Old Dragon: Torneio da Conquista

Capítulo 25-"Um desafio capaz de mudar uma vida"

"Fantástico." Diz Ceres. "Já podemos ir?"

"Claro, fiquem a vontade."

"Maravilhoso." Ceres dá outro gole no cantil e depois o guarda.

Tomoki se levanta e começa a se alongar.

"Ah, finalmente. Vamo vê quem mata mais, sua arrogante?" Tomoki desafia Ceres.

"Claro, valendo a próxima bebida?"

"Valendo a próxima... Bebida? Não, isso é coisa de retardado." Tomoki pensa por dois segundos no que seria valioso o bastante para apostar. "Valendo a próxima luta até a morte."

"Justo." Diz Ceres.

"Bom, vocês podem descer as escadas do corredor e seguirem até o corredor principal para entrar na arena." Diz o Apresentador.

"Não tá faltando alguma coisa?" Pergunta Ceres.

O apresentador abre um sorriso fino e entrega para os quatro membros sua recompensa da Fase Zero. Enquanto isso, dentro da arena, Linnor e Nym fazem a clássica reverencia pós batalha para os nobres. Azon ignora os dois, mas Rhastiel, que estava olhando para o nada, nota os dois e faz a reverencia também. Os quatro saem da arena pelo outro portão aberto que não tinham entrado antes.

Mavmarir, Ceres, Tomoki e Karna vestem seus itens.

"Esse são os itens que vocês ganharam na ultima fase do Torneio."

Os quatro vestem uma pequena braçadeira vermelha no braço. Ela não é tão pequena, é possível repara-la a alguns metros de distancia no corpo do usuário, mas não é nada muito chamativo como a capa dos Conquistadores de Albalor.

"Então se puderem descer..."

Mavmarir empurra a cadeira para trás e sai em uma cambalhota seguindo para dentro do coliseu. Tomoki segue o tiefling em silencio, contendo sua empolgação com a batalha. Karna e Ceres entretanto, se aproximam do cercado da sacada.

"Ahn, vocês duas... É por ali..." O Apresentador aponta para onde Tomoki e Mavmarir foram.

"Calado." Karna interrompe o halfling. "Eu vim do povo, e do povo devo ir."

A líder dos Conquistadores de Rubruv pula da sacada até a plateia, em uma queda de mais de nove metros, e cai perfeitamente no meio do povo.

"Gostei disso." Diz Ceres, que acompanha Karna dando uma pirueta até cair perfeitamente ao lado da capitã.

As duas caminham pela arquibancada enquanto a população de Flávia abre espaço para sua passagem. A arena já está decorada para a luta dos Conquistadores de Rubruv, com algumas bandeiras em vermelho hasteadas nos muros da arena, dando um ar bem mais competitivo para o coliseu.

Enquanto isso, os Conquistadores de Albalor chegam em sua sacada ao norte. O time consegue ver todas as sacadas dos outros times, mas com menor clareza as que estão mais longe, no caso a de Atervos, na direção oposta a deles, e a de Prasinui, que fica na diagonal. Linnor saúda Lansios com a cabeça, mas o alto elfo não parece perceber, ou se percebeu, ignorou, mas Miyahara responde Linnor com um aceno. O grupo ajeita as cadeiras e se senta, com Azon e Nym sentando mais a frente e Linnor e Rhastiel mais atrás.

Todos os outros times e nobres conseguem ver uma clara passagem se abrindo pelo povo, formando um caminho reto e claro. E vindo do povo estão Karna e Ceres.

"Ah, teve a mesma ideia que eu garota?" Pergunta Karna.

"Talvez mentes geniais pensem igual." Diz Ceres.

"Aí, você é muito fofinha!" O instinto materno de Karna aparece e ela tenta abraçar Ceres.

"Com certeza quero conhece-la um dia." Diz Ceres, aceitando o abraço.

As duas pulam o foço e o muro e caem diretamente na arena. A plateia fecha a passagem e começa a entoar cantos para as duas.

"Serio? Tinha que chamar tanta atenção assim?" Diz Tomoki, que chega na arena junto com Mavmarir.

