Capítulo 9-"O discípulo mais forte"

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O trio de Albalor chega no topo do Monastério do Sol, o local onde o monge que os recepcionou diz ser a morada do mestre local. Linnor abre a porta corrida e os três veem vários monges iguais ao primeiro socando o ar e gritando em uníssono, no fundo do corredor um velhinho sentado de pernas cruzadas.

"Rah!" Gritam os monges enquanto socam o ar, ignorando completamente os visitantes.

Linnor faz um sinal para que Nyn e Rhastiel o sigam. O velho monge olha para os três se aproximando e abre um sorriso.

"Ah, cá está o herói de Helísia, Linnor Sherwood." Diz o monge, com uma voz caridosa. "Tive algumas visões da sua vinda."

"Obrigado pela recepção, mestre do Monastério." Diz Linnor, com um movimento de cabeça. "Venho em busca de alguém para formar um time para o Torneio da Conquista, um torneio que ocorrerá daq..."

"Você não precisa me falar, as notícias correm rápido e somente tolos não a acompanham, e esse tal Torneio está dando o que falar ultimamente." O mestre termina sua fala e bate palma uma única vez. "Alunos, vamos terminar nosso treino por hoje." E os monges saem do local, deixando Linnor, Nym e Rhastiel sozinhos com o mestre.

"Então, você parece bem forte. O que acha de vir com a gente?" Pergunta Linnor.

"Hohohoho, eu já estou muito velho para acompanhá-los em uma missão tão perigosa." Diz o velhote enquanto ajeita a barba. "Mas sei de alguém que pode ajudá-los. Ele é o melhor discípulo do monastério, e também o com o mais potencial, apesar disso ele tem um comportamento um tanto quanto... Esquentado."

No momento que o monge termina de falar, um vulto cai de cima, em frente a Linnor, que não percebeu o que aconteceu graças a grande velocidade. Tanto Nym quanto Linnor só foram ligar os pontos que aquele vulto chutou Rhastiel quando o meio orc já estava em posição de combate e com um hematoma leve na maçã do rosto.

"Quem são vocês palhaços? Não me parecem ninguém muito forte." Diz o visitante.

Ele tem uma estranha pele vermelha, além de longos dentes afiados e um longo cabelo negro amarrado em um coque. Suas vestes são típicas dos monges locais, grande panos vermelhos com detalhes amarelos, mas aquele parece especialmente mais musculoso. Linnor se coloca entre o hobgoblin, a raça do estranho ser, e seus companheiros.

"Você deve ser o aluno que o mestre do monastério falou. Eu sou Linnor Sherwood, representante de Albalor, e quero que você faça parte do meu time para o Torneio da Conquista."

"Torneio do que?"

Linnor suspira profundamente e mais uma vez explica o que é o Torneio e por quê ele está sendo feito, além de lembrar que os vencedores tem direito a um desejo.

"Entendo. Então é só ir na tal Flávia, chutar a bunda dos caras lá e desejar algo?" Pergunta o hobgoblin. "Parece divertido. Mas planeja ganhar com esses fracotes do seu lado?" E ele aponta para Nym e Rhastiel.

Os dois aventureiros não perdem a calma tão fácil, então não tentam comprar briga com o monge nem nada, mas ficam claramente incomodados com as palavras dele, por sorte Linnor contorna a situação.

"Te garanto que eles são bem poderosos. Mas enfim, o tempo urge e acredito que minha melhor opção é seguir as palavras de Albalor e confiar em você para fecharmos o time." Diz Linnor, que faz um reverência ao mestre monge e sai da sala. Rhastiel e Nym o seguem. O monge olha uma última vez para seu mestre e segue rumo com os três inquilinos.

"A propósito, qual o seu nome, caro hobgoblin?" Pergunta Linnor.

"Meu nome é Azon, o mais forte monge desse local."

Enquanto os quatro saem da torre principal, Linnor subitamente para, ainda bem no topo da escadaria. Os três notam o paladino parando, mas apenas Azon também para, Rhastiel e Nym decidem continuar descendo pois já entenderam o que o mestre quer.

"Então me mostre." Diz Linnor, se virando para Azon. "Me mostre toda essa força que você se orgulha."

Azon sorri e começa a se alongar. Depois de algumas estraladas ele olha para Linnor e abre um sorriso.

"Não me culpe se eu te matar aqui e agora, velhote."

"Não se preocupe, pode vir com tudo o que tem. Mostre as técnicas que aprendem aqui." Diz Linnor, tirando um escudo das costas.

"Então tá certo." Diz Azon, entrando em posição de combate. Ele respira fundo e sente a luz do sol tocar sua pele.

As pessoas daquele Monastério treinam a vida inteira para isso, sempre em contato com o sol e com a vida, para que um dia alcancem o ápice de seus treinos, a capacidade de manipular a energia de tudo: o chi. Azon concentra a energia que o sol libera e a transforma em chi, e então a repassa para sua mão, que está fechada e preparada para um soco. O que Linnor estranha é o fato de Azon estar a quase seis metros dele, e o hobgoblin não conseguiria se aproximar de Linnor sem que recebe-se um contra ataque antes, ao menos não dessa distância.

"Sinta um gostinho da técnica especial do Monastério do Sol."

Nym e Rhastiel se viram a tempo de ver Azon socar o ar. No momento do soco o chi em seu punho, em amarelo fervente, se dissipa em energia radiante, em um raio de chi que atravessa os seis metros entre Linnor e Azon, e colide com o ombro do paladino, que não teve tempo de reação. Ao olhar de volta, Linnor vê a mão de Azon ainda brilhando em amarelo fervente.

"Interessante, garoto." Diz Linnor, abrindo um sorriso e sacando sua espada. "Vamos ver como você se sai contra isso."

Old Dragon: Torneio da Conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora