É uma péssima hora

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Pov: Temari (presente)

- Você não deveria estar aqui - fala Neji ao meu lado.

Estamos correndo atrás dos três ninjas que sumiram com as crianças, e Neji me vem com essa?

- É melhor você retirar o que disse, - murmuro de volta - antes que eu arranque seus olhos com as unhas.

Ele me olha de uma forma estranha, então ativa o byakugan, me olha da cabeça aos pés, lentamente, quando termina desativa o byakugan, e me encara.

- Você não sabe - ele afirma, mas parce procurar confirmação.

- Não sei o que? - pergunto irritada.

Antes que ele me responda, notamos que já estamos perto o suficiente dos ninjas que perseguimos para atacar.

Vamos avançar com tudo, não há tempo pra ser delicado.

Mas tem uma coisa estranha, só um deles se parece com os três que vimos antes, os outros dois são completamente diferentes.

Quando estamos quase conseguindo pegá-los, praticamente encostando em seus fios de cabelo, os três param, o homem que reconhecemos de mais cedo ergue os braços em rendição, enquanto os outros dois parecem alheios ao que acontece ao redor.

- Eu me rendo, - diz o homem - meu nome é Ryoki Jikankuma, e vou onde vocês quiserem, sem lutar.

Nós paramos, parece um truque, Neji olha ao redor e sinaliza que não tem nada por perto, ele não tem pra onde ir, não esxiste truque, não pode ter um truque.

Sasuke prende os pulsos dele em uma algema especial que bloqueia o fluxo de chakra, e só então relaxo.

- A essa altura já devem saber onde estão seus filhos, ou melhor, quando... - Ryoki fala misterioso - se bem que, não devem saber quando exatamente, é muito difícil só pela assinatura.

Ele não se comporta como um prosioneiro, parece que ele está falando com velhos conhecidos, extremamente confortavel com a situação em que está.

- Quem são esses dois? - pergunta Naruto sério - E onde estão seus amigo.

- Uma pergunta de cada vez, - fala o prisioneiro sorrindo calmamente - qual resposta você quer primeiro?

- Os outros, onde estão? - fala Sasuke depois de suspirar irritado.

- Bem longe, assim espero, - começa o homem, com a expressão pensativa - talvez nem estejam no seu agora.

- Como assim no meu agora? - pergunto.

- Você sabe, o seu agora é o tempo que você pertence, - fala como se fosse óbvio - mas nós não precisamos deles.

- Quem são esses dois? - Neji volta a antiga pergunta.

- Ah, são só dois dos experimentos da minha querida amiga, Ume Kita, podemos deixar eles aqui, vão voltar ao acampamento sozinhos, e depois vocês podem pensar nisso, - comenta Ryoki - isso é claro, se realmene estiverem preocupados com as crianças, e se quiserem resolver isso o mais rápido o possível.

A manipulação está bem na nossa cara, todo o discurso, o tom de voz, até mesmo a expressão corporal dele dixa claro seu objetivo.

Mas não podemos evitar ser egoístas agora, sabemos que são pessoas, e que claramente estão sob efeito de algum jutso desconhecido, mas... do outro lado da equação estão nossos filhos, a maioria de nós não ve eles a 3 dias, eu não vejo o meu a 13 dias, isso dói de mais pra pensarmos na dor de qualquer outro.

Então nenhum de nós questiona, nem mesmo Neji, quando Sasuke abre um portal, que provavelmente vai nos levar de volta para Konoha.

Só entramos no portal, sem olhar para as vítimas que deixamos para trás, depois que estiver tudo resolvido voltamos aqui, vamos mandar uma equipe de Konoha para ficar de olho em tudo, e quando nossos filhos estiverem seguros, pensamos em como resolver esse outro problema.

Como eu imaginava, depois de atravessar o portal estamos nos portões de Konoha.