"Sempre atrasado, né Tomoki?" Diz Ceres com um tom irônico.

"Quem se importa com quem chega primeiro na arena. A única coisa que importa é quem derrota o oponente primeiro, Vamos ver se você é tão boa quanto diz ser." Tomoki caminha até o meio do campo de batalha.

Mavmarir, Ceres e Karna seguem a calamidade enquanto o portão se fecha. A plateia se prepara para mais uma grande exibição do Torneio da Conquista, e em troca, os Conquistadores de Rubruv sacam suas armas. Mavmarir pega sua Batuta de Rubruv, Tomoki saca sua kurokiba. Ceres empunha sua rapieira e Karna pega seu montante.

"Vamos mostrar a essa galera o que é uma luta de verdade." Karna começa a motivar seus companheiros. "Já que aquele tapados de Albalor não conseguem fazer isso do jeito certo. O que acham?"

"Tudo pelo entretenimento." Mavmarir também pega sua besta de mão.

Ceres saúda a plateia, dando uma volta completa enquanto acena para eles. Uma parte da arquibancada ainda demonstra certo ressentimento com a presença de Ceres, pois ela é muito provavelmente a única gladiadora mulher em toda a Flávia, o que não é lá muito bem visto. Apesar disso, uma parcela pequena da plateia entoa cânticos para a Lâmina de Cartadius, como se fosse uma torcida organizada.

Apesar de todo o carisma natural de Karna e de Ceres já ser conhecida em Flávia, a presença de Mavmarir e Tomoki deixa a população um tanto quanto apreensiva, muito graças ao seu não tão bom histórico como Sinfonia do Caos e calamidade, respectivamente.

"Senhoras e senhoras!" O Apresentador grita da sacada de Rubruv. "Como vocês puderam ver, o time da ordem não foi nada mais que sensacional. Eles derrotaram nossos melhores gladiadores... Ou será que não?"

Pouco a pouco a plateia do coliseu percebe o que o Apresentador quer dizer.

"O que vocês viram no ultimo teste não foi nada mais nada menos do que um apetite do que a ilha de Flávia pode fazer, nada além do nosso padrão. Mas o que aconteceria se os guerreiros guiados pelas emoções, liderados por Karna Arvana, tivessem que enfrentar o mais emotivo dos gladiadores, aquele que é conhecido como o mais forte da ilha de Flávia?"

O coliseu já é tomado por gritos de euforia enquanto as bandeiras da arena começam a tremular no ritmo dos tambores que anunciam a chegada de alguém.

"Atualmente, ele branda o titulo de "O Executor", aquele que é o mais forte dos gladiadores do coliseu de Dominicia. Esse titulo passou de pessoa em pessoa até esse homem chegar e pegar o titulo que merece, e nunca mais largar até hoje!"

Ceres finalmente entende de quem ele está falando. Ela nunca viu essa pessoa, mas já ouviu falar dela, de boatos que ele destruiu seus oponentes por completo, se eles não saiam mortos, nunca mais conseguiriam lutar de novo. Essa era a sina do Executor.

"Bom, é claro que antes de nos termos ele em nossas posses aqui na terra de Flávia, ele era um habilidoso guerreiro, em outros locais, em outras ilhas, mas digamos que ele se perdeu no meio do caminho e alcançou nossas terras, onde se juntou a nossa cultura e se tornou o mais forte dos gladiadores. Esse homem é conhecido por ser um dos antigos seguidores de uma calamidade, e também ser um dos mais fortes guerreiros da existência."

O portão que os Conquistadores de Rubruv entraram começa a se abrir mais uma vez, e passos pesados tremem o chão.

"Dizem as lendas que ninguém nunca o fez sangrar uma vez na vida. Ele é conhecido por ter a pele de aço, indestrutível. É quase impossível de derrota-lo. Afinal, ele é o mais forte!"

O portão, que ainda estava se abrindo, é quebrado por um minotauro gigante segurando uma maça.

"Arrrrrgggghhhhh!" Grita o minotauro, que bate com a maça no chão.

"Ele é... Timotio da Pele de Aço!"

Ceres sorri em frente ao mais forte.

"Essa é a minha chance."