Capítulo 162-"A batalha final"

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Mímir tenta desesperadamente acompanhar Lansios com seus olhos. Ele segura firme o cabo de seu Barak Baraz, confiando nela para acertar seu adversário.

"Qinlar! Tome cuidado, ele est-"

Mímir sente algo atrás dele e quando se vira, ninguém mais estava lá. Elerd, que estava alguns metros ao lado do anão, tenta recompor seus pensamentos. Desde que ele e Mímir entraram naquele mundo de Lansios, as coisas tem ficado muito confusas.

Os dois não tem conseguido conectar seus golpes corretamente, conseguindo acertar apenas alguns poucos ataques. Toda vez que eles atacavam Lansios sumia e reaparecia em outro lugar, por vezes até desaparecia completamente, o que Elerd supôs ser uma magia de invisibilidade do próprio Lansios.

"É só isso, Qinlar?" Diz uma voz atrás do elfo.

Elerd se vira, mas não vê nada. O mago se concentra e gira sua varinha, então forma uma rajada de vento ao seu entorno, e força Lansios a se afastar antes que fosse acertado. Como o mago imaginava, Lansios conseguia mexer com os sentidos de seus alvos naquele mundo, mas isso não mudava que ele ainda podia ser acertado por golpes que o alcançassem.

Lansios abre um sorriso, mas é interrompido por Mímir, que da um golpe e erra, pois o clérigo já havia desaparecido. O anão aponta para Elerd e forma entre os dois uma conexão mágica, dando parte dos reflexos de Mímir ao mago. Elerd agradece com a cabeça e então tenta corta a distância entre Mímir e ele com sua Absolutna Arcalís, mas quando ele faz isso, não era Mímir quem ele aproximou e sim Lansios, que acerta uma espadada em sua barriga.

Elerd se afasta enquanto vê o ferimento crescer. O mago se vira para atacar mas tem sua mão segurada por Lansios, e então é jogado para longe com raios radiantes.

"Você não cansa de ser um peso, não é, Qinlar?"

"Ele não é um peso!" Diz Mímir, atrás de Lansios. "Ele fez bem em te segurar!"

Lansios se prepara para desviar, mas a gravidade em seu entorno aumenta, pressionando-o para baixo. Evidentemente aquilo foi um plano de Elerd, que a conjurou antes que fosse acertado por ele. Mímir segura seu Baruz Baraz e coloca sua energia divina e chamas mágicas no golpe.

"Agora morra!"

O sangue escorre pelo Mundo Ilusório, ao mesmo tempo que Mímir sorri pois sabe que o golpe acertou. Quando o anão levanta a cabeça e vai ver como estava Elerd, o mago não estava mais lá. Na realidade, Elerd estava bem na sua frente.

Foi Elerd quem levou aquele golpe.

Elerd cai no chão após ter seu peito atravessado pelo Baruz Baraz de Mímir. Lansios estava logo atrás dos dois. Ele abre um sorriso e então pula em cima de Mímir. O anão não tem muito tempo e só vê a mão de Lansios rumando em sua direção, e então o ar se rompe com o movimento do clérigo, pressionando-o contra o chão do Mundo Ilusório.

Mímir sente suas pernas cederem enquanto perdia a disputa contra o terremoto que Lansios conjurou no ar. O chão se parte junto com o ar e todos os ossos de Mímir, e então o ambiente se dissipa.

Lok'tar percorreu um longo caminho até chegar novamente no topo do coliseu, e acabou se aproximando do lugar que anteriormente estava fazendo bastantes sons, mas agora estava em silêncio.

O orc corre rapidamente até um local no teto que parecia ter tido uma batalha de proporções épicas, pois estava bem destruída. Lok'tar não tinha percebido de primeira, mas então nota que tinha uma pessoa de pé naquela destruição: Lansios Highal, segurando Elerd Qinlar e Mímir Martelongo pelo pescoço.

Lansios vestia seu manto negro comum e seus cabelos loiros voavam pelo ar. Mímir estava sem a perna direita, e Elerd sem seu braço esquerdo, e ambos estavam encharcados de sangue.

O orc pressiona com força o cabo da sua espada e então se prepara para avançar, mas vê atrás de Lansios aparecer Karna, Otan e Mavmarir, que também olhavam para aquela cena com um misto de choque, surpresa e raiva.