- Já que não sou mais necessário, vou pra casa, preciso ficar com a minha família, me mantenham informado, por favor, - fala Neji, e concordamos - mas antes de ir, posso falar com você um segundo, Temari.

Olho pra ele confusa, então me lembro da conversa de mais cedo, o que não esclarece muita coisa na minha cabeça, mas eu o sigo até um pouco mais afastado dos outros.

- Temari, não sei como dizer isso, - murmura nervoso - então vou falar de uma vez, vi pelo byakugan, você está grávida.

Entro em choque, não posso acreditar, isso não pode estar acontecendo, não agora, não é uma boa hora.

- É bem pequeno, não deve ter mais de dois meses - ele complementa vendo que não disse nada.

- Eu não estou grávida - falo o olhando séria.

- Eu não sou médico, mas sim, você está - ele insiste.

- Você não está entendendo, - rebato - para todos os efeitos, eu não estou grávida, eu não posso pegar leve agora, - paro de falar um segundo para organizar meus pensamentos - só... não fale sobre isso com ninguém, muito menos com Shikamaru.

- Só não faça nada idiota - ele responde concordando, e depois segue seu caminho para casa.

Eu provavelmente vou fazer alguma coisa idiota, mas Shikadai está em perigo, eu preciso pensar nele primeiro, depois eu penso em todo o resto.

Não acredito que eu estou grávida, nós nem sequer estavamos tentando ainda.

Ino vai querer morrer com a notícia, ela tentou por meses, e só contou para o marido, pra mim e para Karui quando descobriu, o resto só soube quando ela completou três meses.

Repouso a mão sobre a barriga, e a consciência da vida que está ali me envade.

Tenho vontade de chorar, a alegria que sinto não cabe dentro de mim, mas o medo de tudo que está acontecendo, de nunca mais ver Shikadai, quase consegue anular isso.

Quase.

O dia de hoje me deu esperança, estamos com o responsável por tudo, e vamos conseguir recuperar as crianças, temos que conseguir.

Tiro a mão de cima da barriga, e viro de volta para onde Sasuke, Naruto, e prisioneiro estão.

- Vamos resolver isso de uma vez por todas, - falo me aproximando de novo - e é bom que seja rápido.

- Vamos pra torre do Hokage, - fala Sasuke - Kakashi vai chamar os outros, e vamos conseguir interrogar esse cara sem interrupções.

- Nem uma pausa para o lanche? - pergunta o Jikankuma.

- Ta de brincadeira! - reclama Naruto olhando indignado para ele, enquanto eu e Sasuke só ignoramos o comentário.

Seguimos para a Torre em silêncio, e chegamos bem rápido, indo direto para a sala do Hokage.

- Chegamos - anuncia Sasuke para os que estão na sala.

Shikamaru e os outros também estão aqui, o olhar dele para no meu, e consigo sentir que eles acharam algo, que tem boas notícias.

- Esse é o responsável por tudo - diz Naruto empurrando o prisioneiro para que ele entrasse na sala.

- Em primeiro lugar, eu não sou o responsável por tudo, só por grande parte, e em segundo, não encoste em mim - reclama Ryoki Jikankuma.

Ele tá achando que veio aqui tirar férias, só pode.

Todos olham para ele, e ficamos em silêncio, sem saber ao certo como continuar daqui.

- Vamos começar os interrogatórios, - fala Kakashi-sama - vocês vão ficar assistindo, mas eu vou interroga-lo.

Mesmo a contragosto concordamos, e vamos para uma sala maior que essa, então, o Hokage e o prisioneiro sentam frente a frente.

E é aí que começa a parte divertida.

- Bem, por onde eu começo? - fala Ryoki Jikankuma antes de qualquer pergunta - Pode ser pelo meio, depois voltamos para o início, e a conclusão vem por último.

Esse cara é maluco, isso vai demorar séculos.

Como fazer meus pais entenderem que se amam?Onde histórias criam vida. Descubra agora