Capítulo 131-"Suplícios do Silêncio"

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Quase como uma reação em cadeia, o coliseu começou a ter vários focos de movimento ao mesmo tempo. Uma parte da plateia parecia nervosa, gritando e correndo de um lado para o outro, enquanto as sacadas dos gladiadores estavam todas vazias agora. Linnor apenas observava tudo aquilo, ainda confuso com o que estava acontecendo.

Quatro Lansios, ainda com as correntes negras em mãos, cercam Linnor e seu pégaso.

"Como eu falei, são três segredos, esse foi o segundo. Não é so eu e você que estão batalhando. Parece que meus companheiros devem ter encontrado os seus por agora... O que acha? Será que seus companheiros conseguem sair vivos?"

"Eu confio na habilidade deles. Só estou surpreso que você tenha que se rebaixar a essas artimanhas."

"Ah... Eu estou usando truques sujos, é? Tá bom, permita-me mostrar um pouquinho mais então."

Com um movimento rápido, os quatro Lansios enlaçam Linnor com as correntes, prendendo-o. Apesar disso, o paladino repara algo estranho nessas armas magicas que o cercaram. Elas cercam o seu braço, mas não o apertam com a intenção de prende-lo ou conter seus movimentos. Linnor pode se mover naturalmente mesmo cercado pelas correntes.

Lansios ergue seu dedo e concentra energia divina na ponta de seu dedo.

"Vou mostrar a você o que posso fazer."

Os quatro Lansios erguem seu dedo ao mesmo tempo e um pequeno ponto amarelo cresce ao seu redor. Eles apontam para trás de Linnor, perto do fosso que separa a plateia da arena. O paladino entende exatamente o porque Lansios fez isso.

Aquela magia era uma explosão em área, ou seja, cresce de um ponto e toma um alcance especifico, por isso a maioria de seus conjuradores tem que ter cuidado para não ser pegos pela própria magia, normalmente conjurando-a longe o bastante de si mesmo.

De cima do poço, uma luz amarela toma conta da arena em alta velocidade. Linnor mal tem tempo de reação antes de sentir o queimar em sua pele, apenas tendo espaço para colocar sua espada na frente e se proteger por pouco. Um dos clones de Lansios é pego pela explosão, e antes de ser dissipado pelo próprio golpe, abre um sorriso para o paladino.

Quando a luz de dissipa, ela é substituída pelo grito das pessoas nas arquibancadas. Alguns dos mais próximos da arena correm de um lado para o outro com sua pele totalmente queimada, alguns já completamente carbonizados e outros praticamente apenas cinzas.

O pégaso de Linnor sobreviveu por pouco, apenas graças a proteção contra morte que o paladino usou anteriormente. Ele estava com a pele toda queimada e mal conseguia se aguentar de pé. Com aquela única magia, o caos no coliseu, que já estava grande, começou a aumentar ainda mais.

Linnor observa aterrorizado para o caos na arquibancada enquanto seu cavalo trota de um lado para o outro, tentando se manter de pé. Com um único toque, Linnor começa a curar os ferimentos do pégaso até ele voltar a ficar completamente estável, sem nenhum ferimento.

"Seu verme... Você não tem escrúpulos mesmo." Diz o paladino.

O pégaso parte em direção do Lansios mais próximo, mas nesse momento as correntes negras de Lansios começam a fazer efeito. Mesmo por cima da armadura, Linnor sente que sua pele estava sendo queimada, e uma energia necrótica entrava em seu corpo.

Mesmo com essa dor, Linnor continua seu avanço, mas ao invés dele atacar, faz uma ação diferente para surpreender Lansios. O pégaso se vira rapidamente e da um coice em Lansios, que tem tempo de reação para dar um passo para trás e trocar de lugar com um de seus reflexos, que toma o golpe em seu lugar.

Enquanto toma distância, Lansios forma um pequeno portal ao seu lado e um raio radiante de cor azul e preta vão na direção de Linnor, acertando seu ombro com tudo. O paladino continua seu avanço, mas se foca em principalmente entender o que aquelas correntes estavam fazendo.

Ele estava atualmente preso em quinze correntes, apesar de que apenas cinco delas eram verdadeiras, já que dos três Lansios, apenas um era verdadeiro. Aquelas correntes pareciam ser mais "contra golpes" para Linnor do que de fato "limitadores". O paladino poderia se mexer e atacar, mas em troca sofreria a queima das correntes.

"São os Suplícios do Silencio. Se eu fosse você ficaria honrado, só usei isso contra os mais fortes magos que conheci. Você é um dos que tem essa honra, se sente feliz com isso?" Diz Lansios, com um tom debochado.

Linnor da um corte giratório em seu eixo e todas as correntes dos Suplícios do Silencio se partem no mesmo momento, deixando-o livre mais uma vez. As correntes caem no chão, mas começam a se formar de novo, afinal são energia.

"Suplícios do silêncio..." Linnor olha para as correntes ineficientes no chão. "Não parecem muito pra mim."

O pégaso avança em Lansios mais uma vez e, com uma girada de mão, da um corte lateral no peito de Lansios. Um clarão toma conta do lugar e aqueles que ainda estavam focados na luta, ou seja, parte da plateia que ainda não notou o caos acontecendo, apenas vê Lansios sendo ejetado para o muro da arena e batendo com suas costas lá enquanto cospe sangue.

Lansios se levanta aos poucos mas não tem nem tempo de reagir, pois os cascos do pégaso de Linnor já o acertam direto no peito, afundando-o na parede. As duplicatas de Lansios que ainda estavam na arena se dissipam graças a perca de concentração do clérigo.

Linnor olhava o machucado Lansios de cima enquanto a arena gritava junto com o caos. Apesar disso, Lansios ainda continuava de pé.

"Boa, boa, você é bem melhor do que eu imaginei..."

O alto elfo se levanta e tira a poeira de suas roupas, disposto a continuar aquela luta até que um deles morresse.

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