Mav nota algo de errado. Elerd estava morto, mas seus ferimentos não pareciam originar de golpes do Lansios, e sim do machado de Mímir, que estava agora no chão. De qualquer forma, independente da causa da morte, Karna, Otan e Mav notam que os dois capitães estavam mortos.

Lok'tar avança com sua espada e seu escudo nas mãos enquanto Otan aponta sua alabarda e condensa sua energia divina em quatro raios radiantes que rasgam o ar em busca de vingança. Os dois ataques acertam Lansios, mas ele some e reaparece atrás do orc sem nenhum dano, enquanto Lok'tar desliza pelo chão e é segurada por Karna.

Lansios solta os corpos mortos de Mímir e Elerd e olha para os novos visitantes.

"Hm, certamente estão animados. Bom, saudações. Gostaram do que eu fiz aqui?"

Otan e Lok'tar cerram os olhos em ódio, eles não vão responder nada a ele. Lansios sorri e faz um sinal de mãos para os corpos de Mímir e Elerd, que começam a ser cercados por energia divina.

Enquanto isso, Akash, Rhastiel, Vaeskia e Miyahara chegam na sala das saunas e se deparam com Linnor, que brandia sua espada na direção de Lansios, que apenas desviava. Linnor ataca, mas Lansios desvia e faz um sinal de mão, lançando Linnor para mais próximo dos outros companheiros.

"Ah, mais reforços. O que foi, Sherwood? Não era uma batalha um contra um?"

"Não importa." Diz Linnor. "Eles fazem as próprias escolhas. A minha é te derrotar."

"Vaeskia." Diz Rhastiel para o homem lagarto. "Não deixe Linnor morrer."

O meio orc corre até o meio da sala e rapidamente pega o corpo de Azon, que queimava e até machucava um pouco de sua pele.

"Não posso curar ele, mas vou fazer o que conseguir." Diz Vaeskia, puxando as espadas.

"Ah, entendo." Diz Lansios. "Então vai ser assim."

O clérigo faz um sinal com sua mão. Ao mesmo tempo, no topo do coliseu, o outro Lansios faz o mesmo sinal, e em ambos os locais uma energia negra cobre todos em volta, inclusive Rhastiel, que não fugiu a tempo, e Salazar, que tinha chegado junto do outro grupo no mesmo momento.

Agora todos eles se viam numa dimensão diferente, que era bordada em tons espaciais enquanto flutuavam em uma grande rocha sideral. O chão apresentava alguns símbolos mágicos, mostrando que o local onde eles estavam era totalmente diferente de Flávia.

Linnor imediatamente reconhece o lugar, aquela era a dimensão que Lansios tinha conjurado anteriormente contra ele nos céus de Flávia. O Mundo Ilusório. Como os dois Lansios a conjuraram ao mesmo tempo, os dois grupos foram puxados juntos, e agora todos eles estavam lá.

Um grupo, formado por Linnor, Rhastiel, Vaeskia, Akash e o corpo de Azon, estava mais a esquerda, de frente ao Lansios com o traje de batalha, teoricamente o "original". Na diagonal direita deles estavam Karna, Lok'tar, Otan, Mavmarir e Salazar, de frente com o Lansios com sua aparência comum, o que lutou com Mímir e Elerd.

Os dois Lansios se olham e percebem o que aconteceu. O Mundo Ilusório só pode ser conjurado por eles, mas se um conjura-lo o outro não poderá. Por isso que durante a luta contra Azon um Lansios não pode conjurar aquele mundo, pois o outro já estava o usando contra Mímir e Elerd.

Porém os dois tiveram a coincidência de conjura-los ao mesmo tempo, o que levou não só os dois para lá, como todos em volta também. Todos os gladiadores que representavam a resistência contra ele. Ao derrota-los, Lansios completaria seu plano.

Dominic havia feito a Fase Quatro do Torneio da Conquista como um "todos contra Lansios", mas o fato é que aquele que se mantivesse de pé no final seria considerado o vencedor. Ao matar todos lá, Lansios venceria o Torneio da Conquista e desejaria finalmente o trono do mundo, o que ele tanto almeja.

Os dois Lansios sorriem enquanto olham para seus inimigos. A batalha final começava.

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