Capítulo 118-"Akash e Nikopol"

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Essa historia começa em uma cidade cujo nome foi apagado a muito tempo. Pobre como todas as outras da época, restava aos seus moradores que caçassem para sobreviver. Entretanto, em um local de tão difícil vivencia, seria impossível achar essa comida na floresta.

Era por isso que um pequeno garoto humano, morador das vielas daquela cidade, aprendeu desde pequeno, quase como uma arma para sobreviver, a roubar daqueles que tinham comida. Esse pequeno garoto era Akash, um jovem garoto humano de cabelo loiro e olhos castanhos.

Inicialmente ele roubava apenas pequenas lojas e feiras para poder sobreviver. Algumas vezes uma alma nobre dava um pouco de comida para ele. Entretanto, foi somente quando ele tentou roubar um casarão de uma família nobre que sua vida começou a mudar para destinos imprescindíveis.

Uma das únicas famílias que tinha algum dinheiro e poder na cidade eram os Rudenko. Usando sua maestria de quase quinze anos de experiência, Akash invade a mansão dos Rudenko e chega na sala onde os tesouros eram guardados.

"Imobilizar."

Subitamente, Akash não consegue mais se mexer. As joias e riquezas dos Rudenko estavam na sua frente, mas ele não conseguia nem mesmo mexer o braço para pega-las.

" E Área Escorregadia"

O chão é repentinamente coberto por um liquido preto estranho que Akash julga ser graxa. Nesse momento o ladino perde seu equilíbrio e cai, mas tem uma abertura para se mexer e saca sua rapieira. Em um movimento rápido, ele se mantém de pé mesmo na graxa, e ataca onde estava vindo a voz.

"Que droga. Acho que ainda não aprendi com exatidão a imobilização de seres." A rapieira de Akash corta de leve o rosto de quem falava. "E então, ladrão, acha que pode me vencer?"

Aquele que falava era um jovem de cabelos negros curtos e um porte relativamente forte. Usava roupas claramente nobres. Olhando de perto, ele até parecia um pouco com Akash, apesar de ser bem mais limpo.

Akash olha para a graxa no chão.

"Um mago." Completa o ladino. "Achei que fossem apenas lendas."

"Hahaha. Bom, eu gosto de ser tratado como uma lenda." O homem estende sua mão para Akash. "Sou Nikopol. Nikopol Rudenko."

"..." Akash olha para o jovem. "Você sabe que eu estou tentando te roubar, né?"

"Sim, mas não vai conseguir." Nikopol levanta Akash, mesmo que contra sua vontade. "Não enquanto eu estiver aqui. Mas se pedir desculpas eu deixo você ir embora como se nada tivesse acontecido."

"Qual seu preço?"

"Preço?"

"Todos tem um preço." Responde Akash. "Quanto de grana tu quer?"

"Não, eu não quero grana." Nikopol pensa um pouco mais e se lembra de algo. "Mas se você insiste tanto, quero que faça algo por mim."

Akash suspira pesadamente. Parece que ele se meteu em uma confusão bem pior do que só um furto a nobres.

O jovem Nikopol, primogênito dos Rudenko, diz que sua família é extremamente conservadora quando a questão é artes místicas. Nikopol sempre teve curiosidade de estuda-las, mas apenas aprendeu o que pode com alguns fiapos de livros que encontrava em feiras aleatórias.

"Dizem por ai." Diz Nikopol. "Que um tomo arcano está escondido entre os pertences de alguns ladrões das redondezas. Quero que você o pegue pra mim."

"Um ladrão roubando de outros ladrões." Akash se ajeita e guarda a rapieira. "Parece que não tenho outra opção."

"Exatamente." Nikopol pega alguns utensílios e armas em um baú próximo. "Aqui, pode usar isso par-"

Akash já tinha sumido.

Um dia depois, no mesmo horário, Akash volta para a mansão dos Rudenko da mesma forma que entrou, totalmente furtivo. Ele pegou o tal tomo arcano com muita facilidade e entrega para Nikopol, cumprindo o acordo.

"Então, com isso estamos quites, sim?" Diz Akash.

"Isso." Nikopol senta numa cadeira da sacada da mansão, cruza as pernas e abre o tomo. "Se quiser, fique aqui e tome um chá."

"Que?" Akash olha para ele enquanto se pendura na sacada. "Eu tenho que lembrar que tentei te roubar?"

"Tentou roubar meus pais, não eu." Nikopol toma um pouco do chá e continua a ler. "Eles sempre me mantiveram aqui, preso sem poder fazer nada. Dizem que lá fora é muito perigoso."

"Pra um mariquinha nobre que nem você deve ser mesmo." Responde Akash, despreocupado.

"Pode até ser, mas ainda não gosto de como vivo."

Akash olha para os utensílios da mansão. Copos e vidraças chiques, tapetes luxuosos e mais.

"Aham, sim. Tá bom, pequeno príncipe. Você tem tudo a sua disposição e diz que não é feliz?"

Nikopol finalmente para de folhear o tomo arcano e olha para Akash.

"Eu te invejo. Você é livre, pode sair por ai, fazer o que quiser, ler o que quiser, comer o que quiser." Nikopol bebe um pouco do chá. "Roubar o que quiser também."

"Você sabe que, se quiser, pode fazer isso também, né?"

"Hahaha! Não seja idiota, um nobre como eu nunca poderia fazer isso. É meu destino seguir o caminho que meus pais pensaram."

Akash olha para o jovem mago com um rosto curioso.

"Você é digno de pena, carinha." Akash coça a cabeça e deita na sacada, olhando para o horizonte. "Se quer sair, saia. Se quer comer, coma. Se quer ler, leia. Se quer roubar, roube. Você acha que as pessoas podem mandar em você, mas quem manda em você é você mesmo."

Nikopol trava por alguns segundos e olha para Akash.

"Eu ainda posso te denunciar."

"Que?! Achei que tínhamos um acordo!" Grita Akash.

"Eu tenho uma outra proposta."

"Ah, qualé!" Akash gira de um lado para o outro, irritado. "O que quer que eu faça agora?"

"Me leve com você."

Inicialmente em choque, Akash abre um sorriso leve.

"Parece que não tenho outra opção."

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