Capítulo 15-"Reunião em Dominicia"

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Havia chegado o grande dia que inauguraria o Torneio da Conquista. Todos os representantes dos cinco deuses primários haviam sido informados para rumar até Dominicia e comparecer com seu time na catedral de Flávio, o local onde os nobres de Flávia jantarão e conhecerão os gladiadores.

Os times de Albalor, Prasinui e Caerulin chegam em Dominicia rapidamente, e com extrema facilidade. O time de Atervos teve um pequeno contraponto chamado Miyahara e Akash, que demoraram um pouco para achar Lansios e Naqrin. Entretanto o único time que não havia chegado em Dominicia foi o time de Rubruv, por algum motivo.

Aquele jantar havia sido marcado para a noite daquele dia onde os representantes dos deuses e seus gladiadores se apresentariam em um jantar formal para os Venationes, os maiores nobres da ilha de Flávia e herdeiros do fundador da ilha, o Conquistador.

O jantar já estava organizado e os nobres apenas esperavam os competidores chegarem, e os primeiros que dão as caras são os representantes de Albalor. A chegada de Linnor Sherwood e seus escudeiros deixa os nobres eufóricos, muito pois representam um dos deuses mais populares da ilha, no caso o deus da Tradição Albalor, e também pela fama de herói e do nome da família de Linnor. O grupo é recepcionado por um mordomo com um bigodão.

"Saudações, representantes de Albalor, o lugar de vocês já está reservado. Me sigam." Diz o recepcionista.

Linnor segue o mordomo e pede para Rhastiel, Nym e Azon o seguirem. Enquanto o grupo anda é possível perceber os nobres em volta, sentados em sua mesa com copos de champanhe, preocupados e temorosos com os seguidores de Linnor, pois todos são raças "esquisitas" e "horrendas" na visão do povo. Basicamente todas as raças hibridas são vistas como nojentas e desonradas, e Rhastiel, um meio orc, e Nym, um meio elfo, não são exceção. E claro, é obvio que hobgoblins como Azon também não são bem vindos.

Rhastiel e Nym ignoram os olhares estranhos e os xingamentos, mas Azon manda alguns nobres "se fuderem" até Linnor pedir para ele parar. Os quatro se sentam na mesa que o recepcionista aponta, uma mesa bem próxima da escada principal do salão que leva para uma cobertura do segundo andar, onde está o imperador de Flávia, Cícero Venatios.

O segundo time a chegar são os representantes de Prasinui. Assim como os representantes de Albalor, os de Prasinui não são bem vistos pelos nobres. É claro, Mímir foge dessas visões pois, apesar de ser um anão, uma raça estranha em Flávia, ele é um herói, membro dos Antigos, que voltou a muito tempo. Porém exceto o capitão, tanto Syllael quanto Lok'tar não são bem vindos. O que balanceia o grupo é o carisma não natural de Otan, que puxa todas as atenções para si.

"Olha só, meu caro amigo Linnor!" Grita Mímir ao ver o antigo amigo. "A quanto tempo não te vejo!"

"Mímir! Não acredito!" Diz Linnor, que levanta de sua cadeira.

Os dois se abraçam por um tempo, surpresos por terem se visto. Mímir viu Linnor poucas vezes, mas não consegue evitar de se emocionar ao ver o filho de seu ex-companheiro, Austin Sherwood, vivo e bem. Linnor também se emociona pois sempre respeitou Mímir e os companheiros de seu pai, e sabia que ele estava sumido a muito tempo. É uma pena, pensam ambos, que eles serão adversarios no Torneio da Conquista.

Enquanto o time de Prasinui se aproxima e senta em uma mesa do lado do time Albalor, Rhastiel e Azon reparam que Syllael, por algum motivo, olha para Nym com um olhar estranho. Enquanto os nobres e os gladiadores locais esperam a chegada dos outros competidores, os times pedem algumas bebidas e comidas. Quando os dois grupos se encontram, Lok'tar da de cara com Rhastiel. Ambos são familiares próximos, um é um orc (Lok'tar) e outro um meio orc (Rhastiel) e os dois até se abraçam confortavelmente pois normalmente estão sozinhos contra uma maioria injusta.

Após a chegada do time Prasinui, são os representantes de Atervos quem chegam no local. O recepcionista tenta mostrar a Lansios onde é a mesa do time que representa o deus do Individualismo, mas Lansios interrompe o homem.

"Calado. Eu decido onde me sento." Diz Lansios se aproximando do time Albalor e Prasinui.

O alto elfo olha para cima e se irrita ao ver que as mesas do segundo andar ja foram ocupadas pelos nobres de Flávia. Estranhamente, Lansios reconhece um homem na mesa onde está Cícero Venatios, seu antigo amigo de trabalho, Dominic Fardream e vê também um minotauro e uma mulher de cabelos brancos. Com um olhar de tensão entre Lansios e Dominic, e depois um outro olhar de tensão entre Lansios, Mímir e Linnor, o grupo de Atervos se assenta em uma mesa ao lado do time Albalor.

Por fim o time Caerulin também chega. Naturalmente, a presença de Ulbrok, um ogro, e Miz'ri, uma elfa negra, causa estranheza dos nobres, mas a cordialidade e a presença de Elerd interrompe más falas. O líder de Caerulin se senta na mesa ao lado do time Atervos, deixando uma ultima mesa livre para o time de Rubruv, que ainda não chegou.

Os nobres, os times e o imperador de Flávia esperam em torno de duas horas depois do horário marcado, mas mesmo assim os representantes de Rubruv não aparecem. Cícero se levanta de sua cadeira e vai até a frente da escada, na frente de todos. Quando ele se levanta todos os nobres se calam, sua presença, apesar de não emanar força, emana respeito, seu olhar é fixo, com confiança.

"Saudações irmãos Venationes, saudações gladiadores divinos." Diz Cícero. "Mesmo sem os representantes de Rubruv aqui, está claro que devemos começar as formalidades. Vocês devem estar se perguntando por quê marcamos uma reunião apenas para comermos. Bom, naturalmente não marcamos reunião nenhuma para isso."

Lansios, Akash, Syllael e Linnor notam um barulho la fora.

"Na realidade, o objetivo desse jantar é conhecermos melhor nossos queridos gladiadores, e que forma melhor conhecermos eles do que... Em uma batalha?"

Nesse momento as vidraças são quebradas e uma dúzia de mercenários começam a entrar e invadir o local. Tem em torno de quatro no segundo andar, dois em cada lado, e mais quatro no primeiro andar. Além disso na entrada do local a porta se abre e um grito escamoso irrompe o salão, um ser semelhante a um pequeno dragão com seus braços dianteiros colados as asas. No exterior esse ser é chamado de Wyvern, mas em Flávia ele é conhecido como Draken.

Ao lado de Cícero, que continua com uma expressão calma e sorridente, aparece um mercenário que é claramente mais forte que os outros, além de ser um tiefling com uma aparência bem mais virtuosa. Ao ver o mercenário chefe se aproximando dele, Cícero anuncia para os gladiadores locais.

"Que comece a Fase Zero do Torneio da Conquista."

Old Dragon: Torneio da Conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora