Capítulo 128-"Os três segredos do devoto"

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A arena fervia em expectativa enquanto Lansios e Linnor olhavam um para o outro. Ambos sabiam que aquela batalha seria decisiva não só para o torneio, como o objetivo pelo qual os capitães vieram a Flávia. Era para isso que os dois estavam lá.

E nesse mar de duvidas e silencio, o primeiro a agir é Lansios Highal.

O clérigo aperta sua mão e forma ao seu redor outros três dele, totalmente idênticos. Nem olhos mais atentos como os de Otan ou Karna conseguiam discernir qual deles era o verdadeiro Lansios.

"Vamos lá, tente adivinhar qual é o certo."

Nesse mesmo tempo, Linnor bate com sua mão em seu peito, e uma mini armadura de energia negra se forma em seu entorno, como se o protege-se. Linnor faz o mesmo sinal, colocando uma camada de luz cintilante em volta de sua armadura e de seu pégaso branco.

"Muito esperto." Diz Elerd.

"O que foi? O que eu perdi dessa vez?" Pergunta Ulbrok.

"Linnor realmente é um estrategista nato. Na sua luta anterior contra o Príncipe Demônio, ele só sobreviveu graças a magia que o ajudou a escapar da morte uma vez, a Proteção Contra a Morte."

"Está me dizendo que ele usou de novo? Agora?" Pergunta Salazar, que olha para a arena confuso. "Quando?"

"Literalmente ao mesmo tempo que conjurou a armadura divina. Ele fez de proposito para esconder de Lansios."

"E acha que ele percebeu?" Pergunta Ulbrok.

"Veremos." Responde Elerd.

Logo após isso, Linnor cavalga lentamente até seu adversário, que abre um sorriso. O paladino já iria começar com tudo, então ele deve responder na mesma moeda. Os quatro Lansios se movimentam ao mesmo tempo, e por mais que Linnor tente ver qual é o verdadeiro, todos pareciam completamente iguais, cada um indo para uma direção diferente, fechando um semi circulo nele.

Os quatro Lansios fazem sinais rápidos de mão ao mesmo tempo, e então outras três duplicatas aparecem em volta de cada Lansios no campo de batalha.

"São dezesseis Highal..." Resmunga Mímir. "Isso é loucura, não tem como saber qual o verdadeiro."

Linnor avança reto, sem ir na direção de nenhum dos clones. Ele segura mais forte o cabo de sua Lâmina da Ordem Absoluta e imbui nela uma parcela de sua energia.

"Vire homem e deixe desses joguinhos."

Linnor corta o ar e uma onda de luz cruza o campo de batalha, mas antes de acertar as ilusões, a energia se dissipa como num passe de magica. Linnor, assim como Mavmarir e Miyahara, entenderam exatamente o que aconteceu.

"Não, não, não, cada um tem exatamente o seu jeito de lutar. Esse é o meu."

Uma fumaça negra começa a subir do rosto de Lansios, revelando uma tatuagem negra que da a volta em seu olho. Ela brilhava em uma cor roxa, como se tivesse acabado de ser ativada.

"Uma tatuagem arcana de contra magica..." Diz Elerd. "Desgraçado."

Linnor olha encimado para o rosto de Lansios, pensando em que outras cartas na manga ele pode esconder. O clérigo percebe isso e decide provoca-lo.

"O que foi, não sabe o que fazer? Vamos lá, veja: como representante de Jivin, vou te fazer uma proposta. Deus dos mistérios, não é? Eu tenho três segredos, você já descobriu um: eu tenho uma tatuagem arcana. E agora, quais serão os outros dois segredos que estou guardando? Quem sabe se você não descobre eles eu te dou uma recompensa?"

Linnor franze o cenho enquanto olha para uma das ilusões, confuso sobre o que ele realmente quis dizer com isso. Lansios nem espera e levanta sua mão, e mais uma vez a fumaça negra de uma ilusão começa a subir de seu braço, revelando uma outra tatuagem arcana.

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