Capítulo 103-"Nos Planos Rubros"

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Linnor olha descrente para a fivela do Escudo da Alvorada em seu braço, a única coisa que restou intacta do artefato. Lúcifer da um soco em seu estomago e acerta seu ferrão pela primeira vez, transpassando a armadura do paladino.

O ferrão entra no peito de Linnor e começa a injetar um veneno forte em suas veias, mas por sorte ele se concentra, respirando e distribuindo energia divina pelo corpo, dissipando o veneno a tempo de não sofrer nenhuma represália. Agora Linnor tinha apenas sua Lâmina da Ordem Absoluta em mãos.

"O que?! Não é possível!" Grita Nym que olha desesperado para Rhastiel. "A gente tem que ajudar ele logo, que se foda essa porra de torneio!"

Nym se levanta e segura sua Lâmina da Lua, mas é puxado de volta para sua cadeira por Dominic.

"Desculpe, mas as regras não podem ser quebradas. Não é seu mestre quem acredita nisso?"

"Apenas siga as ordens como nosso mestre gostaria que fosse feito." Responde Rhastiel.

Em outra sacada, Mímir jaz em choque, olhando para arena enquanto treme descrentemente. Toda sua juventude como aventureiro se passou vendo o Escudo da Alvorada, o símbolo da família Sherwood, como uma arma inquebrável, capaz de proteger a todos. Agora ela jazia no chão, em pedaços.

"N-não é possível..." Mímir quase cai de joelhos, mas se segura em sua cadeira e dissipa os pensamentos ruins que teve. "Não, não. Mesmo sem o escudo, ele ainda tem a Lâmina da Ordem Absoluta. Ele ainda pode vencer."

Otan guarda sua Vontade da Natureza nas costas.

"Eu estou pronto. Quando quiser podemos intervir."

"Calma, ainda não." Mímir vai esperar até o final para ver se Sherwood pode vencer sozinho. "Vamos esperar."

A maioria dos nobres de Flávia ficam pasmos, enojados ou espantados ao ver a situação em que a luta se encontra. Não que Linnor seja um grande idolo deles, mas o demônio que está na arena causa calafrios e repulsas a todos os humanos comuns. A única pessoa que estava feliz ali era Cícero, que pela primeira vez via com seus próprios olhos um Tesouro Sagrado falhando, e sendo destruído no processo.

Dominic, entretanto, olha para a arena com um certo desespero, apesar de não demonstrar isso para não propagar ainda mais essa emoção nos jovens de Albalor. Ele não conseguia acreditar que o Tesouro Sagrado da Ordem tinha se quebrado, mesmo que para um Príncipe Demônio.

"N-não... Isso é impossível..." Ulbrok larga a alabarda, que cai pesada no chão. "Devemos intervir... Mas eu nem sei se consigo lutar contra aquela coisa..."

Elerd prefere não responder, apenas engole em seco e olha para Cícero na espera de alguma intervenção, que naturalmente não ocorrerá.

Até mesmo Akash se encontra surpreso. Para ele, isso era o melhor entretenimento que ele tinha em anos, mas isso não significa que uma parte de si estivesse aterrorizada pela situação da arena. Os únicos com um sorriso cínico eram Syllael e, em especial, Lansios, que mal conseguia segurar sua risada.

Miyahara olha para a arena e decide que deve fazer algo. Com alguns sinais rápidos de mão, o samurai manda uma mensagem simples para Linnor, que a recebe em prontidão como um sussurro calmo.

"Senhorzinho paladino, tá precisando de uma mãozinha ai?" Sussurra Miyahara.

Linnor respira pesadamente enquanto vê seus ferimentos se abrindo, mas o que mais dói são os pedaços do Escudo da Alvorada em sua frente. Subitamente a voz de Miyahara toma conta de sua mente na forma de uma mensagem divina.

"Não vai pedir ajuda, não!" Grita Lúcifer, que da uma joelhada em Linnor, arremessando-o para longe.

O paladino cai, mas rapidamente se levanta.

Old Dragon: Torneio da Conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora