Capítulo 10-"Lâmina Ancestral"

2 1 0
                                    

Após uma caminhada curta, Mímir, Otan e Lok'tar chegam no centro da floresta de Terokkar, onde a tribo Brak'Moloj espera os três. Mímir explica que já conversou com o líder da tribo, que também é o pai de Lok'tar, e necessita do mais forte guerreiro do local para lutar por Prasinui na Ilha de Flavia. Naturalmente, Lok'tar nunca ouviu falar desse lugar, afinal ele também nunca saiu de casa antes, e nem planeja sair.

O pai de Lok'tar, um jpa velho orc bem mais baixo que a media, diz ao seu filho que não a motivo para ele se preocupar, afinal a floresta pode se cuidar sozinha (e isso se confirma quando atrás do pai de Lok'tar estão quatro grandes orcs armados com lanças que gritam como guerreiros).

"Mas pai, eu sou o guerreiro mais forte da floresta..." Diz Lok'tar. "Se eu sumir e acontecer de novo o que aconteceu no passado?"

"Meu filho..." Diz o pai de Lok'tar. "Seu dever é recuperar aquilo que foi perdido, e você sabe disso. Nos podemos nos cuidar por um tempo. Vá la, recupere nosso artefato e volte para nos em segurança. Você é o escolhido pelos espíritos da floresta, é o único que pode fazer isso."

Lok'tar olha para os olhos de seu pai, depois olha para seus companheiros orc, para a grande arvore de Terokkar e por fim olha para Mímir e Otan.

"Tá certo. Eu vou." Diz Lok'tar. "Mas retorno quando terminar esse tal Torneio da Conquista e conseguir o que quero."

Mímir sorri. Agora falta apenas uma pessoa. Ironicamente na hora que o anão se lembra quem pode compor seu time seu sorriso some do rosto. O velho orc se aproxima de seu filho e diz que tem algo que Lok'tar deve levar, e então pede que tanto Lok'tar quanto Mímir e Otan se aproximem da grande arvore de Terokkar.

Acompanhado dos três e dos outros orcs, o velho orc tira algo de um dos feixes mais profundos da grande arvore. Quando ele revela o que é, parece apenas um amassado de panos velhos, mas os mais perspicazes notam que ela encoberta algo poderoso.

"Essa é a arma que apenas o mais forte guerreiro de Terokkar podem portar." Diz o orc chefe. "Ela será sua arma agora."

"Espera..." Diz Lok'tar. "Minha arma é um monte de pano?"

"..." Diz o velho orc, Mímir, Otan e todos os outros presentes.

"Não..." Continua o chefe tribal. "Isso é a sua arma."

Abaixo dos panos que o velho tira está um grande machado com uma empunhadura de madeira, um laço azul semelhante ao da calça de Lok'tar e uma grande afiada lâmina.

"Essa é a Lâmina Ancestral. Após o roubo do último artefato, guardamos esse em caso de emergência. Agora ele é seu."

Lok'tar segura a Lâmina Ancestral. A arma realmente parece perfeita para ele. Ele olha para seu pai e o agradece com um abraço.

"Pronto, que bom que tudo saiu como planejado. Agora, meus companheiros, já tenho uma ideia de quem será nosso quarto membro." Diz Mímir, já se preparando para viajar.

"E quem seria?" Pergunta Otan.

Uma cara de nojo estampa o rosto de Mímir.

"Vocês vão ver quando chegarmos lá."

E então o anão se transforma em um dragão verde adulto, surpreendendo todos menos Otan.

"Mas que porra é essa?!" Grita Lok'tar.

"Suba." Diz Otan. "E cuidado com a aterrissagem."

A torcida gritava em euforia. O Torneio da Conquista ainda não havia chegado, mas isso não significa que Flávia não tenha outras formas de se divertir, na realidade eles não tem, mas as lutas ainda não haviam acabado.

Dois gladiadores se enfrentavam em um coliseu numa cidade litorânea chamada Cartadius, relativamente próxima de Dominicia, a capital. Karna e Mavmarir atracaram na ilha a pouco tempo e, para a preocupação do segundo, ainda não haviam encontrado participantes para seu time.

"Não se preocupe, pequeno Mav." Dizia Karna o tempo todo. "Os fortes atraem os fortes. E nós somos fortes."

Mavmarir apenas seguia a mulher, torcendo pra que isso estivesse correto. Os dois então enquanto andam pela cidade de Cartadius atoa, ouvem o barulho da torcida do lado de fora do coliseu principal da cidade. Karna e Mavmarir entram e sobem as escadas, ignorando as placas que diziam "apenas para os nobres" no caminho.

O coliseu estava bem cheio, não super lotado como na maioria das vezes, até porquê já era de noite, mas o bastante para que os sons da torcida fossem escutados por Gregory Somon, um nobre local e a pessoa que mais apostava e lucrava no coliseu de Cartadius, basicamente o maior patrono da cidade.

Ele estava lá pois seu campeão estava dentro da arena nesse exato momento. Eles haviam se encontrado a pouco tempo mas rapidamente ele se tornou o campeão de Cartadius e fez Gregory ganhar muito dinheiro, por isso ele sempre apostava nele, em seu campeão.

Karna e Mavmarir dão de cada com uma parte elevada da arquibancada onde está um gordo bigodudo torcendo para alguém dentro da arena. Os dois se aproximam, assustando Gregory, e começam a ver a luta.

"Ma-mas que porra é essa?!" Grita Gregory. "Vocês não podem ficar aqui! Esse lugar é meu!"

Karna segura o rosto rechonchudo de Gregory com sua mão de madeira.

"Calado velhote. Eu estou vendo a luta." Diz Karna, enquanto vê o final do duelo entre os dois gladiadores que estão na arena.

Um dos gladiadores, bem grande e gordo com um também grande machado na mão, ataca seu inimigo, mas falhando miseravelmente todos os seus golpes. Da poeira que se levanta dos golpes sai uma grande e formosa capa vermelha que realça quem a veste: uma linda mulher com longos cabelos marrons e um sorriso debochado no rosto.

Old Dragon: Torneio da Conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora