Capítulo 113-"O mais forte mercenário"

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Dois mercenários acabaram tendo um filho. Graças a sua profissão conturbada, eles pouco tiveram de responsabilidade na criação de seu filho, por isso a vó materna era quem cuidava dessa criança, um mestiço entre um elfo e um humano. Seu nome era Syllael Qirona.

O jovem cresceu ouvindo de seus pais e os via como ídolos. Apesar de serem mercenários, poucas vezes foram contratados para missões de moral duvidosa, o que apenas contribuía para a visão do jovem Syllael, que ouvia os contos que aqueles que nasciam em Salogel e decidiam viver uma vida de aventuras teriam grande fama e fortuna, se tornado um herói digno para a "casa dos heróis".

Entretanto, os pais de Syllael, Paeral e Tarathiel, não estavam lucrando muito de seus serviços, ao menos até uma oferta chegar em sua mesa, uma oferta arriscada, mas lucrativa. A Lâmina da Lua, um tesouro importantíssimo de Salogel, estava sendo guardada para a rito de passagem do filho do rei, Nym Glynrae, então alguns contrabandistas queriam por suas mãos nela antes disso.

Foi assim que, em uma noite escura Salogel foi atacada e o tesouro da família real, a Lâmina da Lua, quase foi roubado por um grupo de mercenários, liderados pelos pais de Syllael, que utilizaram de seu conhecimento da cidade para invadir o palácio furtivamente. Parte do grupo fugiu, mas os dois líderes foram pegos na fuga. O crime dos dois foi sentenciado como traição ao povo e ambos foram presos até segunda instância.

Syllael foi exilado da cidade pelo envolvimento com seus pais, largado na floresta para sobreviver. Separado de sua vó, o jovem meio elfo pouco poderia fazer sozinho, mas por sorte foi salvo por um velho elfo silvestre que observava as redondezas. O velho se compadeceu pelo estado de Syllael, exilado sem culpa por nobres ignorantes de Salogel, e decidiu treina-lo.

O jovem Syllael treinou de seus 9 até seus 15 anos com aquele velho chamado Ardriel de Tohil. O treinamento que passou nesse período era extensivo e cruel, o velho parecia descontar seus traumas no pequeno e constantemente o comparava com seu melhor aluno, Lapolas de Salogel, o herói da cidade natal de Syllael. Após seus 15 anos, Syllael decidiu abdicar do treino com o velho elfo e se exilou sozinho, já forte o bastante para cuidar de si mesmo.

Foi nesse período que Syllael decidiu investigar seu passado e achou a gangue que seus pais trabalhavam, que se mantinha na ativa até ser subitamente chacinada por alguém até hoje desconhecido. Os pais de Syllael também sofreram de uma morte estranha, alguém passou pelas defesas do palácio e matou os dois prisioneiros de forma lenta e tortuosa. Até hoje a cidade procura o culpado.

Syllael se tornou um mercenário experiente após isso, completando todas as missões que lhe eram dadas com facilidade e competência. Após ficar grande no ramo dos mercenários o meio elfo, já passando de sua maioridade, ficou conhecido como "O mais forte mercenário", por nunca ter falhado em uma missão. Esse título deixou Syllael mais famoso, e mais arrogante também, e o fez receber uma missão o tanto quanto perigosa: matar o herdeiro do trono de Salogel, Nym Glynrae.

Assim como fez antes, Syllael facilmente passou pelas defesas do palácio real, mas alguém o impediu antes que ele completasse sua missão. Syllael se viu enfrentando o guardião da floresta local, um druida chamado de Fearghas, que apenas conseguiu impedir que o meio elfo chegasse em seu objetivo, ferindo-o o bastante para força-lo a recuar antes de morrer.

Dois dias depois Syllael voltou a invadir o palácio, almejando completar sua missão já recuperado de seus ferimentos mais fatais. Para a infelicidade do mercenário, um outro druida apareceu, chamado pelo que foi morto anteriormente por Syllael, esse um amigo pessoal de dois dos maiores heróis da cidade e um dos membros do famoso grupo de aventureiros "Antigos": Mímir Martelongo, o mais forte druida de Helísia. Syllael foi vergonhosamente derrotado, e as palavras de Mímir naquele dia o marcaram para sempre.

"Não volte a pisar nessas terras, mercenário. Você é fraco."

A arrogância e egoísmo de Syllael o dominaram a partir daquele dia, que o fizeram se focar totalmente na sua vingança. O meio dos mercenários não se importou com o primeiro fracasso de Syllael em uma missão, mas ele se sentiu derrotado e humilhado, e jurou que iria terminar sua missão. Após aquele dia Syllael ainda enfrentou Mímir mais três vezes, perdendo todas as três vezes, mas cada uma delas lutando melhor contra o anão, que pouco a pouco se via próximo em questão de força e habilidade do meio elfo.

Após a quarta derrota Syllael se isola no Pântano de Ácido, um local rodeado de poderosos monstros que o ajudariam a treinar. Como mensagem a todos os animais do local, o patrulheiro matou o mais forte ser de lá, o dragão negro chamado pelos cidadãos da área de "O monstro do pântano de ácido ". Lá Syllael desenvolveu novas armas e aperfeiçoou seu dardo de anti magia, sua arma final contra Mímir.  Sua doce vingança chegaria.

A luta parecia já ter acabado na torre negra. Em frente a Syllael, Nym jazia de costas no chão, cego e derrotado. Um sentimento de satisfação enorme percorria o corpo de Syllael, que esperou anos por aquele momento. Ele nunca imaginou que Mímir seria tolo a ponto de chamar Syllael para lá, mas seu aparente desespero para vencer o torneio o deu uma oportunidade de ter sua revanche.

E quiseram os deuses que seu outro alvo de vida também estivesse lá, mas chefiado pelo Campeão de Albalor Linnor Sherwood. Syllael mexeu os pauzinhos que precisou e, com um misto de estratégia e sorte, alcançou a tão esperada luta contra um de seus alvos.

Agora seu primeiro alvo agonizava na sua frente como o fraco que era. Mesmo assim, uma certa raiva crescia pelo corpo de Syllael, que sentia asco só de ver o Glynrae tentar, como se em algum momento tivesse chance.

"Como é irritante! Você não passa de um contra tempo para mim, Glynrae! A única missão que falhei foi a de matar você, e nem foi por sua culpa! Incapaz de lutar por seus amigos, incapaz de governar seu povo, incapaz de recuperar sua arma, você é incapaz de me vencer!"

Syllael cruza a Lâmina da Lua e a Lâmina da Psicose e então olha para Cícero. a plateia fica em silencio na espera do julgamento do Imperador, que se levanta e ergue a mão para dar seu veredito.

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