar muito pra termos ele de novo?

Ele pergunta como se não fosse nada, na mesma entonação que se pergunta 'como vai?'.

- Não sei - respondo completamente vermelha.

- Eu acho que não vai demorar muito - ele diz normalmente.

- Por que acha isso? - pergunto, ainda mais vermelha.

- Bem, - ele começa - as crianças tem a mesma idade, e Naruto e Hinata já estão juntos, eu gosto de você, Sakura e Sasuke meio que estão juntos, e Shikamaru e Temari estão quase decidindo se se amam ou se odeiam.

- Você disse que gosta de mim? - pergunto estática - Tipo pra valer?

- Sim, Ino, - ele diz sorrindo - tipo pra valer.

- Por quê? - deixo escapar.

- Porque você deixa o mundo mais colorido - responde simplismente.

No primeiro momento não entendo exatamente o que ele quer dizer, mas depois me lembro daquele desenho que ele me deu, pouco antes de Inojin acordar da segunda noite que dormia aqui.

Cores são importantes, mostra como os artistas veem o mundo.

E eu deixo o dele mais colorido.

Saber o que ele sente por mim, faz com que uma insegurança que eu não sabia que eu tinha saia de mim.

Parte de mim não entende como alguém como ele, e alguém como eu, podem acabar juntos.

Eu sou animada, cheia de energia, já ele é contido, raramente deixa uma emoção escapar, parece impossível que acabaremos juntos.

Ao mesmo tempo, estar junto com ele parece certo.

Quando saio dos meus pensamentos,  e volto ao planeta Terra, percebo que estamos nos encarando.

Ele espera uma resposta.

Decido então deixar a xícara de chá de lado na mesa de centro, depois fico de joelhos no sofá virada pra ele, ergo a mão e toco em sua bochecha.

- Também gosto de você, - digo aproximando nossos rostos - tipo pra veler.

E então, ao mesmo tempo vamos um em direção ao outro, nos beijando.

Como fazer meus pais entenderem que se amam?Onde histórias criam vida. Descubra agora