Capítulo 143-"Irrompendo em chamas"

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Graças ao diabólico plano de Lansios Highal, que almejava matar Cícero Venatios e espalhar o caos em Dominicia, todo coliseu tinha entrado em um estupor de destruição e pavor.

As pessoas corriam pela arquibancada, pisoteavam uma a outra e tentavam de todas as formas sair, até mesmo pulando no fosso da arena ou atacando os guardas de Flávia que tentavam inutilmente manter o controle do lugar.

No meio de todo esse caos, alguns pontos específicos do coliseu se tornaram um epicentro. Um deles era a entrada norte, que estava fechada por um grande portão de ferro. Ele só podia ser aberto pelo andar de cima, que estava inacessível no momento.

Uma grande multidão de pessoas desesperadas corria por aquele local, entrando num corredor que, em circunstâncias normais seria grande, mas para o número de pessoas era extremamente pequeno. Os gritos de terror ecoavam enquanto as pessoas se apertavam na frente daquele grande portão.

Apesar do número considerável de pessoas, o grito de uma em específico se destacava.

"Vai todo mundo morrer! Vai todo mundo morrer!"

"Para de gritar assim, Sholda!" Grita um kobold. "Você tá me assustando!"

Aqueles eram dois convidados da cidade mercante de Espasa, do reino de Aurelor, Sholda Saramanni, o líder do local, e Snak Snav, o artífice responsável pela sua reconstrução. Sholda segurava firme seu alaúde enquanto andava temeroso e choroso na multidão. Snav tentava a todo custo não ter seus ínfimos 60 centímetros esmagados pela multidão.

Em meio a todo aquele caos e terror, um único homem tentava manter a calma geral das pessoas: o rei de Aurelor, Dillinger Cultello.

"Se acalmem, pessoal! Vamos com calma!" Grita o rei, inutilmente. "Cadê o Galahed quando eu preciso dele?!"

Nesse momento irrompem por aquele longo corredor Mavmarir Skamenos e Vaeskia, liderados por Karna Arvana. Todos os presentes ficam surpresos, pois achavam que eles já haviam sido eliminados do Torneio da Conquista, mas lá estavam eles.

"Precisamos ajudar essas pessoas a fugir ou vai todo mundo ser amassado." Diz Karna. "Vamos quebrar aquele portão."

"Certo." Diz Vaeskia. "Ent-"

"Conquistadores de Rubruv!" Grita Dillinger Cultello, que se aproxima por meio das pessoas. "Que bom que estão aqui!" Precisam ajudar essas pessoas!"

Ele protegia com seu braço de madeira uma criança que chorava bastante, aparentemente gritando por sua mãe. Apesar do desespero, os Conquistadores de Rubruv se mantém estáticos.

"Sim, é o que íamos fazer." Responde Vaeskia.

"Perai, você é o Dillinger Cultello né?" Pergunta Mavmarir. "Interessante..."

O rei recua um pouco, erguendo a sobrancelha para ele.

"Não ouvi coisas boas a seu respeito, mas enfim..." Ele volta seu olhar para Karna. "Precisamos achar uma saída."

"Não precisamos achar uma." Diz Karna, indo na direção do enorme portão. "Precisamos apenas fazer uma."

Mavmarir, Vaeskia e Karna pedem licença a alguns cidadãos que estão na frente da cela, abrindo um espaço mínimo para que pudessem lidar com aquele problema. Mavmarir olha para cima e vê grandes correntes de ferro, as responsáveis por levantar o portão pela parte de cima.

Ela faz um simples truque rápido, conjurando uma mão fantasmagórica que vai na direção da corrente. Mavmarir tenta puxa-la pra cima com essa magia, mas o portão nem se mexe.

"Estava esperando levanta o portão inteiro sozinho?" Pergunta Vaeskia.

"Não custa tentar, né."

"Pode deixar isso comigo." Diz Karna.

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